Golden Girls mostra que mulheres são boas de briga

Driblar a escassez de oportunidades para o público feminino nas lutas é o objetivo principal de um torneio relacionado ao gênero criado em Curitiba. Trata-se do Golden Girls, competição com modalidades alternadas ao qual a organização garante ser a primeira no Brasil dedicada exclusivamente à presença de mulheres.

O idealizador do evento, criado em 2010, é o professor de Muay Thai Cleber Argente. Em busca de espaço para mulheres nas lutas, foi realizada a inovação organizando um cartel com apresentações de modalidades que variam entre MMA, Muay Thai, Boxe e Jiu-Jitsu. “Foi o primeiro evento feminino no gênero registrado no Brasil. Um ano e meio depois surgiu o Pink Fight, do Wallid Ismail. Mas o evento dele é só de MMA”, conta.

Cleber, que é professor na academia Thai Boxe, enfatiza que sua iniciativa também foi motivada por notar grande presença de mulheres praticando artes marciais. “Tem aulas na academia com mais meninas que homem”, ressalta. O idealizador do Golden Girls, ainda assim, reconhece que a maioria dos principais praticantes da modalidade são homens.

Tal fato pode ser considerado um dos triunfos da competição feminina organizada por Cleber Argente, com objetivo de dar experiência a novas lutadoras. “Eventos masculinos são eventos grandes. Algumas meninas ainda não têm experiência, então fica difícil”, ressalta. Ele lembra, porém, da importância que acabou sendo adquirida pelo Golden Girls, evidenciando que centenas de pessoas já compareceram para assistir as lutas nas edições do torneio, realizadas na academia Thai Boxe, no bairro Rebouças.

Entre as participantes, a curitibana Vanessa Guimarães pode ser considerada uma das principais lutadoras. Lutou em todas as edições do Golden Girls, no Muay Thai ou no Boxe. Oportunidade que a jovem faz questão de agradecer. “A maioria dos eventos colocava apenas uma luta feminina, e em muitos nenhuma. É meio que preconceito, já que menina pra lutar tem, mas falta oportunidade”.

A popularidade do Golden Girls ultrapassou as fronteiras do Paraná. Cleber afirma que meninas de São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina também lutaram na competição.

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