Os jogadores convocaram e a torcida do Atlético deu a resposta. Filas se formaram ontem nas bilheterias e a Baixada deverá estar lotada amanhã, quando o Atlético recebe o Vitória, pela Copa do Brasil.
A promessa é de uma grande festa para incentivar o time em uma missão nada fácil. Só uma goleada serve para o Furacão passar às oitavas-de-final. Derrotado pelos baianos por 4 a 1, em Salvador, o Rubro-Negro tem que vencer por 3 a 0, ou por quatro gols de diferença.
O desconto de 50% no preço do ingresso (um pedido dos jogadores atendido pela diretoria) motivou a galera.
Em torno da Arena, o clima era de total otimismo ontem. ?Vamos encher o estádio e cantar o jogo inteiro. É só o time mostrar o que sabe jogar, que vai ser três ou quatro a zero?, dizia o torcedor Cristian Bis Bortolini, de 19 anos.
O espetáculo da galera será completo. Além do coro de mais de 20 mil vozes, a Baixada estará colorida com faixas, fogos e mais uma edição do mosaico, uma imensa imagem formada pelos torcedores no setor Buenos Aires superior.
Empolgação
A mobilização já está dando resultado. Ontem à tarde, o Furacão treinou na Baixada e os jogadores estavam empolgados com a reação da galera. ?Nosso torcedor está ciente que nós temos que marcar três gols.
Virá incentivar bastante, como sempre fez. Quando a torcida joga junto, o Atlético é quase imbatível aqui na Arena?, comemora Alex Mineiro.
O artilheiro é mais uma vez a grande esperança dos atleticanos. ?O Alex Mineiro com certeza vai fazer a parte dele. Em 2001, na reta final, ele compareceu. Agora, vamos botar fé nele de novo, que ele vai conseguir essa classificação para nós?, acredita o rubro-negro Bortolini.
Alex agradece a confiança e diz que está pronto para repetir o feito de 2001, quando marcou três gols em duas oportunidades – contra Fluminense e São Caetano.
?É um momento onde o time precisa da nossa força e determinação. Eu tenho uma grande responsabilidade, até por ter feito aquelas grandes partidas em 2001. O torcedor sempre deposita uma confiança muito grande em mim e isso me motiva muito. Vou fazer de tudo para marcar os gols?, conclui o herói rubro-negro.
Dagoberto faz ?papagaio? pra pagar multa rescisória e deixa Furacão
Dagoberto não faz mais parte do elenco do Atlético. Ontem, o atacante se despediu definitivamente do CT do Caju e não voltará a treinar como atleta rubro-negro. Dago está rescindindo unilateralmente seu vínculo com o Furacão e, a partir de segunda-feira, estará livre para assinar com outro clube.
O ex-ídolo da torcida atleticana conseguiu ontem o dinheiro para pagar a multa rescisória de seu contrato com o time da Baixada. ?Ele obteve uma fiança bancária de R$ 5,4 milhões. Hoje, vamos notificar o Atlético de que ele considera encerrado seu vínculo com o clube?, explica Fernando Barrionuevo, advogado de Dagoberto.
A multa caiu para R$ 5,4 milhões no dia 29 de março, quando o contrato do atleta entrou em seu último ano de vigência. Antes, estava fixada em R$ 16,3 milhões.
Porém, o contrato do atleta só será rescindido oficialmente na semana que vem. ?A Justiça do Trabalho entrou em recesso ontem e não houve tempo de apresentar (a fiança bancária) no processo. Isso será feito na segunda-feira?, afirma Barrionuevo.
Mesmo assim, Dago não voltará a treinar no CT do Caju. Ontem o atacante se despediu do seu local de trabalho nos últimos seis anos. Ele foi treinar normalmente pela manhã, mas não apareceu para os trabalhos da tarde.
?O Dagoberto não é mais funcionário do Atlético?, ressalta o advogado. Anteontem, a juíza relatora do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-PR), Rosemarie Diedrichs Pimpão, concedeu medida cautelar confirmando que o pagamento da multa rescisória poderia ser feito em juízo.
A notícia foi recebida com resignação na Baixada. ?Se ele fizer o depósito, está liberado. Não podemos fazer nada. Vamos continuar discutindo judicialmente o valor da multa?, diz Marcos Malucelli, advogado e diretor do Furacão, mostrando que a briga na Justiça ainda está longe do fim.
Rubro-Negro quer compensação financeira
O Atlético conseguiu, em julho do ano passado, a prorrogação do contrato de Dagoberto por 250 dias.
O período corresponde ao tempo que o jogador ficou afastado dos gramados, entre 2004 e 2005, devido a uma cirurgia no joelho.
Ambas as partes recorreram. Dagoberto pede que a prorrogação seja anulada e contesta o valor da multa rescisória. Já o Atlético busca estender o vínculo com o atleta por mais 98 dias.
A disputa pode dificultar a ida do jogador para outra equipe. Por enquanto, seus procuradores garantem que ele ainda não acertou com nenhum clube. ?Primeiro ele está resolvendo essa situação. Depois vai negociar com outro time. Existem várias propostas?, diz Naor Malaquias, empresário de Dago, negando que ele esteja acertado com o São Paulo.
Se o Atlético conseguir prorrogar novamente o contrato do atacante, vai exigir compensação financeira, já que o valor da multa volta a ser de R$ 16,3 milhões. ?Entendemos que ele tem que complementar a diferença?, avisa Malucelli.
O advogado do jogador tem outra interpretação.
?O Dagoberto terá direito de optar se vai pagar a diferença ou voltar para cumprir os 98 dias?, acredita Barrionuevo. ?Isso é impossível. Não tem como ele voltar. A partir do momento que a multa for paga, o vínculo dele com o clube está encerrado?, retruca o advogado atleticano.