Furacão é sócio da primeira divisão

O Atlético começa hoje a disputar a 15.ª edição consecutiva da Série A do Campeonato Brasileiro. Uma proeza conseguida por um seleto grupo que tem apenas outros cinco clubes: Cruzeiro, Flamengo, Internacional, Santos e São Paulo.

É a turma que não sabe o que é disputar uma Segundona, e que, coincidência ou não, é dona das melhores colocações na era pontos corridos. Desde a Série B de 1995, o Atlético se mantém na elite nacional e tem feito da regularidade seu grande trunfo para se sustentar na primeira divisão.

Um personagem que conhece bem esse processo é Paulo Rink, que em 1996 fez parte do elenco que voltou a disputar a Primeirona, e agora é dirigente do Furacão.

O ex-atacante vivenciou, principalmente, os primeiros passos da revolução pela qual o Atlético passou. “Antes, o treinamento era no mesmo campo de jogo, o material era obsoleto, usávamos até meias rasgadas, tinha atraso de três meses no salário. Hoje é muito diferente. O pagamento está em dia, o clube é bem organizado, tem parceria com a Umbro. Posso dizer que a evolução é de 100%”, frisou Paulo Rink.

O gerente de futebol tem razão. Em 1995, o time nem em seu estádio jogava. Mas depois de voltar à Serie A o planejamento foi reformulado. Em 1997 colocou o estádio abaixo e em 1999 surpreendeu com a nova Arena da Baixada.

Nos anos 2000, a evolução chegou a um patamar equivalente a de qualquer clube de grande tradição. Resultado: o Atlético foi campeão brasileiro em 2001, vice em 2004 e finalista da Copa Libertadores em 2005.

Conseguiu bons resultados na era mata-mata e na de pontos corridos – regulamento ao qual se adaptou bem, mantendo a 5.ª melhor classificação na nova fórmula de disputa, com 463 pontos acumulados, igual ao Flamengo.

Os resultados apareceram não só na forma de investimento em jogadores, mas na estrutura do estádio e do CT do Caju. Tudo fruto do crescimento econômico do clube.

“Isso não foi só no Atlético, mas em geral. Teve uma reviravolta. De 1995 para cá, mesmo que se faça a correção dos valores pagos pelos direitos de transmissão, hoje é dez vezes maior. É uma grande evolução mesmo, que o Atlético também aproveitou”, frisou Rink, afirmando que só uma coisa não mudou no Atlético desde que ele voltou da Segundona, em 1995.”É a paixão da torcida, que continua a mesma”, completa.