França é bi campeã da Copa das Confederações

A França provou ontem que é mesmo um time caseiro. No mesmo Stade de France, onde venceu a Copa de 1998, sobre o Brasil, chegou ao bicampeonato da Copa das Confederações (venceu em 2001, na Coréia e no Japão). Os franceses bateram Camarões por 1 a 0, gol marcado por Thierry Henry aos 7 minutos da prorrogação disputada no sistema de gol de ouro, após empate por 0 a 0 nos 90 minutos.

O título, embora conquistado em meio a um clima de comoção pela morte do volante camaronês Marc-Vivien Foe, serviu para livrar a equipe francesa, pelo menos por enquanto, da péssima impressão que deixou na Copa do Mundo de 2002. Na oportunidade, os então campeões mundiais foram eliminados ainda na fase de classificação, sem marcar gols.

Já para Camarões a campanha na França foi importante para afirmar a seleção no cenário mundial. Simpática, mas sem grandes resultados expressivos em sua história, a equipe mostrou evolução sob o comando do alemão Winnie Schäefer. Aos poucos o treinador consegue corrigir o maior defeito dos africanos: a falta de obediência tática.

Prova disso foi que nem parecia serem os franceses quem jogavam em casa. O time de Camarões, com rápido toque de bola, envolveu os anfitriões logo no início do jogo. Com exceção a um lance de habilidade do atacante e principal estrela da equipe local, Thierry Henry, as melhores oportunidades foram mesmo dos africanos. Tanto é que o destaque foi o goleiro Barthez.

A principal virtude dos comandados por Schäefer eram as jogadas pela lateral. Com facilidade surpreendente para alçar a bola na área, faltou aos camaroneses atacantes bem posicionados aptos para finalizar. Já a França ficou refém da inspiração de Henry, que nem sempre aflorava. Resultado foi um empate de 0 a 0 no tempo normal.

E como nem sempre a lógica prevalece no futebol, a defesa de Camarões, destaque da equipe ao longo da competição por não tomar nenhum gol, falhou justamente em um momento que não possibilitava recuperação: a morte súbita. Aos 7 minutos, o zagueiro Song não conseguiu interceptar cruzamento da direita e Henry, com a coxa, apenas desviou para as redes.

Pelé

Quem esteve no Stade de France foi Pelé. Na tribuna de hon-ra, o brasileiro, convidado VIP dos organizadores, procurava manter bom relacionamento com a cúpula da Fifa. Chegou a emocionar-se com as homenagens prestadas a Foe e vibrou com alguns lances da partida.

Porém, se com Joseph Blatter e seguidores a situação parece estar tranqüila, o mesmo não pode ser dito a respeito do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira. Como de costume, Pelé não quis falar sobre os problemas que enfrenta com a entidade.

Teixeira não ajudou o São Paulo a disputar a Copa da Paz, na Coréia do Sul, exatamente pelo fato de o “Atleta do Século” estar envolvido na organização e promoção do evento. “Está tudo tranqüilo. Ficamos bastante tristes com a tragédia com o jogador de Camarões, mas o resto está bem”, foram as poucas palavras de Pelé no caminho para seu lugar na tribuna.

Homenagem

Além de entrarem no gramado carregando um pôster com a foto de Foe, fazerem um minuto de silêncio antes do apito inicial e portarem tarjas pretas em sinal de luto, os jogadores prestaram homenagens a Foe também na cerimônia de premiação. Os africanos subiram ao pódio todos vestidos com a camisa 17. Já o capitão francês Desailly convidou o colega Song, de Camarões, para receber o troféu a quatro mãos. Até a lista oficial de atleta para a partida, emitida pela Fifa, trazia o nome de Marc-Vivien Foe entre os relacionados.

Ficha Técnica

Local: Stade de France (Saint-Dennis). Árbitro: Valentin Ivanov (Rússia). Gols: Thierry Henry aos 7? da prorrogação (gol de ouro). Cartão amarelo -Mbami. França: Barthez; Lizarazu, Gallas, Dacourt (Kapo) e Desailly; Cisse, Giuly, Wiltord (Pires) e Thierry Henry; Pedretti e Sagnol (Thuram). Técnico: Jacques Santini. Camarões: Kameni; Doumbe, Song, Atouba e Mbami; Geremi, Ndiefi (Eto?o), Mettomo e Mezague (Emana); Idrissou e Djemba Djemba. Técnico: Winnie Schäefer.

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