Fracasso em Natal põe Tricolor novamente sob pressão na Segundona

O desânimo estava estampado no rosto de cada integrante da delegação. Foi assim o dia seguinte do Paraná Clube, após nova derrota para o América de Natal. Responsável direto pelo rebaixamento do Tricolor no ano passado, quando os dois ?morreram abraçados?, o clube potiguar emplacou a terceira vitória seguida nos confrontos com o representante paranaense. Abortou a tentativa de fuga do time de Rogério Perrô das últimas colocações e devolveu um clima de dúvida quanto à real capacidade do grupo paranista. Pelo menos junto à torcida tricolor, que ainda convive com o ?fantasma? do rebaixamento.

O primeiro turno quase chegou à sua metade e o Paraná não consegue se desvencilhar das últimas colocações. Pior do que isso, começa a ver distantes os clubes que hoje integram a zona de classificação e o sonho de retorno à primeira divisão. No jogo em Natal, o Tricolor não conseguiu aplicar o mesmo nível de reação que demonstrara nos jogos anteriores, sob o comando de Perrô. Foi pouco contundente no ataque e apresentou erros defensivos que a comissão técnica imaginava estarem sanados.

Mesmo com a manutenção do mesmo trio de zagueiros e também a dupla de volantes o Paraná não conseguiu anular as principais virtudes do América. E na base do chuveirinho, em cruzamentos e infindáveis faltas próximas da área (muitas delas, inexistentes) a defesa tricolor foi sendo minada. Ainda mais depois do deslize ocorrido logo nos primeiros minutos, quando ninguém marcou o zagueiro Róbson, que fez de cabeça o primeiro gol do jogo. Era apenas um sinal do que viria pela frente. ?Era algo que não deveria ocorrer, pois treinamos muita essa bola parada?, admitiu Perrô.

Aliás, ?bola parada? continua sendo um tormento para o Tricolor. Frente ao América, os três gols sofridos foram desta forma, em escanteio, pênalti (duvidoso) e falta. Uma mão de via única, já que do outro lado o aproveitamento do Paraná em lances similares é pífio. O clube não tem um grande cobrador em seu grupo e com isso vê abreviada as chances de gols. Ainda mais no atual futebol brasileiro, onde quase 70% dos gols têm origem em cobranças de faltas ou escanteios. ?É algo que temos que melhorar, sem dúvida?, admitem os atletas e a comissão técnica.

Rogério Perrô também fez o ?mea culpa? e reconheceu que a estratégia de jogo com a improvisação de Thyago Fernandes na meia-esquerda não surtiu efeito. Um deslize que o treinador tratou de corrigir no intervalo. Só que no momento em que o time se acertava em campo, com dois atacantes para tirar proveito da queda física do time de Natal, veio o castigo: a expulsão de Claudemir, obrigando o técnico a recompor sua defesa. ?Não podemos nos desesperar. Fica o gosto amargo dessa primeira derrota, mas vamos atrás da recuperação?, afirmou Perrô.

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