Ficou caro para ver o Coritiba campeão em Recife

Depois da frustração na derrota para o Marília na sexta-feira, ver o Coritiba campeão da Segundona virou opção para poucos. Bem ao contrário dos 43 mil presentes no Couto Pereira, em Recife a tendência é que apenas alguns mais entusiasmados e com dinheiro e tempo sobrando acompanhem a equipe na partida que pode valer o título da competição. Não é para menos. Para ver o Alviverde em campo no Arruda, o torcedor terá que desembolsar entre R$ 800,00 (numa viagem de ônibus) e R$ 1.500,00 (via áerea), e se correr para garantir as passagens.

?Quem quiser viajar tem que confirmar a passagem o mais rápido possível até para conseguir lugar?, avisa Juliana Wiest, da Araucar Turismo. De acordo com ela, a oferta de passagens para Recife num final de semana é escassa e quanto mais perto do dia do jogo mais difícil será para conseguir uma vaga nos aviões ou nos ônibus que saem em direção à capital pernambucana. Ela ressalta que torcedores em grupos podem conseguir descontos maiores, mas devem procurar as operadoras o quanto antes.

Para o torcedor ter idéia, quem quiser ir de ônibus, e encarar mais de 51 horas dentro de um veículo, tem que ir até São Paulo (uma passagem convencional pela Itapemirim custa R$ 51,70) e depois seguir para Recife (R$ 278,70 pela mesma empresa, e R$ 376,70 pela São Geraldo). Só de ida, sem contar gasto com alimentação e ingresso e voltando logo após a partida. Mais racional e mais caro é viajar de avião, mas isso também tem um custo maior.

Indo na sexta-feira e voltando na segunda-feira pela Ocean Air, só de passagens serão R$ 958,00. O torcedor teria que desenbolsar em torno de R$ 342,00 em diárias e mais alimentação e ingresso. Na Tam, os valores estão em R$ 1.319,00 e na Go  R$ 1.515,00. No entanto, esses valores se tornam mais caros na medida que as passagens vão sendo vendidas. No entanto, as companhias costumam fazer promoções de última hora, mas não é possível prever que alguma delas irá baixar as tarifas de Curitiba para Recife até o final de semana.

Contusões preocupam René

O volante Douglas Silva continua sendo a maior preocupação do técnico René Simões para a montagem da equipe para pegar o Santa Cruz-PE. O jogador será mais bem avaliado hoje pelo departamento médico do clube. Se ele não puder jogar, Veiga deverá ser o substituto. Ontem, o técnico René Simões antecipou os trabalhos técnicos e táticos e já começou a montar a equipe para enfrentar os pernambucanos. No entanto, o meia Pedro e os atacantes Gustavo e Keirrison foram poupados, mas devem trabalhar com bola hoje. A partida decisiva da Segundona será às 16h de sábado, no Arruda.

De acordo com o médico Bráulio Moreira Jr., somente com o laudo de um exame realizado ontem à noite é que se saberá se Douglas poderá jogar no sábado ou não. Na sexta-feira, contra o Marília-SP, ele sentiu uma lesão, que, inicialmente, poderá ser uma distensão. Se isso for confirmado, o volante não atua contra o Santa. De qualquer forma, René já tem o substituto. No trabalho de ontem, Veiga atuou pela meia ao lado de Túlio e Caíco. No entanto, com alguns atletas poupados, o treinador fez apenas um esboço do time, que deverá tomar forma no treino sda tarde.

Eleições: situação costura consenso

Mesmo só querendo entrar de cabeça nas eleições para a presidência do Coritiba após a partida de sábado contra o Santa Cruz, João Carlos Vialle vai costurando alianças e colocando a chapa na rua. Ontem, ele conversou com o conselheiro Celso Moreira, que deverá se unir à chapa da situação nos próximos dias. ?Conversamos e estamos negociando. Fizemos uma proposta e estamos esperando a resposta dele?, avisou. Além desse apoio, uma união com a turma liderada por Domingos Moro não está descartada e ontem Vial -le voltou à residência de Evangelino da Costa Neves para tratar do assunto.

?Tivemos uma conversa boa, mas não definimos nada. Estamos conversando com todo mundo, conseguimos o apoio de conselheiros amigos do (João) Jacob Mehl e estamos com a lista de 120 nomes completa?, destaca o dirigente. Lançado à principal cadeira por Giovani Gionédis, atual mandatário alviverde, Vialle vem tentando formar uma chapa única, mas a resistência sobre alguns dirigentes atuais está dificultando a composição. Parte da oposição não quer que o secretário do conselho administrativo, Luís Henrique de Barbosa Jorge, o Espeto, esteja na chapa e que o atual vice do conselho administrativo, André Ribeiro, seja lançado para comandar o conselho deliberativo.

Ação dos policiais será investigada pelo MP

Cahuê Miranda

Foto: Anderson Tozato

Na saída do estádio, uma verdadeira praça de guerra. Os policiais militares tentaram acalmar os ânimos da torcida que ficou fora do estádio. Com o fim do jogo, muitos torcedores foram agredidos sem motivo.

O Ministério Público (MP) do Paraná vai investigar a ação da Polícia Militar após o jogo desta sexta-feira. Ontem, o Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Proteção aos Direitos Humanos instaurou procedimento para apurar as denúncias de conduta abusiva por parte de policiais.

Perto do final da partida, um confronto entre torcedores que estavam fora do estádio e policiais militares causou uma grande confusão. A situação ficou ainda pior após o jogo, quando as pessoas que saíam do Couto foram envolvidas na confusão.

A ação da polícia foi alvo de inúmeras reclamações dos torcedores, o que chamou a atenção do MP. ?Acompanhamos na imprensa várias notícias de pessoas que teriam sido agredidas de forma gratuita, inclusive mulheres. Com o procedimento pretendemos esclarecer de fato o que aconteceu?, diz o promotor Sylvio Roberto Kuhlmann.

Segundo Kuhlmann, a intenção do MP é apurar a responsabilidade do Estado pelo incidente, já que o governo deveria garantir a segurança dos torcedores que foram ao jogo. Ele já solicitou ao Comando Geral da PM informações sobre o esquema de segurança feito para a partida e uma relação completa, com fotos, de todos os policiais que participaram da operação. A promotoria também vai requisitar imagens e fotografias aos veículos de comunicação que fizeram a cobertura da partida.

Quem quiser fazer uma denúncia ao MP deve entrar em contato pelo telefone (41) 3250-4039 ou pelo e-mail direitoshumanos@pr.gov.br.

Repúdio

Ontem, a ação da PM foi repudiada oficialmente pela diretoria do Coritiba. ?A maneira desproporcional empregada pelos integrantes da Polícia Militar do Estado do Paraná tornou o entorno do estádio em verdadeira ?praça de guerra?, refletindo diretamente em famílias inteiras que deixavam as dependências do estádio após o término da partida?, afirma nota publicada na página oficial do clube na internet.

Outro lado

Segundo a assessoria de imprensa da PM, a organização também está apurando se houve excesso por parte de policiais. Procedimento já teria sido aberto para investigar denúncias de abusos. A polícia garante que, se constatado desvio de conduta, os responsáveis serão punidos. O confronto teria deixado seis policiais feridos e sete viaturas depredadas.

Coxa pode perder mando por seis meses

O Coritiba pode se dar mal por causa do público recorde que foi ao Couto Pereira na última sexta-feira. Oficialmente com capacidade para cerca de 37 mil pessoas, o estádio alviverde recebeu mais de 43 mil torcedores. Agora, o Coxa está sendo acusado de permitir uma superlotação das arquibancadas e corre o risco de ficar pelo menos seis meses longe da torcida.

Segundo os dados divulgados pelo Coritiba, 38.689 torcedores pagaram ingresso para assistir à partida contra o Marília, que terminou com vitória dos visitantes por 3 a 2. Já o público total chegou a 43.649. O problema é que, segundo laudos do Corpo de Bombeiros e dados da própria página do clube na internet, a capacidade máxima do Couto é de 37.182 pessoas, 6.467 a menos que o público total anunciado no jogo.

A situação afronta o parágrafo 2.º do artigo 23 do Estatuto do Torcedor (Lei n.º 10.671/2003): ?Perderá o mando de jogo por, no mínimo, seis meses, sem prejuízo das demais sanções cabíveis, a entidade de prática desportiva detentora do mando do jogo em que: I – tenha sido colocado à venda número de ingressos maior do que a capacidade de público do estádio; ou II – tenham entrado pessoas em número maior do que a capacidade de público do estádio?.

Ou seja, caso a lei seja aplicada à risca, o Coxa pode sofrer um sério prejuízo. Desde 2005, os clubes que perdem mandos são obrigados a jogar com os portões fechados, sem a presença da torcida. Assim, o Cori pode ficar até seis meses sem o apoio do torcedor e alijado das rendas de todas as partidas nesse período.

Durante o final de semana e nesta segunda-feira, o Paraná-Online recebeu queixas de vários torcedores que dizem ter ido ao Couto e ficaram preocupados com a superlotação. ?O que fizeram foi uma irresponsabilidade, um crime. Botaram em risco a vida de pessoas?, diz uma das mensagens recebidas pela Redação.  A reportagem procurou a diretoria do Coritiba, em busca de uma explicação. Porém, segundo a assessoria de imprensa do clube, os diretores não vão se manifestar sobre o assunto.

Polêmica da Libertadores volta à tona

O público que foi ao Alto da Glória no sábado reacendeu uma velha polêmica envolvendo a dupla Atletiba. Afinal, se o Couto Pereira comporta mais de 43 mil pessoas, o Coritiba teria mentido à CBF para prejudicar o Atlético, às vésperas da final da Libertadores de 2005.

Naquele ano, o Furacão fez história ao se tornar o primeiro time do Estado a chegar à decisão do principal torneio do continente, contra o São Paulo. Porém, o regulamento da competição previa que apenas estádios com capacidade superior a 40 mil pessoas poderiam receber a final, o que excluía a Baixada.

Antes mesmo que o Atlético solicitasse o estádio, o Coxa enviou à CBF um ofício comunicando que reformas haviam reduzido a capacidade do Couto Pereira para 35.750 espectadores. Assim, nenhum estádio de Curitiba estaria apto a receber o jogo.

O Furacão tentou até o último minuto trazer o jogo para a Arena. Chegou inclusive a construir arquibancadas modulares, que acabaram vetadas pela Confederação Sul-Americana (Conmebol). Sem alternativas e pressionada pelo São Paulo, que queria jogar longe da pressão da torcida rubro-negra, a entidade marcou o jogo para o Beira-Rio, em Porto Alegre.

Jogando no estádio do Internacional, o Furacão contou com a ajuda de milhares de atleticanos, que fizeram uma imensa caravana até a capital gaúcha. Mesmo assim, não conseguiu mais do que um empate em 1 a 1. No jogo de volta, no Morumbi, o São Paulo venceu por 4 a 0 e ficou com o título.

Império mobilizada pra acionar a PM

Rodrigo Sell

A torcida organizada Império Alviverde está solicitando a todos os torcedores feridos pela Polícia Militar após a partida de sexta-feira para realizar exames de corpo de delito e registrar boletim de ocorrência. Tudo para que uma ação coletiva indenizatória por danos morais possa ser encaminhada à Secretaria da Segurança Pública e ao Ministério Público. A intenção da entidade é receber uma compensação em dinheiro pela agressão sofrida na ação policial, que não poupou ninguém após o jogo e feriu torcedores em geral que saíam do Estádio Couto Pereira. ?Quem foi ferido que vá a uma delegacia, peça um requerimento para fazer exame de lesão corporal no IML e depois volte à delegacia para fazer o boletim de ocorrência?, pede Luís Fernando Corrêa, o Papagaio, presidente da Império. Para ele, isso não se trata de uma caça às bruxas. ?Tenho um bom relacionamento com a PM, mas a pessoa responsável pelo comando não poderia fazer o que fez. Queremos que as famílias possam ir aos estádios com tranqüilidade?, aponta.

De acordo com ele, ainda não está claro como será a reparação da PM, mas pode ser em dinheiro. ?Se for em dinheiro vai ser dado a alguma entidade de caridade. Eu também fui atingido, mas não quero o dinheiro?, completa. Hoje, Papagaio tem uma reunião com a PM para tratar do assunto.

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