Experiência é arma da vela brasileira no pan

Rio de Janeiro – Depois de várias regatas muito disputadas, em que os favoritos correram sérios riscos de ficar de fora da equipe brasileira, o Pré-Pan de Vela, encerrado no sábado, na Baía de Guanabara, acabou definindo um grupo de velejadores experientes e candidatos naturais a lutar por medalhas nos Jogos Pan-Americanos do Rio, em julho.

O objetivo é melhorar a campanha de Santo Domingo, em 2003, quando a equipe conquistou três medalhas de ouro e uma de prata.

As seletivas realizadas no Iate Clube do Rio de Janeiro foram consideradas as mais equilibradas da história. Esse equilíbrio é justamente o que credencia o Brasil na busca por vários lugares no pódio, já que em algumas classes, como a Snipe, o pré-pan foi considerado mais difícil do que deverá ser o pan-americano. O campeão foi o gaúcho Alexandre Paradeda, que fez dupla com o novato carioca Pedro Tinoco. Paradeda, campeão mundial da classe em 2001, irá para o seu terceiro pan. Ele disputou Mar del Plata, na Argentina, em 1995, ficando em quarto lugar no Snipe, e depois foi prata em Winnipeg, em 1999, na mesma classe ao lado de Flávio Fernandes.

?É uma enorme alegria voltar ao pan, justamente no Brasil. O objetivo é ganhar uma medalha, é representar a nossa equipe com muita garra e coração?, comentou Paradeda, que faz campanha olímpica na classe 470.

Ricardo Winicki, o Bimba, também vai disputar o terceiro pan. Vai em busca da terceira medalha, já que ganhou prata em Winnipeg/99 e ouro em Santo Domingo/03. Considerado favorito ao lugar mais alto do pódio na RS:X, Bimba disputa o sul-americano esta semana em Búzios e depois segue para o circuito europeu. ?Vou fazer a melhor preparação possível, com o melhor equipamento, para não me decepcionar.?

Já Robert Scheidt, na Laser, e Bernardo Arndt, que faz dupla com Bruno Oliveira, na Hobie Cat 16, vão para o quarto pan. Robert tenta a façanha de buscar o quarto ouro, enquanto Arndt tentará melhorar a prata obtida em Havana/91, na 470, com Eduardo Melchert.

Mais experiente do que Robert e Bernardo é Cláudio Biekarck, que aos 55 anos se classificou na Lightning para o seu sétimo pan-americano, ao lado de Gunnar Ficker e Marcelo Silva. Maior ganhador de medalhas na vela, ele buscará a sétima medalha. ?A vaga para o pan foi muito dura. Vamos levar o barco para São Paulo para alguns ajustes e voltar em junho para treinar bastante na Baía de Guanabara. Esta raia é muito difícil, com correntes muito variáveis.?

Na J/24, Maurício Santa Cruz vai para o segundo pan. Prata em Santo Domingo, ele busca agora, ao lado de João Carlos Jordão, Alexandre Saldanha e Daniel Santiago, a medalha de ouro. Objetivo não tão distante já que o velejador brasileiro é o atual campeão mundial.

Estreantes no pan-americano apenas Patrícia Castro, de 17 anos, na RS:X, Bernardo Low-Beer, de 20 anos, na Sunfish, e Adriana Kostiw, de 32 anos, na Laser Radial. Experiente, Adriana ficou em 17.º lugar na 470, nas Olimpíadas de Atenas, ao lado de Fernanda de Oliveira.

Os treinamentos para o pan serão feitos em grupo na Baía de Guanabara. Os 16 integrantes da equipe brasileira deverão ter sparrings nacionais e estrangeiros, segundo o coordenador de seleções da Federação Brasileira de Vela e Motor, Walter Böddener. ?A intenção é fazer a melhor preparação possível e velejar na Baía de Guanabara é fundamental. Trazer competidores internacionais só dependerá de liberação de verbas?, comentou o treinador.

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