Em 8 anos, Furacão juntou o valor da reforma da Arena

Entre 2003 e 2011, quando disputou ininterruptamente a Série A do Campeonato Brasileiro, na era dos pontos corridos, o Atlético faturou o equivalente a uma Arena da Baixada com a venda de jogadores para o exterior. A reforma do estádio para receber jogos da Copa do Mundo de 2014 está orçada em R$ 183 milhões. Já as negociações, ao longo de nove anos, renderam R$ 180 milhões ao Furacão. O valor foi apontado por levantamento feito pelo consultor de marketing e gestão esportiva, Amir Somoggi. Ele avaliou os clubes que, neste período, mais arrecadaram transacionando atletas. O Rubro-Negro aparece na 6.ª colocação.

O primeiro colocado é, disparado, o Internacional, que faturou em nove anos R$ 411 milhões com a venda de jogadores. Em seguida vem o São Paulo, com receita de R$ 287 milhões. Na terceira colocação aparece o Cruzeiro, com receita de R$ 275 milhões gerada por transações de atletas. O Corinthians, com R$ 250 milhões, e o Santos, com R$ 216 milhões, ocupam 5.º e 6.º lugares no ranking do consultor. O Atlético, único clube fora do eixo Rio-São Paulo-Belo Horizonte-Porto Alegre a figurar entre os 10 que mais negociaram jogadores com o exterior, supera Grêmio (R$ 154 milhões) e Palmeiras (R$ 133 milhões).

Para Amir Somoggi, a infraestrutura montada pelo Furacão no CT do Caju é preponderante para que o clube tivesse revelado jogadores com potencial de serem exportados. Além disso, o período de 2003 e 2011 coincidiu com a revelação de uma safra de teve origem no PSTC, em Londrina, e foi aperfeiçoada no centro de treinamento rubro-negro. Leia-se Cléberson, Jadson, Fernandinho – todos negociados por milhões de euros com o futebol inglês e ucraniano, respectivamente. O clube também conseguiu faturar com a venda de goleiros como Guilherme, vendido ao Lokomotiv Moscow, e Neto, para a Fiorentina.

O Atlético até poderia estar melhor posicionado no ranking se não tivesse entrado em litígio com o atacante Dagoberto – hoje no Internacional. Entre 2004 e 2005, o jogador era a joia da coroa do clube e estimava-se que poderia render facilmente mais de 10 milhões de euros. No entanto, a falta de acordo levou o jogador a ir parar no São Paulo.