Dirigentes e empresários não param no final de ano

Correria atrás de reforços, dispensa de jogadores é uma rotina comum dos clubes no final do ano. E não é nada fácil a tarefa dos dirigentes de conseguirem escolher as peças necessárias para recompor o elenco do clube.

O Atlético tentou antecipar as conversações de final de temporada, fazendo testes com jovens promessas já em outubro, porém, para requalificar seu elenco para a disputa da Copa Sul-Americana de 2011, dezembro virou o mês de negociações.

Com o planejamento em mãos de maneira antecipada, tudo parece mais fácil, mas a alta demanda de atletas em busca de uma “nova casa” atrapalha. Além disso há ainda, intromissão de especuladores, investidores e empresários que também atrasam o processo.

E mesmo começando as tratativas no final de novembro para fechar o time de 2011 antes dos feriados de final de ano, o Atlético teve de protelar as apresentações.

Não bastassem todos os impasses, empresários tentam tirar proveito na entressafra, atitude comum aos clubes também. Alguns aproveitam o interesse em seu jogador para tentar ampliar o contrato antes de negociá-lo, gerando impasses demorados e perda de interesse.

“Tivemos um exemplo desses. O clube se dispôs a emprestar perante prorrogação de contrato e o jogador se negou a assinar. Isso é muito normal, mas aí começa o impasse”, explicou Ocimar Bolicenho, diretor de futebol do Atlético.

Neste período do ano, a demanda é tamanha, que neste momento vale tudo para o empresário na tentativa de empregar seu jogador. Segundo Bolicenho, em 17 dias, foram oferecidos mais de 200 jogadores ao Furacão, mas pouco pode ser aproveitado deste contingente. As ofertas interferem até na vida pessoal dos dirigentes que não conseguem manter nem mesmo sua rotina familiar.

“Destes 200 que nos procuraram, pelo menos de 80 recebi o DVD do jogador. Mas, aproveitamos menos de 2% disso”, disse Ocimar, lembrando que dos três jogadores já apresentados, nenhum veio dessas ofertas. “O Madson era desejo antigo e o Henan e Pimentel vieram por indicação do Sérgio Soares”, destacou.

Agora, com o recesso da CBF, o Atlético passa a se ter outra preocupação. A diretoria encerrou o período de negociações na última sexta-feira e deixou situação praticamente acertada com cinco novos jogadores. Mas nada concretizado, já que os contratos só podem ser gerados a partir de 3 de janeiro.

“Agora é no fio do bigode. Você corre um risco imenso de o jogador voltar atrás depois. E qualquer uma das partes, seja o atleta, o empresário, o clube pode desistir. Não tem nada legal que mantenha o atleta, só a palavra de cada um mesmo”, afirmou Ocimar Bolicenho.

Se um dos atletas desistir da negociação, a história volta para as primeiras páginas. “Aí começamos tudo de novo. Mas sempre temos mais de uma opção, justamente para suprir essa ausência”, disse.

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