Diretoria do Paraná decide hoje futuro de Marangon

Apesar de a diretoria não confirmar, o técnico Edu Marangon tem ínfimas chances de permanecer no comando do Paraná Clube. A reunião que vai decidir o futuro do treinador, inicialmente marcada para a noite de ontem, foi transferida para a manhã de hoje, devido a uma viagem do diretor José Domingos. Com a ausência de um dos homens que dita as regras na cúpula do futebol tricolor, a manhã de hoje foi reservada para a palavra final sobre o futuro de Marangon no Paraná. “Não vai haver reunião hoje (ontem)”, assegurou Domingos.

No entanto, o dirigente Paulo Welter deu pistas claras de que o treinador poderá ser dispensado, no início tarde de ontem. “A campanha dele não é das melhores, mas essa é uma decisão de conjunto”, disse. De fato, a escolha de Marangon não foi feliz. Em seis partidas sob o comando do paulista, o time obteve o baixo aproveitamento (22,2%), com uma campanha de quatro derrotas, um empate e uma vitória. Some-se a isso a declaração de Welter, dando conta de que o clube não estaria preocupado em mudar pela quinta vez de técnico – já passaram pelo comando Cuca, Adílson Batista, Saulo de Freitas e o próprio Marangon. “Isso não é problema, pois o Cuca e o Adílson pediram para sair. Foram mudanças forçadas.”

A saída de Marangon deve trazer de volta ao comando o atual coordenador técnico do Paraná Clube, Saulo de Freitas. Após o pedido de demissão de Adílson Batista, hoje treinador do Grêmio, o então auxiliar técnico Saulo assumiu o posto, conquistando três vitórias, um empate e três derrotas – para Atlético-PR, Santos e Cruzeiro. Entretanto, mesmo com uma campanha razoável, a diretoria optou por trazer um técnico mais experiente para assumir o comando e a opção foi Marangon.

Nos bastidores, comenta-se que Saulo assumiria o time interinamente e que a diretoria estaria atrás de Raul Plasmann, que acabou de deixar o Juventude e de Lazaroni. Entretanto, talvez o Tricolor não esteja mais disposto a abrir os cofres, especialmente faltando poucas rodadas para o final da competição.

O certo é que a cobrança será o ponto chave do clube neste início de semana. Assim como Marangon, alguns atletas podem deixar o clube. “Vamos mexer no grupo e alguns jogadores vão deixar o elenco”, adiantou Paulo Welter. O meia-atacante Fernandinho e o zagueiro Fábio Braz encabeçam a lista da guilhotina. E mesmo os atletas que permanecerem correm risco de serem punidos. A diretoria estuda redução salarial e multas a cada derrota.

Futuro

Independente de quem estiver no comando, não haverá muito tempo para levantar o ânimo dos jogadores e montar uma equipe competitiva para o próximo compromisso. Na quarta-feira, o time volta a campo, contra ninguém menos que o São Paulo, quarto colocado no campeonato brasileiro. “Não temos opção. Temos que reagir a partir de agora”, disse Welter.

Para o compromisso, o time poderá contar com o retorno de Fernando Miguel, que cumpriu suspensão contra a Ponte. Em contrapartida, o goleiro Flávio deve ficar de fora do jogo contra o Tricolor paulista. O jogador sentiu um problema no músculo adutor esquerdo e foi substituído no decorrer da partida contra a Macaca. “Ele será submetido amanhã (hoje) a uma ressonância magnética para avaliarmos a extensão do problema. Por ora, ele é dúvida”, disse o médico do clube, Júnio Chequim. Se Flávio for vetado, Darci assumirá o gol paranista.

Jogo reabilita Ponte e zera saldo do tricolor

Irapitan Costa

“Cara, cadê meu time?”. A pergunta atormenta a sofrida torcida do Paraná Clube, que rodada a rodada começa a sentir os mesmos calafrios do ano passado. Com um futebol ridículo, o Tricolor foi humilhado pela instável Ponte Preta, sábado, na Vila Belmiro. O placar de 4×0 pôs fim ao jejum de nove jogos sem vitória do time paulista e colocou o representante paranaense na condição de pior equipe do returno do Brasileirão.

Jogando em campo neutro e sem nenhuma pressão – foram somente 496 pagantes, o pior público da temporada – , o time de Edu Marangon foi caricato e a goleada teve sabor de despedida para o treinador. Os paranistas pagam um alto preço pelas sucessivas experiências de sua diretoria, que abusam de “invenções” e põem a perder o bom trabalho desenvolvido no início da competição.

Sabendo antecipadamente da fragilidade defensiva do Paraná, Abel Braga partiu para cima, com três atacantes. Logo aos 4 minutos, Fabrício Carvalho se livrou de Fábio Braz e carimbou a trave. A Ponte Preta seguiu melhor em campo, encurralando o adversário e aproveitando o mau momento defensivo do Paraná (com os quatro gols de sábado, o clube “zerou” seu saldo). Mas, o primeiro gol só saiu no momento em que o Paraná esboçava equilíbrio. Braz cometeu pênalti em Jean e Fabrício Carvalho cobrou com precisão, aos 25 minutos. Aí, Edu tentou mudar tudo, “queimando” Fábio Braz e voltando ao 4-4-2, com Vandinho.

No fim, o goleiro Flávio pediu substituição, com lesão na virilha. Darci entrou e não teve tempo nem para aquecer. Na jogada rápida de Nenê e Jean, pela esquerda, a bola sobrou para Adrianinho, que bateu rasteiro, no canto esquerdo, aos 45 minutos. As “duras” do técnico paranista de nada adiantaram. O time “desandou” de vez na fase final e ficou à mercê dos atacantes da Macaca.

Desarticulado, o Paraná Clube não levou perigo algum ao goleiro Lauro e mesmo diminuindo o ritmo, a Ponte Preta ainda conseguiu a goleada. Em mais uma jogada de Nenê – o melhor em campo -, o artilheiro Fabrício Carvalho fez mais um, aos 33 minutos. Mesmo com as alterações, os “donos da casa” seguiram atacando e aos 37 minutos Jean fechou o placar.”Foi a pior partida do Paraná neste campeonato. Um time desfigurado, desorganizado. O Paraná simplesmente não jogou”, disparou o presidente do clube, Ênio Ribeiro, ao término da partida.

Voltar ao topo