Desgostoso, Meligeni deixa equipe da Davis

São Paulo – Sem condições de trabalho e desanimado com a falta de planejamento, Fernando Meligeni decidiu oficializar ontem o seu pedido de demissão do cargo de técnico da equipe brasileira da Copa Davis – sua decisão já tinha sido anunciada aos jogadores na sexta-feira. A Confederação Brasileira de Tênis (CBT) alega não ter condições de atender as exigências dele.

O presidente da CBT, Jorge Rosa, reclama de uma dívida de R$ 900 mil da recente disputa da Copa Davis, entre Brasil e Suécia, em Belo Horizonte, sendo mais de R$ 600 mil do governo estadual e o restante do Banco do Brasil.

?Nem consigo sequer ser atendido pelo governador de Minas (Aécio Neves), que não responde mais às minhas ligações?, afirmou Rosa. ?O Fino (Meligeni) está certo em estar magoado, pois nem mesmo pagamos uma parte do prêmio da equipe que jogou em Belo Horizonte, referente ao patrocínio usado nas mangas das camisas de jogo.?

A idéia de Meligeni ao assumir o desafio de dirigir o time da Davis seria o de um envolvimento abrangente com o tênis brasileiro e não só convocar os jogadores e treinar por uma semana. Em seus planos estavam uma equipe permanente, viagens por cerca de 15 semanas anuais no circuito profissional, para acompanhar os jogadores, além de maior participação de juvenis. ?Sei o quanto posso ajudar o tênis brasileiro?, afirmou Meligeni. ?Mas a CBT não me aproveitou como poderia.?

Além desses problemas, Meligeni ficou indignado com a decisão da CBT em escolher Belo Horizonte como sede do confronto diante da Suécia. Para ele, o ideal teria sido jogar em outras condições. ?Não tenho nada contra os mineiros ou contra Belo Horizonte, mas queríamos jogar ao nível do mar e numa quadra lenta. Não posso assegurar que isso iria definir se iríamos ganhar, mas certamente teríamos melhores condições?, justificou.

Meligeni não fez muito dinheiro como técnico da Davis. Ganhava apenas percentual da premiação dada pela ITF (Federação Internacional de Tênis) durante as semanas de disputa da competição. Não tinha salário da CBT, embora estivesse à disposição da entidade por todo tempo, inclusive acompanhando tenistas mesmo fora das semanas de disputa da Davis. ?Quero estar ajudando o tênis brasileiro e não só ter o rótulo de técnico e capitão?, avisou.

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