Desânimo dos paranistas se reflete na arquibancada

O Paraná Clube sente no bolso – e nas arquibancadas – os dois anos patinando na Série B. O desempenho pífio na Segundona, passando muito distante de qualquer chance de acesso resultou na pior média de público do Tricolor em toda a “era” dos pontos corridos.

Na última rodada, onde só cumpria tabela, o Paraná teve o seu recorde negativo de público, quando apenas 635 torcedores pagaram ingresso para ver de perto o 1 a 1 com o Fortaleza.

Sem conseguir superar a 10.ª colocação na Série B (ano passado fechou a temporada um degrau abaixo), o Paraná por duas vezes seguidas foi o 14.º no critério média de público.

Nesta temporada, onde nem o risco de rebaixamento mobilizou seu torcedor, o clube levou apenas 3.493 torcedores por jogo, ao longo das dezenove partidas que disputou no Durival Britto. Quase mil torcedores a menos, em média, em relação ao ano passado.

Relegado ao segundo escalão do futebol brasileiro, o Tricolor já não conta com uma receita expressiva da tevê. Na Série A, recebia em torno de R$ 4 milhões. Hoje, a cota não chega a 10% deste valor.

Nessa ciranda da falta de recursos, se vê de mãos atadas na hora de montar um time competitivo e o resultado imediato é a “fuga” do seu torcedor. Os números recentes mostram um dado significativo: a melhor média do Paraná, nos últimos anos, coincide com a melhor campanha do clube em brasileiros.

Ou seja: se o time é bom, o torcedor vai ao estádio. Na histórica campanha de 2006, quando o Tricolor chegou em 5.º lugar e garantiu vaga na Libertadores, a média de público foi de 10.557 pagantes/jogo.

No ano seguinte, quando o fracasso viria na forma de rebaixamento, o Paraná ainda levou um público até aceitável: média de 8.766. Em números absolutos, o melhor desempenho desde a implantação dos pontos corridos ocorreu em 2005.

Naquele ano, porém, além do bom rendimento dentro das quatro linhas, houve a realização de cinco jogos fora de Curitiba – quatro em Maringá e um em Cascavel – o que “engordou” a média de público do Tricolor, que foi a 11.864 pagantes/jogo.

Para mudar o rumo dessa história, a nova diretoria só tem uma saída: montar um time forte, capaz de brigar na ponta de cima da tabela. Somente assim, conseguirá resgatar o crédito com seu desconfiado torcedor.

Carente de conquistas, e de ídolos, o Paraná não consegue renovar seu quadro de torcedores e segue vivendo das glórias obtidas na década de 90. Foi neste período que atraiu toda uma geração, empolgada com o pentacampeonato estadual e a trajetória ascendente no cenário nacional.