Derrota para o Ituano faz Coritiba pensar no futuro

O Coritiba tomou um grande susto. Ficou patente nas declarações pós-jogo de quarta contra o Ituano que ninguém (mesmo) esperava a derrota para a equipe do interior paulista. E ainda mais com um placar tão desfavorável – 2×0, que dificulta e muito a vida coxa na Copa do Brasil. Mas, mais que isso, abriu-se uma discussão que parecia ter sido guardada para depois do campeonato paranaense: será que o Cori tem elenco para o brasileiro?

Nas respostas dos dirigentes e no resultado do jogo de quarta, parece que não. Mas sente-se tranqüilidade no discurso da diretoria, que garante saber que ainda falta muito. “Nós estamos com um elenco no limite da possibilidade do campeonato paranaense. Ainda temos uma carência no ataque”, confessa o secretário Domingos Moro. “Nós sabemos que o elenco não está completo”, resume o presidente Giovani Gionédis.

Segundo a direção, a partir de agora haverá uma ?rede? de observadores, principalmente no futebol paulista. “É reconhecidamente o principal manancial de atletas de qualidade no Brasil”, comenta Domingos Moro. O jovem Caio, de 20 anos, que se destacou na partida de quarta-feira, já entrou nas avaliações do Cori. “Vai acontecer um torneio entre as equipes desclassificadas do campeonato paulista, e muitos atletas novos vão aparecer”, avisa o técnico Paulo Bonamigo.

Para o treinador, o elenco necessita de mais peças para o brasileiro. “Nós precisaremos contar com um grupo maior, porque serão quarenta e seis partidas, e o desgaste será natural”, explica. Mas Bonamigo também concorda que a exigência de um campeonato nacional (nisso também se inclui a Copa do Brasil) é maior que a de um torneio estadual. “A realidade é outra. São adversários mais difíceis, e o Ituano é uma prova”, afirma. Para os jogadores, o time tem problemas, mas tem futuro. “Acho que temos time para o paranaense, para a Copa do Brasil e para o brasileiro”, diz o zagueiro Fabrício.

Mas, então, o que aconteceu em Itu? A má atuação irritou técnico e jogadores, desembocando nas fortes declarações de Tcheco ao deixar o gramado do Novelli Júnior. “Não é preciso o Bonamigo dar porrada (sic) na mesa para a gente jogar. Temos que ter vergonha na cara”, disse o meio-campista. Para Bonamigo, nada mais que uma alteração proveniente da derrota. “Talvez ele tenha discutido em campo e se irritado”, comenta.

Só que o treinador alviverde não entendeu o que aconteceu com o Cori, principalmente depois do segundo gol do Ituano. “O time se desequilibrou totalmente. Precisávamos ter marcado ao menos um gol”, diz Bonamigo, que quer encontrar respostas. “Quero conversar com os jogadores e ver o que aconteceu, para que possamos acertar as coisas rapidamente”, finaliza.

Bonamigo: time misto fica para outra vez

Mudança de planos. O Coritiba deixou a capital planejando um bom resultado contra o Ituano e já pensando em poupar alguns titulares mais cansados na partida de amanhã (16h), contra o Paranavaí, no Estádio Valdomiro Wagner. Mas a traulitada imposta pela equipe de Itu fez o técnico Paulo Bonamigo – em consenso com a diretoria – mudar de idéia, devendo escalar quase toda a equipe principal no confronto contra o vice-líder do paranaense.

Direção e comissão técnica reuniram-se logo após a partida de quarta-feira para decidir qual seria a posição a ser tomada. “Achamos por bem mandar a Paranavaí todo o nosso grupo, e fizemos ver que o Coritiba precisa da vitória, mesmo que ela não influa na classificação”, resume o secretário Domingos Moro.

Em outras palavras, o Coritiba tentará sua reabilitação moral contra o Paranavaí, até porque o jogo único de quartas-de-final (que o Cori jogará no Alto da Glória) está marcado para a próxima quarta. “Nós não podemos entrar em uma fase decisiva com a auto-estima em baixa”, explica Bonamigo. Assim, apenas dois jogadores (Juninho e Gélson) foram chamados para compor o grupo alviverde que chegou ontem à tarde em Maringá.

E são justamente os dois que chegam por último que podem ser as novidades do Coritiba. Juninho deve ser o titular da defesa no lugar de Edinho Baiano, e Gélson pode acabar substituindo Marcel.

Voltar ao topo