O público que for ao Autódromo Internacional Raul Boesel poderá assistir neste fim de semana a competições de três tipos de carros diferentes, que exigem também técnicas distintas para percorrer os 3.695 metros do traçado. Ao todo, serão quatro corridas: o evento reunirá a 5ª e 6ª etapas do Campeonato Sul-Americano de Fórmula 3, a 3ª prova da temporada do Trofeo Maserati e a segunda do Campeonato 2007 da Pick-Up Racing.
Potência específica
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| Rodolpho Santos ao lado de Amir Nasr. |
O bólido mais eficiente na pista será o Fórmula 3, que é o carro de corridas mais rápido do Brasil. Ele é também o único dos três tipos de bólido em Tarumã neste fim de semana construído especificamente para as corridas. ?Com 255 cv de potência e pesando apenas 455 kg (com o piloto), o F-3 apresenta uma potência específica de 0,46 cavalo/quilo, o que é bastante?, explica o goiano Rodolpho Santos (Neo Química/Palu Suisse/Wurth), de 18 anos, piloto que faz sua estréia na categoria mais veloz do continente. ?Além disso, ele conta com uma gama de regulagens extremamente variada, que o torna uma espécie de mini-Fórmula 1?, completa Rodolpho.
Devido a estas características, o F-3 exige uma pilotagem muito agressiva, permitindo freadas bem tardias e ousadas, além de um contorno de curva radicalmente veloz. Na pista gaúcha de Tarumã, por exemplo, a Curva 1 é contornada a mais de 210 km/h: ?Com excelente aerodinâmica e ótima rigidez torcional do chassi, este é um carro muito equilibrado nas curvas e bastante veloz nas retas?, define o piloto, que compete pela equipe Amir Nasr Racing. Vale lembrar ainda que o F-3 vai de 0-100 km/h em apenas 2,8 segundos.
Esportivo de fábrica
Uma característica importante em comum entre o F-3 e o modelo Maserati Coupè utilizado no Troféo Maserati é o fato de ambos terem tração traseira: ?O Coupè utiliza uma das melhores configurações de tração para carros esportivos de fábrica?, explica o piloto Rodolpho Santos. ?Nos Turismo, à parte os carros com motor transversal central (uma solução empregada basicamente para as competições), o motor dianteiro com câmbio e diferencial montados sobre o eixo traseiro (como é o caso deste Maserati) proporciona excelente desempenho por permitir melhor distribuição de peso, fundamental para o equilíbrio do carro?, continua o piloto da Neo Química/Palu Suisse/Wurth.
Além do equilíbrio, a tração traseira é também preferida por interferir menos na condução do bólido: ?Uma coisa é você tentar corrigir a trajetória do carro na curva com as rodas da frente apenas trabalhando a direção do veículo. Outra é ter as rodas dianteiras fornecendo a direção e também a força motriz do carro ? isso deixa a pilotagem mais complicada?. Além disso, carros com tração dianteira também consomem mais pneus na frente, justamente pelo duplo trabalho destes últimos (dar direção e ainda fornecer tração), o que os torna piores para conduzir no final das corridas pela falta de aderência na dianteira.
Apesar de contar com 413 cv e de ser bem mais potente que o F-3, o Maserati Coupè apesenta potência específica menor: 0,30 cavalo/quilo. Com muito mais peso para carregar (1.370 kg), seu motor V8 de 4,2 litros derivado do utilizado no Ferrari F430 não é capaz de retomadas de velocidade tão eficientes justamente devido à carga que precisa deslocar. A pole do Troféo Maserati na etapa realizada no ano passado foi obtida pelo campineiro Guto Negrão em 1min27s538 para os 3.695 metros do traçado. Já o baiano Luiz Razia estabeleceu 1min13s084 para a pole da F-3 em 2006. Isso dá uma diferença de 14,454 segundos. Ou seja, a praticamente cada seis voltas o ponteiro da F-3 seria capaz de alcançar o Maserati líder em uma corrida hipotética.
Pilotagem "cirúrgica"
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| Pick-up Chevrolet S10. |
As pick-ups Chevrolet S10, Ford Ranger, Dodge Dakota e a estreante Agrale Marruá também contam com tração traseira ? um quesito importante para o objetivo de sua fabricação, transportar cargas. Com motor V6 a álcool capaz de produzir 410 cv, ela tem potência específica de 0,30 cv/kg (no caso da S10) e 0,33 (para a Ranger), os dois modelos dominantes do torneio. ?O grande xis da questão neste tipo de bólido é a longa caçamba atrás do habitáculo do piloto, que é muito leve em comparação ao conjunto dianteiro?, explica Eduardo Freitas, da equipe JR Acessórios, que compete com a S10.
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| Agrale Marruá. |
?Com tanta potência, tração traseira e a concentração de peso na frente, uma dificuldade é conseguir tracionar bem, especialmente nas saídas de curva, onde é comum vermos as rodas patinar. Isso torna a pilotagem das pick-ups muito delicada e sensível, além de ser bem diferente da usada nos demais carros de corrida. O piloto tem uma margem de erro muito estreita, precisa ter uma tocada quase cirúrgica em situações de pouca aderência ou muita exigência de torque?, conclui o piloto gaúcho.
A Pick-Up Racing visitará Curitiba pela primeira vez com o novo regulamento de motores movidos a álcool e pneus Pirelli da mesma configuração utilizada pela Stock Car em 2007. ?Ainda não sabemos quais serão nossos tempos de volta na pista paranaense?, diz o piloto Eduardo Freitas.
PROGRAMAÇÃO COMPLETA NO AUTÓDROMO RAUL BOESEL
Sábado – 26/05/07
8h30 às 9h? 2° Treino Livre Pick-Up Racing
9h30 às 10h00 ? 2° Treino Livre Maserati
10h30 às 11h ? Tomada de tempos (6ª etapa) Fórmula 3
11h15 às 11h45 ? 3° Treino Livre Pick-Up Racing
12h15 às 12h45 ? 3º treino livre Maserati
13h15 às 14h15 ? Tomada de Tempo Pick-Up Racing
14h30 ? Largada (5ª etapa) Fórmula 3
15h15 às 14h15 ? Tomada de Tempo Maserati
Domingo – 27/05/07
8h30 às 8h45 ? Warm up Fórmula 3
9h às 9h45? Warm-up Pick-Up Racing
10h00 ? Warm-up Maserati
11h ? Largada (6ª etapa) Fórmula 3
12h15 ? Largada (2ª etapa) Pick-Up Racing
13h30 ? Largada (3ª etapa) Maserati