Adeus melancólico

Sem força dentro do Couto, Coritiba está fora da final

Nem o mais pessimista coxa-branca poderia imaginar a eliminação precoce no modesto Campeonato Paranaense. Nos últimos anos, a história vinha se repetindo: sem adversários, o Coritiba levantou o tetracampeonato com folga. Instável e pouco confiável, o Verdão se rendeu ao futebol simples e prático do Maringá e disse adeus – de forma melancólica – ao sonho do penta. A eliminação reabre feridas e a diretoria terá duas semanas para impedir que uma crise tome conta do clube às vésperas da largada do Brasileirão.

O técnico Dado Cavalcanti falou abertamente sobre a necessidade de uma reformulação do grupo e a chegada de reforços é apontada como necessária. Resta saber se a campanha fracassada no Estadual não irá “respingar” sobre o próprio treinador. Nos bastidores, comentários dão conta de que Vágner Macini já teria sido sondado por integrantes da cúpula do Coritiba. Os boatos não foram confirmados, mas é inegável que o futuro de Dado, diante do desempenho ruim do time, está em xeque. Os torcedores, ontem, voltaram a pedir a “cabeça” do técnico.

“A minha pressão interna, podem ter certeza, a maior do que qualquer cobrança que venha a ocorrer por parte da torcida ou pelos resultados ruins”, disse Dado. O treinador, após perder peças-chaves logo após a pré-temporada, não conseguiu encontrar uma formação minimamente equilibrada. Júnior Urso, Willian e Lincoln forma negociados e Deivid entrou em litígio com o clube e foi embora. Para piorar, Leandro Almeida e Zé Love seguem no departamento médico. “Temos bons jogadores, mas precisamos dar uma melhor retaguarda para eles”, frisou.

No entra-e-sai de jogadores, Dado Cavalcanti tentou ajustar o meio-de-campo com Carlinhos. Só que o ala, improvisando, teve uma atuação desastrosa, “perdido” em campo. O treinador arriscou tudo no intervalo, com as entradas de Geraldo e Júlio César. Apesar da pressão inicial, o Coritiba em momento algum transmitiu alguma segurança ao seu torcedor. Após o gol do Maringá, então, o sentimento já era de frustração. Nem mesmo o gol de Luccas Claro, na “manjada” bola parada, mudou o astral no Couto Pereira. O Verdão só volta a campo no dia 16 de abril, pela Copa do Brasil, frente ao Cene.