Revelação

Do Coritiba para o prêmio Puskás: a história de Matheus Cunha

O principal objetivo de Matheus Cunha é disputar os Jogos Olímpicos de Tóquio, no ano que vem. Foto: Fernando Torres/CBF

Ainda que com mais de quatro meses de demora, o mais belo gol da carreira de Matheus Cunha poderá colocá-lo de vez no radar do torcedor brasileiro. Com 20 anos, formado na base do Coritiba, o atacante do RB Leipzig foi indicado nesta semana para o Prêmio Puskás, que a Fifa vai conceder ao gol que for considerado o mais bonito da temporada, e pode estar prestes a sair do anonimato resultante da trajetória profissional construída fora do País.

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A lembrança é mais um fato positivo que pode contribuir para Matheus se tornar conhecido no Brasil. Afinal, na semana passada foi convocado pelo técnico André Jardine para defender a seleção brasileira olímpica em amistosos contra Chile e Colômbia, nos dias 5 e 9 de setembro, no Pacaembu. “Cada convocação é uma felicidade enorme. Meu projeto a curto prazo é defender a seleção em Tóquio-2020. Tenho a consciência de que o meu trabalho no dia a dia e no Leipzig é o que vai me levar a seleção”, disse o jogador.

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Matheus no Leipzig. Foto: Sven Sonntag/GEPA pictures
Matheus no Leipzig. Foto: Sven Sonntag/GEPA pictures

Os compromissos preparatórios ao torneio pré-olímpico, agendado para janeiro em solo colombiano, serão os primeiros jogos da carreira de Matheus Cunha dentro do País como profissional. Paraibano, ele começou a jogar futsal em João Pessoa, mas logo se mudou para Recife, onde defendeu o CT Barão, clube pelo qual despontaram outras promessas do futebol brasileiro. E ainda precisou encarar a reprovação em um teste no Santos antes de ser levado por um olheiro ao Coritiba em 2013, onde, após avaliação, chegou para atuar pelo time sub-15.

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Lá, então, cresceu até se destacar na Dallas Cup, tradicional torneio de base do qual o Coritiba foi semifinalista em 2017. E ele acabou saindo do Alto da Glória sem jogar pelos profissionais – o valor da transferência dele acabou sendo utilizada para a compra em definitivo de Matheus Galdezani, hoje emprestado ao Internacional. Acabou adquirido pelo Sion, da Suíça, onde bastaram uma temporada e dez gols marcados para chamar a atenção do RB Leipzig, clube alemão que tem crescido na sua liga pela aposta em jovens.

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Na temporada passada, a sua primeira no novo time, fez nove gols, o mais importante em 6 de abril, quando deixou o banco para, aos 38 minutos do segundo tempo, dar belo drible no marcador, ao girar de costas e contar com a sorte, porque a bola rebateu em sua perna e voltou logo à frente, a tempo de ele dar um toque por cobertura sobre o goleiro, definindo a vitória por 4×2 sobre o Bayer Leverkusen.

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O gol ganhou novo significado agora, ao colocá-lo como candidato ao Puskás, concorrendo com nomes do futebol mundial como Messi e Ibrahimovic. “Foi uma surpresa muito grande. Lembro que quando fiz o gol dei algumas entrevistas fazendo campanha para o meu gol entrar. Mas, sinceramente, não esperava. Um amigo meu jornalista me deu a notícia e eu não acreditei em um primeiro momento. Trinta segundos depois meu telefone não parou mais. O que posso dizer é que eu já votei no meu gol. Espero que o povo brasileiro também vote”, comentou o jogador.

Para votar, é preciso se cadastrar no site da Fifa.

Conquistar espaço entre grandes nomes do esporte, aliás, é uma meta para ele na recém-iniciada temporada 2019/2020 do futebol europeu. Além de vencer a concorrência de Timo Werner pela titularidade no RB Leipzig, ele espera estar em Tóquio, na Olimpíada. E, mais do que o golaço pelo seu clube, tem os quatro marcados no Torneio Maurice Revello (antigo Torneio de Toulon), vencido pela seleção brasileira em junho, como melhor cartaz para buscar o ouro.