Foi uma atuação heroica, mas que no final não adiantou nada. Nos acréscimos o que era uma vitória do Coritiba virou derrota. Assim como na estreia de Pachequinho em 2015, o Cori foi guerreiro mas perdeu para o Corinthians por 2×1, neste sábado (4), no Itaquerão. O resultado dramático tira até o alento da boa atuação de quase todo o tempo.
A decisão de Pachequinho em escalar o time com apenas um volante não era para deixar o Coxa vulnerável. Sem ter total confiança em Ícaro ou Fábio Braga, o treinador alviverde montou o time com duas linhas de quatro, colocando Juninho na esquerda para bloquear os avanços de Fagner, Negueba para jogar em cima do mesmo lateral corintiano, e Ruy e Juan ao lado de Gonzalez para trocarem passes no meio. Na frente, mesmo, só Kléber. Era para deixar o sistema defensivo muito protegido contra o jogo armado por Tite.
Era uma disputa por espaços. No primeiro que teve, o Corinthians quase abriu o placar aos 17 minutos, na bomba de Uendel que Wilson espalmou. O Coritiba também tinha espaço para avançar, principalmente pela esquerda – Negueba jogava fixo por ali, Kléber e Juan também apareciam. Fagner tinha dificuldades em marcar e levou cartão amarelo por uma falta no Gladiador. Mas faltava mais agressividade, tanto que Walter não era ameaçado. Só que bastou uma jogada para isto acontecer. Aos 46 minutos, César Gonzalez lançou Dodô, que deu um passe espetacular para Negueba arrancar pelo meio e chutar colocado, abrindo o placar no Itaquerão.
Com Giovanni Augusto em campo, o Timão queria mais força ofensiva desde o início do segundo tempo. A partida ganhou em risco porque o gramado escorregadio criava mais problemas. E tome Wilson trabalhar – logo a seis minutos Marquinhos Gabriel apareceu na cara do gol e o goleiro alviverde salvou. Pouco depois, com a pressão aumentando, Bruno Henrique acertou a trave. Era preciso fugir da blitz, que aumentou com a entrada de Danilo no lugar de Cristian.
As mudanças no Corinthians permitiriam ao Coxa chegar no contra-ataque. E após um deles Juan sofreu falta, que ele mesmo cobrou e Negueba obrigou Walter a fazer um milagre. E conseguir essas saídas em velocidade era fundamental para dar um refresco para a defesa, que passava apuro atrás de apuro com o bombardeio alvinegro.
Quando o segundo tempo chegou à metade, o jogo só rolava em uma metade do campo, a metade em que o Coxa se defendia. Até Kléber voltava para marcar, e Pachequinho resolveu tirar o cansado Gonzalez para colocar Fábio Braga. E a dificuldade virou drama quando Tite desistiu de vez de defender e colocou André no lugar do zagueiro Pedro Henrique. E ainda mais com a lesão de Dodô, o melhor em campo. Entrou Benítez em seu lugar.
Os minutos finais foram eletrizantes. Era o Corinthians todo escancarado no ataque. Marquinhos Gabriel apareceu livre e errou. E o Coritiba tendo chances para resolver a partida. Juan esteve na cara de Walter, mas não conseguiu marcar. Para o torcedor alviverde, o tempo parecia não passar. E aos 44 minutos veio o castigo. Uendel cruzou e André entrou de carrinho para deixar tudo igual. E aos 49 Uendel apareceu livre e virou o jogo. No final, outra derrota. Outra tristeza.
FICHA TÉCNICA
CORINTHIANS 2×1 CORITIBA
Corinthians
Walter; Fagner, Pedro Henrique, Felipe e Uendel; Bruno Henrique, Cristian (Danilo), Marlone (Giovanni Augusto), Marquinhos Gabriel e Guilherme; Luciano. Técnico: Tite
Coritiba
Wilson; Dodô (Benítez), Luccas Claro, Rafael Marques e Juninho; João Paulo, Ruy (Thiago Lopes), Juan, César Gonzalez e Negueba; Kléber. Técnico: Pachequinho
Local: Arena Corinthians (São Paulo-SP)
Árbitro: Anderson Daronco (Fifa-RS)
Assistentes: Carlos Berkenbrock (SC) e Rafael da Silva Alves (RS)
Gols: Negueba 46 do 1º, André 44 e Uendel 49 do 2º
Cartões amarelos: Fagner (COR); Rafael Marques, Ruy, Negueba, Dodô (CFC)
Renda: R$ 1.312.962,00
Pú,blico pagante: 26.958