Coxa foi premiado pela maior determinação

Um clássico nervoso, disputado, guerreado em alguns lances. Um jogo tenso, com 95 minutos de muita expectativa. Pode não ter sido aquela partida sensacional, mas o confronto entre Coritiba e Paraná Clube foi agitado como todos esperavam.

E, após muita pressão, um pênalti perdido e uma correria nos minutos finais, o Coxa conseguiu a vitória e mais uma vez com Ariel como herói. O 1×0 de ontem no Couto Pereira mantém o Cori na liderança da segunda fase do Campeonato Paranaense.

O Paraná entrou em campo com uma novidade. Pará foi deslocado para o meio-campo, com Diego Correa na lateral-esquerda. Assim, a defesa tricolor manteve a solidez das últimas rodadas, tentando segurar os avanços do Coritiba, que deveria ser mais agressivo, ao menos nos primeiros minutos.

E foi o que aconteceu. O Cori começou mais ofensivo, projetando Fabinho Capixaba e Triguinho e apostando no trio Rafinha, Renatinho e Marcos Aurélio. Os volantes tricolores acompanhavam os baixinhos e dificultavam o trabalho de armação alviverde.

Com Pará e Márcio Diogo na linha intermediária, a intenção inicial dos visitantes era explorar a velocidade de Marcelo Toscano, que era acompanhado sempre pelo lateral-esquerdo coxa, evitando que Jeci e Pereira fossem para o combate.

Conscientemente ou não, o Paraná ficou retraído, chamando o Coritiba para o ataque. E o Coxa conseguiu chegar com perigo, tanto no arremate de Marcos Aurélio que Juninho defendeu com estilo, quanto na cabeçada de Pereira que até entrou, mas como ele se apoiou em Irineu, a falta foi marcada.

O predomínio alviverde de nada adiantou e o primeiro tempo terminou com uma muvuca. Ney Franco discutiu com o assistente Roberto Braatz e foi excluído. “O cara tá numa máscara só porque vai para a Copa do Mundo”, atirou o treinador coxa. “O time está bem postado e o gol vai sair naturalmente, quem sabe numa bola parada”, disse o zagueiro paranista Irineu.

A etapa final começou em altíssima voltagem. Logo a dois minutos, Chicão segurou Jeci na área e o árbitro marcou o pênalti. Marcos Aurélio cobrou e Juninho defendeu, o terceiro em três jogos. Apesar da falha alviverde, o jogo tinha o mesmo perfil, com o Coxa dominando e o Paraná retraído e tentando encaixar ao menos um contra-ataque.

Percebendo que estava pressionado, Marcelo Oliveira resolveu mexer no Tricolor. Sacou Pará e Márcio Diogo e colocou Elvis e Wellington Silva. Do lado alviverde, Lucas Mendes entrou no lugar do “amarelado’ Pereira, era o receio de perder o jogador e ficar inferiorizado no jogo. O passar do tempo enervava o jogo, e mais ainda o Coxa, que corria para recuperar a liderança e confirmar o supermando.

A partida ganhou os definitivos contornos dramáticos aos 31 minutos, quando Jefferson reclamou da arbitragem e foi expulso. O Coritiba se lançou com tudo, mas abusava das bolas alçadas e a defesa tricolor estava impecável pelo alto.

Tiago Real entrou para tentar melhorar as coisas para o Coxa, e logo depois Ariel foi a cartada final de Ney Franco, que conversava com seus jogadores pelo telefone celular.

O Paraná se segurava com cinco zagueiros (Alessandro Lopes também entrou no jogo), mas não resistiu aos 41 minutos. Fabinho Capixaba cruzou e Ariel ganhou dos zagueiros para marcar o gol que sustenta a vantagem alviverde na fase decisiva do Estadual.