Coritiba vai priorizar a Libertadores

“Venho com a certeza que vou fazer um grande trabalho.” Essa foi a confiança que Antônio Lopes demonstrou no seu primeiro dia como treinador do Coritiba.

Após se reunir com os dirigentes e conhecer o CT da Graciosa, o técnico concedeu a primeira coletiva – e possivelmente a única no ano, já que ontem à tarde ele já voava para o Rio de Janeiro, onde vai passar o Natal. Ele confirmou que a prioridade coxa é a Libertadores, e que será inevitável a utilização de um time reserva no campeonato paranaense.

A opção será mais clara pelo exíguo tempo de preparação. “Nós vamos nos reapresentar no dia 5 de janeiro, e precisaremos de pelo menos quinze dias de trabalho básico de condicionamento”, comentou. Fazendo as contas, o final desse período seria no dia 20, véspera da estréia no campeonato paranaense, contra o Iraty. “Nós vamos chegar ao início da competição sem a preparação ideal”, reconheceu Lopes.

Mesmo assim (e com a Libertadores se iniciando no dia 4 de fevereiro), o técnico e o vice-presidente eleito, Domingos Moro, garantiram que o Paranaense interessa ao Cori. “Entraremos no Paranaense para ganhar o título”, disse Moro. “Sempre que possível, vamos colocar em campo o time titular”, afirmou Lopes. “Mas haverá momentos em que vamos usar duas equipes. Já aconteceu isso comigo no Vasco, e não houve problemas”, completou.

O técnico reafirmou sua satisfação em assumir o Coxa. “Há vários pontos que me animaram, quando recebi o convite do Coritiba. O primeiro deles é a volta a Curitiba, pelas amizades que criei. Também pela estrutura do clube, que é uma das melhores do país. E pela possibilidade de disputar a Libertadores, que é um torneio que já conquistei (Vasco, 98), e que tenho desejo de vencer outra vez”, disse Antônio Lopes.

Para completar, o treinador também aposta no projeto do Cori, que valoriza o trabalho continuado dos técnicos. “Isso faz a diferença. Veja o caso do Ivo (Wortmann), que ficou aqui um bom tempo, e do Bonamigo, que ficou vinte meses”, resumiu. Ele sabe que terá que administrar a “herança” do ex-técnico. “Sei da responsabilidade que tenho em substituí-lo, mas também da base que ele deixou.”

Além disso, há a pressão que envolve o próprio Lopes, que chega com a marca de ter sido campeão da Libertadores. “O currículo dele dispensa apresentações”, disse Moro. “Sei que vou ser cobrado como um vencedor, porque consegui títulos na minha carreira. E estou em um clube que disputa um torneio que todo profissional quer disputar. Vamos dar seqüência ao belo trabalho que o Coritiba está fazendo”, finalizou.

Equipe

Também foram apresentados os novos membros da comissão técnica alviverde. O auxiliar será Heraldo, que foi campeão brasileiro pelo Cori em 85, e que trabalhou com Antônio Lopes no Atlético. O preparador físico Manoel dos Santos, e o preparador de goleiros Sebastião Koslowski, o Pardal (que estava nos juniores), fecham a lista de assistentes diretos de Lopes.

Nome dos reforços guardado a sete chaves

Se alguém esperava que a chegada de Antônio Lopes representaria a descoberta dos nomes indicados para reforçar o Coritiba, aconteceu justamente o contrário. Fiel ao seu estilo, o treinador não disse quem indicou – nem quais são as posições carentes do elenco alviverde. Com isso, a diretoria segue o trabalho silencioso de busca de jogadores, e dificilmente alguma contratação será anunciada antes do Natal.

A necessidade de reforçar o elenco foi reiterada pelo técnico na coletiva de ontem. “A equipe precisa se fortalecer, porque a competição que vamos disputar é muito exigente”, admitiu Lopes – e, além da Libertadores, o Cori disputa em 2004 paranaense, brasileiro e sul-americana. “Indicamos alguns nomes para a nossa diretoria, e deixamos isso agora com eles”, completou.

Mas vá perguntar a Lopes quem seriam os indicados. “Você nunca vai ouvir de mim esse tipo de coisa. Nem nomes, nem a quantidade de jogadores, muito menos as posições carentes”, resumiu. O pouco que disse era semelhante com a posição apresentada na semana passada. “A gente precisa ter jogadores com a experiência da competição, até quem sabe argentinos, uruguaios ou paraguaios”, afirmou.

Segundo o vice-presidente eleito Domingos Moro, não se citou a possibilidade da vinda de atletas estrangeiros. “Esse assunto não foi discutido”, garantiu. Moro também garantiu que não virão Arce, Edmundo e Viola, nomes citados ontem pela imprensa – o nome do “Animal”, inclusive, teria sido vetado pelo próprio Antônio Lopes. Já o lateral paraguaio seria muito caro para as pretensões alviverdes.

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