Coritiba tem zaga nova para o Mineirão

A equipe ainda não está definida, mas o técnico Paulo Afonso Bonamigo deve apostar em uma dupla de zaga no melhor estilo “Batman & Robin” para a partida contra o Atlético Mineiro. A união da experiência de Edinho Baiano, que volta após um longo período fora de combate, e a juventude de Danilo, que mostrou muita disposição na partida contra o Figueirense, tem tudo para formar uma dupla dinâmica no combate aos “vilões” Guilherme e Alessandro. Na sobra, Willians deve ser confirmado no lugar do suspenso Reginaldo Nascimento.

Fora da equipe desde o final de fevereiro, quando uma fratura no ombro direito o levou direto para o estaleiro, o zagueiro Edinho Baiano tem tudo para estrear no Brasileirão contra o Galo. O jogador chegou a ensaiar o retorno para o jogo contra o Juventude, mas um susto o tirou dos planos: uma queda durante o coletivo. No entanto, o departamento médico constatou que foi apenas uma pancada, da qual Edinho já está plenamente recuperado. “Estou treinando firme durante a semana e com confiança. Espero entrar em campo”, disse.

O jovem Danilo garantiu, com sua persistência, a vaga na zaga. Antes da partida contra o Figueirense, a defesa estava sendo formada for Fabrício e Juninho. Mas o bom rendimento do prata-da-casa nos treinamentos rendeu não só a escalação, como elogios rasgados do treinador. “Ele está muito bem”, disse Bonamigo, antes de confirmar sua presença contra a equipe catarinense.

Na partida contra o Figueirense, o bom desempenho ao lado de Fabrício e com Nascimento na sobra e a mesma desenvoltura quando a equipe passou a jogar no 4-4-2, rendeu a Danilo a confirmação para a partida contra Galo, mas terá um novo companheiro. “Com o Edinho na equipe, ganhamos mais tranquilidade e autoridade. Por tudo aquilo que ele já fez no futebol, aumenta até o respeito do adversário”, acredita. No caso específico da zaga, Danilo garante que a presença do “mestre” é ainda mais importante. “Já tive várias oportunidades de jogar ao lado do Edinho e não tenho do que reclamar. Ele ajuda muito no posicionamento e dá dicas importantes na marcação”.

Pela confiança que deposita no companheiro, Danilo acredita que a “dupla dinâmica” tem tudo para neutralizar o poderoso ataque do Galo Mineiro. “Não tem segredo. Quando o adversário tem destaques individuais, não dá nem para piscar. É atenção em tempo integral”.

Odvan

Mesmo que cumpra o papel esperado na “matinê” de sábado, a dupla Batman & Robin deve sair de cena para o clássico contra o Paraná Clube, no outro final de semana. O experiente Odvan, que foi apresentado esta semana, mas ainda não está com a documentação regularizada, foi contratado para vestir a camisa titular da equipe. A “sombra”, mesmo que considerável, não assusta Danilo. “Todo jogador quer ser titular, mas acima disso está a vontade de ajudar o clube. O treinador decide o que é melhor para o grupo”, diz, consciente. “Mas não é hora de pensar nisso. Só vejo o Atlético Mineiro pela frente”.

Ânimo alviverde vem do divã

Desde o início do campeonato brasileiro, quando o Coritiba passou do sucesso absoluto no campeonato estadual para uma seqüência de quatro jogos sem vitórias – um empate e três derrotas – uma pessoa tem dado uma contribuição especial para manter o ânimo do elenco: a psicóloga Flávia Focaccia. Trabalhando nos bastidores, a profissional pouco aparece na mídia, mas está presente nos momentos de alegria e tristeza dos jogadores, sempre auxiliando a comissão técnica sobre que tipo de abordagem é mais eficiente em cada caso.

“O foco do meu trabalho é individual. Isto porque cada atleta reage de uma maneira distinta em determinadas situações”. Segundo Flávia, alguns jogadores têm um relaxamento natural quando a equipe passa por uma situação confortável. Outros ganham ainda mais ânimo e rendem ainda mais quando o time vem numa série bem sucedida. “Durante o campeonato paranaense, em que o Coritiba teve uma campanha irrepreensível, podemos traçar o perfil de cada um em uma situação de tranquilidade”.

Com os reveses da primeira rodada, Flávia pôde observar as reações de cada atleta em situação de pressão e pretende fazer um cruzamento comportamental para saber como direcionar o trabalho de modo que cada atleta possa ter o máximo de concentração e rendimento, em qualquer situação. “Vivemos um momento de aprendizado com as vitórias. Agora, o intuito é aprender a lidar com as derrotas para tirar lições e não sucumbir às pressões”.

Quando o trabalho é em grupo, segundo Flávia, a abrangência do objetivo motivacional não é completa, um vez que o discurso usado, dependendo da personalidade do jogador, pode não atingir a todos. “Geralmente, o trabalho motivacional de grupo atinge apenas 60% dos atletas. Quando o trabalho é individual, sabemos que discurso usar com cada atleta, para tirar o melhor de cada um em prol do grupo. Se cada um consegue dar o melhor de si, o grupo todo ganha”.

O trabalho psicológico também está direcionado aos atletas que não fazem parte do grupo titular e que, obviamente, estão mais sujeito à desmotivação. “Trabalhamos para deixar todo o grupo preparado para entrar em campo. O ânimo e a boa disposição são fundamentais para manter o rendimento em um bom patamar”. Ainda mais em um campeonato em que as mudanças forçadas na equipe serão uma constante. No últimos dias, o atacante Marcel recebeu uma atenção especial em função de sua saída da equipe, por opção do técnico Paulo Afonso Bonamigo.

O treinador acredita que a artilharia conquistada no campeonato estadual acabou sobrecarregando o atleta. “Como os gols não estavam saindo, a ansiedade foi aumentando e dificultando o trabalho de finalizações”, disse o treinador. “Estamos conversando bastante”, garantiu Flávia.

Os atletas que estão chegando também já passaram pelo crivo da psicóloga. “Assim que o atleta chega, faço uma entrevista completa e começo a traçar o perfil. Com o tempo, descobre-se quais estímulos são mais eficientes em cada caso”. Depois de finalizado o relatório, o trabalho é dividido com a comissão técnica, que ganha uma noção melhor de como lidar com cada jogador.

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