Coritiba sofre, mas vence de virada

A virada de sábado sobre o Guarani por 3×2 melhorou muito o rendimento do Coritiba dentro de casa, e no campeonato brasileiro como um todo. Nunca o Coxa esteve tão próximo do pelotão da liderança – para quem chegou a estar quatorze pontos atrás do Cruzeiro, agora são sete de diferença para o líder, e cinco para o vice-líder Internacional. Até por isso, todos consideram que chegou a hora da arrancada na competição.

O alívio de Bonamigo é explicado nas palavras do próprio treinador. “Nós enfrentamos o adversário mais difícil dentro do Couto Pereira”, considerou. “Mesmo em partidas que perdemos não tivemos a dificuldade deste jogo contra o Guarani. Eles nos marcaram muito forte, dificultaram o nosso trabalho e isso valorizou muito o resultado que obtivemos”, completou o treinador alviverde.

Outro fator que animou Bonamigo foi o espírito de reação demonstrado no sábado. “Nós tivemos tranqüilidade para buscar a vitória sem desespero, sempre jogando com consciência”, comentou. A calma para encarar as dificuldades foi citada, inclusive, na preleção. “O Bonamigo nos falou muito disso. Se eu pudesse falar duas palavras que resumiram a nossa conversa antes do jogo, elas são paciência e fé”, disse Tcheco.

E foi preciso contar com ambas para conseguir a terceira vitória jogando no Couto Pereira – resultado que elevou o aproveitamento coxa em casa para 55,56%. “Nós estamos aprendendo a lidar com isso na força”, afirmou Jackson, um dos melhores em campo. “A gente se desgasta muito mais, mas valeu”, completa o meio-campo, que foi improvisado na ala-direita no segundo tempo.

A presença de Jackson pela direita foi decorrente da saída de Maurinho para a entrada de Edu Sales, que modificou a estrutura tática do Cori. E deu certo de novo, como dera contra o Paraná. Inevitavelmente, o bom rendimento da equipe no segundo tempo, obriga Bonamigo a pensar na possibilidade de manter a formação para o jogo do final de semana frente o Goiás, em Goiânia. “Posso pensar nisso, ainda não usei esse sistema no início das partidas. Acho que essa é a nossa melhor formação, mas preciso saber se, por exemplo, o Jackson vai render noventa minutos jogando na direita”, disse o treinador.

Mas antes de pensar, Bonamigo e os jogadores querem aproveitar. Afinal, o Cori não vencia dentro de casa há 27 dias. “Eu senti a equipe recuperando de novo o espírito de mandante”, comemorou o treinador. “Nós precisávamos desse resultado para nos motivarmos ainda mais para as próximas rodadas. Nós vamos chegar entre os primeiros. Vai ser difícil, mas não falta vontade por aqui”, finalizou Jackson.

Lucro?

R$ 46.991,11. Esse foi o total de despesas na partida de sábado, segundo o borderô da CBF. Dessa maneira, sobraram da renda do jogo de sábado pouco mais de treze mil reais para o Coritiba. O valor unitário mais alto nas despesas foi para a arbitragem da Fifa, que recebeu R$ 5.925,00.

Vitória só vem com ousadia

O placar apertado (3×2) indica claramente a dificuldade que o Coritiba teve para vencer o Guarani no sábado. Mas, ao mesmo tempo, quem viu o jogo percebeu que bastaria um pouco mais de qualidade para o Coxa vencer de forma tranqüila a equipe de Campinas. Enfrentando um adversário que demonstrou apenas ser bem montado taticamente, mais uma vez o Cori teve problemas para vencer. E só venceu quando optou pelo ataque.

Os primeiros dez minutos do Coritiba foram, talvez, os melhores da equipe no campeonato brasileiro. O Guarani ficou acuado, e em instantes três chances foram desperdiçadas – a melhor delas com Tcheco, que acertou a trave, depois de ótima combinação entre Lima e Jackson. “Se marcássemos ali, o jogo seria diferente”, admitiu o técnico Paulo Bonamigo.

Mas como o “se” não joga, o Cori passou a ter dificuldades. Sem sair da marcação adversária, os alviverdes começaram a ceder terreno e falhar em lances banais. Foi assim que saiu o primeiro gol do Guarani: aos 27 minutos, Marquinhos cobrou escanteio, Edinho Baiano cabeceou para o meio da área, dando um ?passe? para Rodrigão vencer Douglas. O gol desmontou o Coxa, que passou a tentar a ligação direta entre a defesa e o ataque, facilitando a vida bugrina.

Percebendo o problema, Bonamigo sacou Maurinho no intervalo e colocou Edu Sales. Tendo ofensividade e paciência, o Cori ?engoliu? o Guarani, e o gol era questão de tempo. Aos 13 minutos do segundo tempo, Tcheco encontrou espaço para o arremate e colocou a bola no ângulo esquerdo do gol de Jean. “Antes da bola entrar eu saí comemorando. Tinha certeza que seria gol”, disse o meio-campista.

O empate mostrou que o Coritiba tinha o caminho aberto para a vitória. Em uma de suas boas jogadas pela direita, Edu Sales sofreu falta. Aos 20 minutos, Tcheco cobrou com extrema categoria e Marcel, sozinho, só teve o trabalho de escorar para o gol, virando a partida. E nove minutos depois Jackson lançou Lima, que acertou a trave na primeira tentativa e, com uma dose de sorte, pegou o rebote e tocou entre as pernas do goleiro do Guarani.

Dali para frente, o Coxa administrou o resultado – até demais, para Bonamigo. “Não podemos subestimar o adversário. Isso só faz o outro lado crescer”, comentou o treinador. Não deu outra: aos 46 minutos, o Guarani conseguiu acertar um contra-ataque, Esquerdinha tirou Douglas do lance e tocou para Rodrigão marcar o segundo dele e dar números finais à partida.

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