Coritiba mostra garra e vence clássico

A vitória da superação. Assim pode se definir o feito do Coritiba de ontem à tarde, no Couto Pereira. Apesar de ser envolvido pelo Paraná Clube por quase todo o primeiro tempo e ficar duas vezes atrás no marcador, o Coxa fez da raça a principal arma para dar a volta por cima. “Em clássico já existe uma emoção maior. Saindo atrás no marcador e tendo que enfrentar adversidades, a garra passa a ser o diferencial”, revelou o volante Roberto Brum.

De fato, o Coritiba foi pressionado pelo Paraná na primeira etapa. “Sabíamos que o Paraná vinha com tudo, apesar disso entramos sonolentos em campo. Mas soubemos reagir a tempo, quando levamos o primeiro gol”, afirmou o volante Wil-lians, que entrou na vaga deixada por Tcheco.

Para o técnico Paulo Bonamigo, o erro inicial da equipe foi a falta de uma marcação firme na meia-cancha. “A partir do momento em que o time teve mais pegada, o jogo virou-se a nosso favor.” O treinador preferiu não vincular a deficiência inicial no meio-campo à ausência de Tcheco. “Ele é página virada. Temos que aprender a jogar sem ele e temos como fazer isso. Basta acostumar.”

O próximo compromisso do Coritiba é contra o lanterna Grêmio, sábado, às 16h, no Couto Pereira. Para essa partida, o técnico Bonamigo poderá contar com o retorno do zagueiro Reginaldo Nascimento e do atacante Edu Sales, que cumpriram suspensão na rodada de ontem.

Vira-vira alviverde no Couto

O Paraná Clube não conseguiu segurar o ímpeto do Coritiba e perdeu o clássico de ontem à tarde, no Alto da Glória. O Tricolor esteve à frente no marcador em duas oportunidades, mas o Alviverde foi buscar o resultado e sacramentou o placar em 3 a 2, com um gol do artilheiro Marcel no apagar das luzes. Apesar da partida ter sido no Couto Pereira, o mando era do Paraná Clube e, por isso mesmo, a derrota teve um tom ainda mais dramático para os paranistas.

A boa campanha no Brasileirão colocou o Coritiba como franco favorito no clássico. No entanto, o Paraná chutou o favoritismo coxa para longe e entrou com tudo na partida. Com uma estrutura tática perfeita, os tricolores estavam bem distribuídos no campo e com a marcação avançada. Com isso, o Coritiba se viu acuado no campo defensivo e com dificuldades de sair para o jogo especialmente devido à ausência de Tcheco, negociado com o futebol árabe.

Após algumas chances desperdiçadas, o Tricolor contou com uma ajuda do volante Willians para abrir o marcador. O substituto de Tcheco negou, mas o árbitro o viu derrubando Valentim na área e assinalou pênalti. Cobrando com perfeição, Renaldo colocou o Paraná em vantagem, aos 30 minutos.

Ao contrário do que era esperado, o gol serviu para acordar o Coritiba, que mesmo sem estar bem nas articulações das jogadas, começou a criar boas oportunidades no jogo aéreo. Favorecido pelos erros de marcação do Paraná, o Coritiba conseguiu empatar aos 39 minutos. Willians se redimiu da penalidade e cabeceou certeiro, após a cobrança de escanteio de Roberto Brum. “Tomamos o gol numa bobeira”, lamentou o atacante Renaldo na saída para o vestiário.

Vira-vira

O técnico paranista Edu Marangon bem que tentou corrigir as falhas na marcação da bola aérea, mas não obteve êxito. O Coritiba voltou pressionando e criando as melhores oportunidades, especialmente após o técnico Bonamigo ter sacado Souza e dado passagem a Helinho. O Paraná até subia para o ataque, mas não conseguia concluir as jogadas. E novamente, acabou contando com uma ajuda coxa para ficar na frente. Após cruzamento de Marquinhos, Ceará subiu para tirar a bola e acabou fazendo um gol contra, aos 19 minutos.

Com garra e disposição, o Coritiba fez pouco caso da desvantagem no marcador e continuou pressionando o Tricolor. Não demorou para a pressão traduzir-se em gol. Aos 22 minutos, Roberto Brum cobrou falta pela direita e Lima subiu sozinho para empatar a partida. Para complicar a vida do Paraná, Edu Marangon perdeu Caio e Marquinhos pro cansaço e os substitutos, Maurílio e Fernandinho, não entraram no clima do jogo.

Entretanto, mesmo jogando melhor, o gol da vitória alviverde só veio aos 43 minutos. Fábio Braz deu um balão na bola, Helinho resgatou e chutou firme. O goleiro Flávio deu rebote e Helinho tocou para Marcel finalizar, concretizando a virada coxa-branca. Extasiada, a torcida alviverde ensaiou coro de “olé” e só esperou o árbitro apitar o final do jogo para começar a festa. Com o resultado, o Coritiba se manteve em quarto, mas está a apenas um ponto do terceiro colocado, o São Paulo. Já o Paraná caiu para 14.º.

Campeonato Brasileiro
30ª Rodada
Local: Estádio Couto Pereira
Árbiro: Henrique França Triches (PR)
Assitentes: Gílson Bento Coutinho (PR) e Altemar Roberto Domingues (PR)
Gols: Renaldo aos 30 e Willians aos 39 minutos do 1º tempo; Ceará (contra) aos 19, Lima aos 22 e Marcel aos 42 minutos do 2º tempo.
Cartões amarelos: Odvan, Edinho Baiano, Willians, Marcel, Ageu, Fábio Braz, Fernando Miguel, Renaldo e Crisitiano Ávalos.
Público pagante: 14.218
Público total: 15.059
Renda: R$ 173.657,50

PARANÁ
2 X 3
CORITIBA

PARANÁ
Flávio, Fábio Braz, Ageu, Cristiano Ávalos, Valentim, Fernando Miguel, Goiano, Marquinhos, (Fernandinho), Fabinho, Caio (Maurílio), Renaldo, Técnico: Edu Marangon

CORITIBA
Fernando, Ceará, Odvan, Edinho Baiano, Adriano, Willians, Roberto Brum (Pepo), Jackson, Souza , (Helinho), Lima (Lira), Marcel, Técnico: Paulo Afonso Bonamigo

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