Coritiba joga a primeira “decisão” do Brasileiro

Quem disse que não há “decisão” no Brasileiro? Não houve até agora, e talvez não haverá para frente jogo mais importante para o Coritiba que o das 15h contra o Internacional, no Estádio Beira-Rio. Mesmo sendo apenas a primeira rodada do returno, têm-se entre os alviverdes a consciência de que a partida é fundamental para o planejamento de chegar à Taça Libertadores, além de ser o primeiro passo para uma aproximação dos líderes.

E quis o destino que não só Coxa e Inter se enfrentassem nessa 24.ª rodada – ontem jogaram Santos x Atlético-MG e Cruzeiro x São Paulo, que fecham o grupo dos seis melhores times do campeonato brasileiro. Os adversários desta tarde entram em campo sabendo dos resultados dos rivais diretos, com a vantagem alviverde de ter um ponto a mais que o time gaúcho. “Dependendo do que acontecer, o empate não é um mau resultado”, confessa o goleiro Fernando, que mais uma vez joga em sua cidade natal.

Outro motivo que ?justifica? o empate é o alto rendimento do Inter jogando em casa. No primeiro turno, o Colorado jogou onze partidas no Beira-Rio, vencendo sete e empatando quatro. “Não é fácil jogar lá”, resume o técnico Paulo Bonamigo. Apesar do jogo ser em dia útil e à tarde (a iluminação do estádio está sendo remodelada), a expectativa da diretoria do time gaúcho é de um público superior a 30 mil pessoas.

Mas se o Inter tem o segundo melhor aproveitamento jogando em casa, o Cori tem o terceiro jogando fora. “A equipe precisa jogar da forma que sempre jogou longe de Curitiba, respeitando os adversários mas sem medo de atacar”, afirma o atacante Edu Sales, uma das novidades da equipe esta tarde – além dele, Marcel e Danilo voltam à equipe após cumprir suspensão automática.

E nesse duelo, a vontade pode falar mais alto. “Acho que nós temos que acreditar na nossa força. E não podemos desistir um minuto sequer. Foi assim que conquistamos bons resultados fora do Couto Pereira”, explica Paulo Bonamigo, que sabe o quão importante é trazer pontos de Porto Alegre – ainda mais vencendo. “É a típica partida de seis pontos. Vamos enfrentar um adversário direto, de qualidade, mas temos condições de buscar a vitória.”

E vencer significa abrir quatro pontos dos gaúchos, romper a barreira dos 40 pontos (chegaria a 42) e “zerar” a derrota sofrida em casa – no primeiro turno, o Inter venceu no Alto da Glória por 1×0. “Nós perdemos para eles, para o Cruzeiro, para o São Paulo e para o Santos. Todos são adversários diretos, e precisamos tirar pontos dessas equipes se queremos chegar em algum lugar nesse Brasileiro”, confirma Bonamigo.

Nada melhor, portanto, que arrancar já tirando pontos de um rival direto, que está confiante após vencer o São Paulo no Morumbi. “Talvez eles tenham uma surpresa”, adverte o meia Tcheco. “Cada jogo é decisivo. Só que alguns são ?minifinais?, como essa partida contra o Inter. É um jogo que não podemos pensar em perder”, finaliza Bonamigo.

Mesma tática, mas com objetivos bem diferentes

Na partida de hoje, Coritiba e Internacional deverão ser mais parecidos que nunca. As equipes entrarão em campo com formações semelhantes – jogando no 3-5-2 com um volante sendo o terceiro zagueiro – e com números parecidos. O mais importante deles está na defesa: ambas as equipes sofreram 28 gols no primeiro turno, estando entre as melhores defesas do campeonato brasileiro.

A fórmula não é nova, e o técnico Paulo Bonamigo reconhece que não há muita diferença. “Acho que o Inter é o time que mais se parece com o Coritiba. E isso mostra a dificuldade que teremos na partida”, comenta. Os sistemas defensivos se diferenciam na posição em que o volante ocupa: se no Coxa Reginaldo Nascimento joga pela esquerda, no Colorado Sangaletti é o homem da sobra.

De resto, as formações se assemelham, ainda mais que os ?meias-atacantes? ficam de fora – Lima pelo Cori, Cidimar pelo Inter. “Nós vamos jogar em um 3-5-2 mesmo, com o Jackson no meio”, resume Bonamigo. Ele não mexe no meio, que sofreu com a marcação do Fortaleza e que é ?temido? pelos gaúchos, que prometem acompanhamento especial para Tcheco e Jackson.

Essas situações confirmam outra tese de Bonamigo: o jogo desta tarde será de ?duelos individuais?. “É uma partida de choques. Cada jogador terá um a marcá-lo. Não vai haver muitos deslocamentos”, filosofa o treinador coxa. Isso significa que Adriano já foi avisado que terá que se virar para vencer Gavilán, que Edu Sales será perseguido por Vinícius e que Marcel terá a vigilância de Wilson.

No lado defensivo, a atenção maior será para as penetrações de Flávio e para Nilmar, que foi companheiro de Adriano na seleção sub-23. E, na retomada de jogo, a orientação é acelerar os contra-ataques, trabalho que foi exaustivamente treinado na terça. “Nós vamos ter espaço para atacar, e não podemos perder as chances”, avisa Edu Sales.

Negócio

Lima fica no banco hoje, mas ele foi o assunto antes e depois da viagem para Porto Alegre. A diretoria coxa confirmou a negociação com o Cruzeiro, que tem a prioridade na compra dos 51% dos direitos pertencentes ao clube. “Nós conversamos com o Cruzeiro e eles vão observar o Lima. Mas não há nada fechado”, afirma o secretário Domingos Moro. O dirigente também admitiu que há uma dívida com o time mineiro. “O Edmílson foi emprestado (em 2001) por 100 mil reais. Esse valor nunca foi pago. É incrível que isso tenha acontecido”, disse Moro, irritado.

CAMPEONATO BRASILEIRO

INTERNACIONAL X CORITIBA

Súmula
Local:
Beira-Rio (Porto Alegre-RS)
Horário: 15h
Árbitro: Luís Antônio Silva Santos (RJ)
Assistentes: Manoel do Couto Ferreira Pires (RJ) e Marcos Tadeu Peniche Nunes (RJ)

Inter
Clemer; Gavilán, Wilson, Vinícius e Edu Silva; Sangaletti, Claiton, Flávio e Élder Granja; Jefferson Feijão e Nilmar. Técnico: Muricy Ramalho

Coritiba
Fernando; Ceará, Danilo, Odvan e Adriano; Reginaldo Nascimento, Roberto Brum, Tcheco e Jackson; Edu Sales e Marcel. Técnico: Paulo Bonamigo

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