O Coritiba inicia a semana do clássico com o Paraná Clube, no domingo, em alto astral. A significativa vitória por 2 a 1 diante do Atlético Mineiro, sábado à tarde, no Mineirão, vai servir como um estímulo a mais na preparação para o confronto com o Tricolor, que também venceu seu compromisso no sábado, contra o Bahia.
“Precisávamos de uma vitória assim para dar mais confiança. Contra o Figueirense foi tudo sob muita pressão”, afirmou Fernando. No dia do goleiro – comemorado no sábado – o jogador foi um dos grandes destaques e contribuiu decisivamente para o resultado do jogo. A boa apresentação apagou a má impressão deixada nos primeiros jogos do brasileirão. “Eu sempre mantenho a tranquilidade, mesmo sob críticas. Se eu fosse unanimidade, seria o melhor goleiro do mundo”, ironizou o arqueiro.
Para o meia Jackson, que na época em que defendia o Cruzeiro fez do Galo verdadeiro freguês, a vitória foi fundamental para sacramentar a reação alviverde. “Vamos com moral para o clássico e para o resto do campeonato. Nós demos a volta por cima.”
O atacante Marco Brito, que marcou seu terceiro gol no Brasileirão na partida de sábado acredita que o bom resultado será garantia de Couto Pereira cheio no final de semana. “Esperamos o apoio da torcida coxa-branca para manter a série de resultados positivos.”
Mudanças
O técnico Paulo Afonso Bonamigo inicia a semana com alguns problemas a solucionar. Com as expulsões de Pepo e Roberto Brum, o treinador terá que adaptar novos atletas no time. A tendência inicial é aponta para a entrada de Maurinho no lugar de Pepo – o ex-flamenguista deve ganhar condições do jogo esta semana – e a manutenção de Willians na equipe, jogando no lugar de Brum.
Com a possibilidade do retorno de Reginaldo Nascimento, que cumpriu suspensão na última rodada, o jogador volta a cumprir o papel do terceiro zagueiro do time. E apesar de Danilo ter ido muito bem no compromisso de sábado, o experiente zagueiro Odvan, contratado na semana passada, deve estrear no time. A reapresentação do Coritiba acontece hoje, às15h30, no CT da Graciosa.
Vitória quebra tabu de 30 anos
O Coritiba cumpriu a promessa e passou por cima do Atlético Mineiro, no sábado à tarde, em Belo Horizonte. A vitória por 2 a 1 fez o Coritiba subir na tabela e representou a quebra de um tabu que já durava 30 anos. Desde 1973 o Alviverde não vencia o Galo no Mineirão.
A conquista de mais três pontos, no entanto, não foi nada fácil. Com um adversário tecnicamente superior, que ainda não havia perdido neste Brasileirão, a proposta do técnico Paulo Afonso Bonamigo foi tentar ganhar o jogo na marcação. Cumprindo o objetivo de segurar o habilidoso setor ofensivo mineiro, o Coritiba conseguiu espaços para criar boas oportunidades no primeiro tempo, geralmente em lances originados em contra-ataques. E foi justamente em uma jogada destas que a sorte começou a brilhar para o Coritiba. Aos 37 minutos, Jackson, que garantiu ser pé-quente em jogos contra o Galo, arrancou pelo meio e sofreu falta de Marquinhos próximo à grande área. Tcheco chamou a responsabilidade e cobrou com perfeição, no ângulo direito da meta de Velloso.
Apesar da vantagem no marcador, o Alviverde continuou tendo trabalho para segurar o Galo que, empurrado pela torcida partiu para cima. Aos 43 minutos, Fernando salvou a pátria defendendo um chute à queima-roupa de Cicinho.
Mas foi o Coritiba quem marcou mais um. Já nos descontos, Adriano recebeu pela esquerda e avançou para a área. Genalvo, sem outra opção, acabou cometendo a falta e o árbitro assinalou pênalti. Aos 48 minutos, com a frieza que lhe é característica, Marco Brito cobrou no meio do gol, aumentando o marcador.
Satisfeito com o desempenho da equipe, que jogada de igual para igual e ainda estava com boa vantagem, o técnico Paulo Afonso Bonamigo apostou na manutenção do time. Já o técnico Celso Roth decidiu dar maior poder de fogo ao Galo e colocou de uma só vez Cleyson e Paulinho, nos lugares de Genalvo e Lucio Flávio, respectivamente.
A mudança surtiu efeito e o Atlético voltou na segunda etapa arrasador, obrigando o Coritiba a jogar no seu campo defensivo. Tanto é verdade que a primeira investida alviverde só veio aos 22 minutos, em uma tentativa infrutífera de Tcheco. A pressão do Galo era tanta que o Coritiba acabou pagando o preço. Em dois minutos – 33 e 35 – Pepo e Roberto Brum foram expulsos por receber o segundo cartão amarelo, o que deu tons dramáticos ao jogo. De tanto insistir, o Galo descontou aos 38 minutos. A bola sobrou para Scheidt que chutou à queima-roupa. Fernando fez defesa de puro reflexo mas a bola sobrou para André Luiz, que não desperdiçou.
Empolgado, o Atlético partiu com tudo para cima do Coxa, que só não sofreu um revés graças ao goleiro Fernando, que estava em tarde inspirada. Aos 46 minutos, ele fez mais um milagre defendendo um chute de Paulinho e sacramentou o placar em 2 a 1.