Corinthians chama Dinelson

O destino de Dinelson é incerto. Mesmo com contrato com o Paraná Clube até dezembro, o meia – apontado por muitos como o craque do último Paranaense – pode nem mesmo vestir a camisa tricolor no Brasileirão. Pelo menos é o que pretende o Corinthians, clube que detém 50% dos direitos federativos do jogador. Um fax do clube paulista chegou ontem ao departamento de futebol do Tricolor, solicitando a imediata reintegração do atleta.

Ao que tudo indica, uma ?ponte?, que poderia ter com destino final outro clube brasileiro.

Há dias fala-se de um suposto interesse do Flamengo por Dinelson. Porém, o diretor de futebol do rubro-negro carioca, Kléber Leite, confirmou que na verdade foi o empresário do atleta – Vágner Ribeiro – quem procurou o clube.

O presidente José Carlos de Miranda esteve reunido ontem com Dinelson, tentando administrar a situação, mas deixando claro que o Paraná não atrapalhará a carreira do jogador. ?Sei que o Dinelson apostou em si ao vir para o Paraná, abrindo mão de boa parte de seu salário. Respeito isso. Só não gostei da forma como o Corinthians fez a solicitação para a sua volta?, disse Miranda.

O contrato de Dinelson com o Paraná prevê a imediata liberação do jogador, no caso de uma transferência para o exterior, na ?janela? entre julho e agosto. ?Só que o presidente do Corinthians está viajando – Alberto Dualib está na Inglaterra – e aqueles dirigentes com quem fizemos a negociação já não estão no clube?, disse Miranda, referindo-se a Edvar Simões. O Tricolor, através de seu departamento jurídico, enviaria ainda ontem à noite uma negativa, com base naquilo que reza o contrato do atleta. ?Assim como eles, respondemos com um fax?, ironizou o presidente paranista.

Miranda evitou críticas mais contundentes a Vágner Ribeiro, empresário que detém 10% dos direitos do atleta. Mas, nas entrelinhas, deixa claro que este, na sua opinião, é um jogo de cartas marcadas. ?O Corinthians não pretende utilizar o Dinelson. Se está requisitando sua volta é para negociá-lo?, disse o presidente paranista. Se o Paraná exigisse o cumprimento do contrato, dificilmente Dinelson poderia se transferir para outro clube do Brasil.

Como está recuperado da lesão no tornozelo, ele estaria apto a jogar a partir da quarta rodada e atingiria até o dia 4 de julho – desde que jogando todas – o limite de seis jogos pelo Tricolor.

A partir daí, não poderia mais atuar por outro clube da Série A.

Jogador treina em separado

Dinelson, diante do impasse, treinou à parte na tarde de ontem. Ficou na Vila Capanema, enquanto o grupo realizava mais um coletivo sob o comando de Pintado. O meia evitou qualquer comentário mais aprofundado sob o tema. ?Isso, são eles – os dirigentes – que resolvem?, disse, logo após uma reunião com o presidente Miranda. ?Estou feliz aqui. Se for para ficar, tudo bem. Só quero que definam logo para eu poder me concentrar apenas nos treinos e jogos.?

O meia dissimulou sempre que a indagação era sobre o possível clube que estaria tentando a compra de seus direitos federativos. Até deu a entender que não seria o Flamengo. ?Não adianta nada ficar especulando?, resumiu. Dinelson, que um dia sonhou em ser ídolo da Fiel, já tirou da cabeça este objetivo. ?Nem penso mais em jogar no Corinthians. Logo que me ambientei no Paraná, cheguei a sugerir que me comprassem?, recordou o ?baixinho?.

Indicado por Zetti, no início do ano, Dinelson fez a diferença em alguns jogos do Tricolor. Participou de nove dos dez jogos que o clube disputou na Libertadores, onde fez suas melhores partidas. Pelo Estadual, o meia só participou de dez jogos. No total, marcou três gols com a camisa tricolor.

O seu desempenho acabou prejudicado por sucessivas lesões nos tornozelos, resultado de jogos mais duros que disputou na primeira fase do Paranaense.

Voltar ao topo