Com Moura detido, vice tenta manter a rotina da FPF

Enquanto o chefe e sua grande referência nos últimos 21 anos está na prisão, a Federação Paranaense de Futebol (FPF) tenta caminhar com as próprias pernas. Em meio à fase final do Campeonato Paranaense, o presidente em exercício Jorge Dib Sobrinho, oriundo do futebol amador e único vice-presidente que aceitou ocupar a função, os demais moram no interior -, conta à Tribuna como comanda a entidade nestes dias de apreensão.

Paraná-Online – Você já recebeu alguma recomendação indireta do presidente Moura?
Dib – O advogado e a esposa é que têm falado com ele. Mas nas reuniões anteriores ele já havia direcionado o que deve ser feito.

Paraná-Online – Qual tem sido sua rotina nestes três dias?
Dib – Está um pouco corrido (ontem, Dib chegou para dar expediente depois das 17h), mas tudo anda normalmente. Faço despachos e ofícios. Sempre há uns probleminhas com os clubes, mas graças a Deus nada de extraordinário.

Paraná-Online – Se Moura não puder reassumir o cargo até a final do Estadual, como pretende conduzir o torneio?
Dib – Não há nada de especial. O arbitral determinou todas as normas e serão cumpridos. Amanhã (hoje  ) a comissão de arbitragem fará o sorteio dos árbitros para o final de semana e vamos indicar os apitadores de primeira linha, para dar o máximo de tranqüilidade. Os troféus de campeão, vice, artilheiro e goleiro menos vazado já estão aqui e pretendemos entregá-los em campo, como sempre tem sido feito.

Paraná-Online – Alguns clubes têm reclamado da arbitragem no Estadual. Se houver novas contestações, como pretende agir?
Dib – Não adianta se preocupar com antecedência, acontecendo, a gente toma as providências. Espero que Deus ajude e que a decisão ocorra nos conformes.

Paraná-Online – Ainda não há data definida para a libertação do presidente Moura. Numa hipótese de ele abandonar ou ser impedido de seguir exercendo o cargo, você cogita cumprir o mandato até o final de 2008?

Dib – Não quero atropelar a situação. Hoje não há nada que impeça Moura de seguir na presidência. Estou cumprindo o estatuto da Federação, que dá prazo de 60 dias para exercer o cargo e então marcar reunião com os demais vices. Depois um deles seria escolhido para cumprir o mandato.

Juíza ainda não apreciou caso Onaireves

Silvia Brollo, Titular da 1.ª Vara Federal e Juizado Especial Federal Criminal de Ponta Grossa, ainda não apreciou o pedido de revogação de prisão, de Onaireves Moura, protocolado na terça-feira pelo advogado Vinícius Gasparini. Somente com um parecer favorável da juíza o presidente da Federação Paranaense de Futebol poderia deixar a Superintendência da Polícia Federal, onde está preso desde segunda-feira, sob acusação de sonegação fiscal, falsidade ideológica e formação de quadrilha. Moura é acusado de manter empresas de bingo em Ponta Grossa em nome de laranjas e de não recolher cerca de R$ 3 milhões em impostos à Receita Federal.

De acordo com o trâmite burocrático, o Ministério Público Federal (MPF), que propôs a ação contra Moura, deve das vistas ao documento protocolado pelo advogado. Até ontem, o MPF não havia devolvido o processo à Justiça Federal de Ponta Grossa, para que a juíza possa analisar o pedido.

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