Ceará pode “ajustar” esquema do Coritiba

“Essa polêmica vai começar cedo…”. O técnico Paulo Bonamigo sabe que qualquer alteração na equipe pode causar críticas. E ainda mais a mudança que ele pode promover no time para a partida de sábado contra o São Caetano. Com a expulsão de Pepo, o retorno de Jackson à ala direita é iminente. E apenas uma situação pode fazer com que o treinador mude de idéia: a recuperação de Ceará.

O lateral está há três meses fora do futebol. Ele disputou o campeonato paranaense já sentindo problemas no púbis, e logo após a decisão contra o Paranavaí (em 23 de março) foi entregue ao departamento médico para recuperar-se completamente. “Lesões como essa demoram no mínimo três meses para serem recuperadas. Nossa intenção era sempre evitar uma intervenção cirúrgica”, explica o médico William Yousef.

E Ceará não é o primeiro jogador do Cori a sofrer com lesões no púbis. No final do ano passado, Alexandre Fávaro teve problema semelhante, e também ficou três meses no estaleiro, tendo dificuldades quando retornou a jogar. Tanto é verdade que Bonamigo só escalou o “Príncipe” como titular na partida contra o Bahia, dando anteriormente preferência a Souza como substituto de Lima.

Mas o lateral titular do Coritiba – e principal ?assistente? do time no campeonato paranaense – voltou a treinar com bola no final da semana passada. “Ele participou de trinta minutos em um coletivo e não sentiu nada”, comenta Yousef, que entretanto só o liberou para os treinos normais ontem, quando começou para valer a preparação para a partida do final de semana.

Só que Ceará, apesar de animado (“Agora eu estou me sentindo melhor”, confessa), ainda não sabe se poderá jogar. Em semanas passadas, ele tentou voltar, mas as dores não cederam – às vésperas do Atletiba, o lateral, apesar da expectativa de Bonamigo, confessou que não tinha condições de jogo. “Vamos avaliá-lo até quinta, porque precisamos ver qual é a reação dele à seqüência de treinamentos”, diz o médico alviverde.

Se for liberado, tudo bem. Mas se não for, Bonamigo já está preparado para ouvir as críticas. Com Pepo suspenso, ele recolocará Jackson na ala-direita, ainda mais porque conta com os retornos de Edu Sales e Lima, que cumpriram suspensão automática na partida contra o Bahia. “Temos que ter força ofensiva pelos lados do campo para vencer a marcação do São Caetano”, justifica o treinador.

Fora

Em contrapartida, Roberto Brum está fora do jogo de sábado. O “Senador” ainda não se recuperou da pancada no abdome sofrida no Atletiba (um choque com o meia atleticano Rodrigo), e sequer voltou a treinar normalmente. “Eu ainda estou com dores. É melhor eu me tratar para voltar inteiro”, afirma o volante. Assim, Willians será mantido na primeira função do meio-campo.

Alívio e alegria para Vizotto

O sorriso saía fácil do rosto de Fernando Vizotto. Após um mês de agonia e de preocupação, o goleiro do Coritiba se viu liberado para jogar após ser absolvido no julgamento de doping de segunda-feira. Apenas ontem ele teve tranqüilidade para lembrar o caso – até porque só agora o jogador pode olhar para trás com a serenidade que ele não teve enquanto o caso se desenrolava.

Para Vizotto, o pior foi aguardar o julgamento na porta do STJD. “Quando eram seis da tarde de segunda, eu estava muito apreensivo, porque não imaginava o que poderia acontecer”, conta. Ele deve ter visto toda a história passando em seu pensamento: o problema urológico, a confissão, a descoberta do doping, a aparição pública. “Queria que o julgamento começasse logo”, diz.

E quando começou, o goleiro ficou mais tranqüilo. “Ouvindo a defesa, fui me acalmando, e passei a ficar confiante no resultado”, relembra. Os depoimentos dos médicos e do secretário Domingos Moro também contribuíram, e quando Vizotto foi depor, seu espírito era outro. “O relator do caso já tinha entendido o que aconteceu, que eu não tinha consciência do que estava acontecendo.”

A absolvição por 4 votos a zero mexeu com o goleiro. “Confesso para você que esse foi o momento mais feliz da minha vida. Naquele momento, eu podia exercer de volta o meu trabalho”, abre-se Vizotto. “Os trinta dias anteriores tinham sido os piores que eu passei, e eu precisava dessa resposta”, completa.

E a alegria é total, mesmo que haja um recurso já correndo no STJD. “É natural. Processos dessa natureza têm recursos automáticos”, explica Domingos Moro. E Vizotto sabe que os erros cometidos não podem ser repetidos. “Acho que a lição não é só para mim, mas para todos os jogadores. Não podemos fazer nenhum tipo de medicação sem que o médico do clube seja consultado”, finaliza.

Fora

Mas não será no sábado que Vizotto voltará a compor o elenco alviverde. “Ele ficou quatro dias sem treinar, e precisa se recuperar fisicamente”, explica o preparador de goleiros Cassius Hartmann. Portanto, Douglas será o reserva de Fernando contra o São Caetano. “Depois que o Vizotto estiver bem, vamos fazer um rodízio”, completa Hartmann.

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