Câmaras de comércio protestam por restrição a vistos em Pequim

O Ministério das Relações Exteriores chinês aumentou as restrições para emissão de vistos gerando grandes protestos das câmaras de comércio européia e norte-americana, informou nesta sexta-feira o jornal de Hong Kong South China Morning Post.

As autoridades chinesas anunciaram que não irão mais emitir as cartas de convite necessárias para os pedido de visto de entrada nas cidades olímpicas de Pequim, Xangai, Qingdao, Shenyang, Qinhuangdao, segundo informou a imprensa local e internacional.

À espera de um esclarecimento oficial sobre as modalidades de aplicação e sobre a duração das restrições, a Câmara Européia disse que a medida “irá causar sérios problemas às empresas estrangeiras com operam na China”.

O bloqueio dos vistos até a metade de setembro “é necessário para garantir uma sociedade estável e harmoniosa durante as Olimpíadas”, sustenta a Comissão de Xangai para Relações Econômicas e Comércio (Smert).

“Nos últimos dois meses surgiram diversos regulamentos sem nenhum aviso prévio”, declarou o secretário-geral da Câmara Européia, Michael O’Sullivan, ao jornal de Hong Kong. “Mal temos tempo de analisar como nos portar frente uma determinada restrição, que logo aparece uma nova”, completou.

Tal preocupação é dividida por outras Câmaras de Comércio estrangeiras na China, que lamentam o aumento das restrições nos últimos meses.

Desde o último mês de março Pequim suspendeu a concessão dos vistos multi-entrada, repatriou milhares de estrangeiros e por fim parou de emitir cartas de convite.

Segundo as autoridades, a medidas olímpicas não terão repercussão nas “atividades normais” dos estrangeiros na China. As recentes medidas têm apenas o objetivo de “reforçar o controle para afastar qualquer ameaça à segurança das Olimpíadas”, afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Liu Jianchao.

Para fazer uma avaliação própria dos danos econômicos a Câmara de Comércio Norte-Americana está conduzindo uma investigação entre seus associados.

Enquanto são difundidos os lamentos pelas perdas previstas de milhões de dólares, há quem esteja se organizando para chegar às cidades olímpicas pedindo visto para outras cidades, e “obviamente tendo que gastar mais”, diz o jornal.

Há também quem recorra ao comércio ilegal de vistos. São muitos os empreendedores dispostos a pagar 3 mil yuans (mais de 280 euros), ao invés dos 500 yuans normais, para obter o precioso carimbo através de pessoas dotadas de “bons contatos” com o Consulado, segundo informou o South China Morning Post.

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