Borges é negociado com o Betis por dois milhões de euros

A confirmação da transação foi tão meteórica quanto a passagem de Borges pelo Paraná Clube. O artilheiro foi negociado com o Real Betis, da Espanha, e sequer entra em campo hoje, às 20h30, frente ao Goiás, no Serra Dourada. É a primeira grande baixa do Tricolor para a seqüência do Brasileirão. Uma ducha fria na véspera da largada do segundo turno. O técnico Lori Sandri preferiu não lamentar a perda e decidiu apostar suas fichas em Wellington Paulista, que hoje terá sua real oportunidade como titular da equipe.

A saída de Borges foi anunciada pelo próprio jogador. Assim que o coletivo terminou (e com Borges entre os titulares), o atacante pegou seus pertences e disse que estava no aguardo da chegada de seu empresário – Márcio Rivellino – para sacramentar a negociação. A partir daí o que se viu foi uma seqüência de negativas e conversas ao telefone, até que viesse a posição oficial do clube, momentos antes do embarque da delegação. Borges foi ?cortado? e um substituto escolhido. ?Não adianta insistir, ele está com a cabeça longe e deve seguir sua vida. É um grande jogador e que nos foi muito útil?, justificou Lori Sandri.

O interesse do clube espanhol já havia sido noticiado há semanas. Clube e empresários sempre negaram, dizendo tratar-se apenas de boatos. Mas, quando a oferta oficial foi apresentada, bastaram poucas horas para a transação ser concluída. Valores não foram confirmados, mas estima-se que o Betis pagará cerca de 2 milhões de euros pelo atleta. ?Nunca escondi que meu sonho era jogar na Europa. Estou indo para um clube de expressão e estarei ao lado das grandes estrelas mundiais?, disse Borges, em sua despedida.

O artilheiro paranista irá atuar ao lado de outro brasileiro, Ricardo Oliveira, que ontem marcou dois gols no empate contra o Monaco que classificou o Betis para a disputa da Copa dos Campeões da UEFA. ?Sou muito grato ao Paraná, aos jogadores, à comissão técnica e à torcida. Todos me acolheram muito bem e me despeço com um até logo, pois quem sabe terei a condição de um dia voltar para cá?, afirmou. A saída de Borges será compensada, segundo os empresários Luiz Alberto Martins de Oliveira Filho e Rogério Bozzi Filho, proprietários da LA Sports, com a contratação de outros dois atacantes.

?Parte do valor obtido será reinvestido em outros jogadores. Fizemos o possível para segurá-lo, mas a proposta foi irrecusável para o atleta e acho que todos saíram ganhando?, comentou Luiz Alberto. A LA Sports ficaria com 60% do valor da transação, com os outros 40% indo para o empresário Márcio Rivellino. A parte do Paraná, por contrato, é de 20% da parte destinada à LA (numa estimativa, sobre o valor acima citado, algo em torno de R$ 650 mil).

Humberlito Borges, 24 anos, chegou ao clube há exatos quatro meses e conquistou com gols a simpatia do torcedor. ?Só lamento não ter me despedido com uma vitória. Tive a chance, mas perdi aquele pênalti. Deixo muitos amigos e a certeza que fiz o meu melhor neste período?, disse. ?Gostaria de chegar até o término do Brasileiro, mas a proposta foi irrecusável. Mas, mesmo de longe vou estar na torcida por meus companheiros e pelo Paraná, um clube que eu aprendi a admirar.?

Agora é com Wellington

Wellington Paulista virou ?a bola da vez? no Paraná Clube. Nos
planos iniciais, o clube teria uma dupla de ataque formada por Borges e
Renaldo. Só que o encaixe não ocorreu (devido às sucessivas lesões de
Renaldo, que acabou indo para o Coritiba) e com a saída de Borges, um
novo ataque terá que ser montado por Lori Sandri. O treinador chegou a
estudar uma outra variação, com Thiago Neves, mas decidiu dar força a
Wellington, que está treinando bem, mas carrega o estigma de ainda não
ter marcado nenhum gol com a camisa tricolor.

?Espero que esse jogo marque uma nova fase na minha carreira. Venho
treinando bem e a chance surgiu, agora é não decepcionar?, afirmou o
jogador. Wellington Paulista conviveu com uma lesão de púbis, passou
por cirurgia e desde então não conseguiu se firmar. ?Isso só se muda
com boas atuações e gols.? Wellington entra no lugar do artilheiro
Borges, num momento em que o ataque paranista não balança as redes há
quatro rodadas.

Esta não é a única mudança no time. Lori Sandri escalou Edinho na
ala esquerda, em substituição a Vicente, suspenso. Para fortalecer o
meio-de-campo, confirmou a volta de Mário César ao time, com Thiago
Neves indo para o banco de reservas. Com Edinho e Mário César, o
treinador busca inibir a ação de Paulo Baier, o principal articulador
da equipe goiana. Outro jogador que será vigiado de perto será o meia
Rodrigo Tabata. ?Será um jogo parecido com aqueles frente a Inter e
Cruzeiro. Eles vão exercer pressão, mas isso pode ser revertido com bom
posicionamento e toque de bola?, avisou.

Goiás defende a vice-liderança

Goiânia – O time do Goiás estréia no segundo turno do Brasileiro defendendo a vice-liderança contra o Paraná no Serra Dourada. O confronto, dependendo do resultado do jogo do Corinthians pode fazer mudar de mãos até a liderança da competição.
"Não há dúvidas de que estamos embalados no campeonato e na briga pela liderança", diz o goleiro Harlei, de 33 anos de idade, que está batendo o recorde de 354 jogos com a camisa do Goiás, o segundo maior depois de Josué (386), sofrendo 432 gols em 190 vitórias e 82 empates.
Contra o Paraná, a equipe goiana vai jogar com dois volantes e três zagueiros no jogo em que se confrontarão as duas defesas menos vazadas do campeonato e cujos atacantes estão iguais ao marcarem 31 gols.
O técnico Geninho muda a equipe devido às contusões do volante Cléber Gaúcho e do atacante Roni, que serão substituídos por Danilo Portugal e Danilo Dias, e pelas suspensões pelo terceiro cartão amarelo do zagueiro André Leone e do atacante Souza, que darão lugar a Júlio Santos e Romerito.

CAMPEONATO BRASILEIRO
22ª RODADA
SÚMULA
Local: Serra Dourada (Goiânia).
Horário: 20h30.
Árbitro: Cléber Wellington Abade (SP).
Assistentes: Marinaldo Silvério (SP) e Nilson de Souza Monção (SP).

GOIÁS x PARANÁ CLUBE

GOIÁS
Harlei; André Dias, Rogério Correia e Júlio Santos; Paulo Baier, Cléber Goiano, Danilo Portugal, Rodrigo Tabata e Jadílson; Danilo Dias e Romerito (Jorge Mutt). Técnico: Geninho.

PARANÁ
Flávio; Daniel Marques, Marcos e Aderaldo; Neto, Rafael Muçamba, Beto, Mário César e Edinho; André Dias e Wellington Paulista. Técnico: Lori Sandri.

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