Bonamigo define hoje o Coritiba

Aquiraz, Ceará – A definição fica para hoje. A promessa é do técnico Paulo Bonamigo, que garante não querer esconder a escalação do Coritiba para o jogo de domingo, às 15h (16h em Curitiba), contra o Fortaleza, no estádio Castelão.

E como ele gostou do que viu no primeiro coletivo da semana, é bem provável que seja montada a equipe como treinou ontem, com Alexandre Fávaro e Lima como pontas-de-lança. E sem Edu Sales.

O atacante até começou o treino de ontem, mas na hora do trabalho tático foi deixado de fora. Segundo o médico Walmir Sampaio, são dores no músculo adutor da coxa direita – sintoma inicial do problema no púbis. “As pubalgias sempre começam com dores no adutor. A gente tem que ter cautela e ir cuidando. Nosso interesse é que ele jogue”, explica o médico, que segue o tratamento intensivo.

Edu Sales, vendo o treino de fora do campo da Uniclinic, acompanhou a formação que iniciou o trabalho rendendo bem. O time contou com Fernando; Maurinho, Danilo, Odvan e Ricardo (ver matéria abaixo); Reginaldo Nascimento, Pepo, Jackson e Lima; Alexandre Fávaro e Marcel. “O treino foi muito bom, deu para sentir a boa movimentação e a ocupação dos espaços”, comenta Bonamigo.

Esse time tem maior compactação no meio-campo, já que Lima e Fávaro voltam para fechar a marcação. No pensamento de Bonamigo (e no que se viu no treino), o time tem seis jogadores no meio quando é atacado e três atacantes quando tem o domínio da partida. Reginaldo Nascimento ficou preso à marcação como terceiro zagueiro, para que a equipe mantivesse o equilíbrio tão desejado pelo técnico.

Mas mesmo que tudo isso tenha acontecido e que Bonamigo tenha gostado do que viu, a definição fica para hoje. No mínimo, o treinador coxa quer ver o time com outro posicionamento – ontem treinou com três zagueiros, hoje deve trabalhar com dois. E, caso necessário, ele pretende testar outras opções, entre elas o próprio Edu Sales, que pode ser liberado para o coletivo.

Outros dois jogadores que lutam por posições são Tiago Santos e Willians. O primeiro, agregado à delegação na noite de segunda, foi um dos destaques do coletivo. “Ele está treinando muito bem”, reconhece Bonamigo. O volante é a opção de consistência no meio-campo. “Eu posso dar maior segurança ao time”, diz o técnico, que promete a oficialização do time para hoje. “Ainda tenho tempo para pensar, mas não vou levar dúvidas para o jogo”, resume.

Problema

Mais uma vez a administração do Castelão impediu o Coritiba de treinar no estádio. Depois de proibir e autorizar (na tarde de quarta), ontem a diretoria coxa recebeu a informação de que não poderá mais fazer o reconhecimento do local do jogo de domingo. “Não sabemos os motivos, mas não vamos nos preocupar. Estamos fazendo a nossa parte, e vai continuar assim”, diz o gerente de futebol Oscar Yamato.

Ricardo ganha a posição de Lira

Aquiraz

– Ele é a principal novidade do Coritiba para a partida contra o Fortaleza. E seu retorno acontece da mesma forma que sua primeira passagem pelo time profissional: aproveitando uma brecha aberta por Lira, e em um jogo decisivo. Ricardo Ceará só não imaginava que este seria, provavelmente, sua última atuação como ?cearense?. A partir de agora, ele é apenas Ricardo – Ricardinho, para os íntimos.

O lateral-esquerdo é mais um vitimado pelos apelidos. “Quando eu era pequeno, disseram que eu tinha a cabeça chata e começaram a me chamar de Ceará”, conta o jogador, natural de Curitiba e que começou a carreira no Nacional, clube amador do Boqueirão. “Aos doze anos, quando eu estava no dente-de-leite do Nacional, o apelido pegou e ficou até agora”, completa.

Não se percebe ponta de irritação no jogador em ser chamado de Ceará. “Já me acostumei, porque é tanto tempo que me chamam assim…”, conta o lateral de 18 anos. Mas agora, firmado no time profissional, Ricardo tem o nome ?alterado? – até porque há um outro lateral (o direito) conhecido por Ceará, e com a vantagem de ter nascido nesse estado. “Por mim tudo bem, não tem problema”, afirma, ladeado por seus companheiros André Nunes e Tiago Santos, parceiros no time júnior.

E a ?estréia? de Ricardo será em um jogo decisivo, assim como o ainda Ceará começou como profissional logo na semifinal do campeonato paranaense, contra o Londrina. “Ele sempre me passou tranqüilidade, e isso é importante em um momento desses”, elogia o técnico Paulo Bonamigo, que opta por ele para formar um duelo com o lateral-direito Chiquinho, um dos destaques do Fortaleza.

Para Ricardo (ou Ricardinho), o momento é ideal para retomar o trabalho entre os profissionais, depois de quase oito meses longe. “Eu fiquei um pouco chateado em voltar para o time júnior, mas depois percebi que era melhor para mim. Estou mais maduro e espero corresponder ao que o Bonamigo espera de mim e do meu futebol”, finaliza o lateral.

Meninos de outro Coritiba

Aquiraz

– Foi um ?arrastão?. De uma hora para outra, chegaram mais de cem crianças ao campo da Uniclinic, onde o Coritiba realizava seu treino. Eram os alunos da escolinha de futebol “Coritiba Foot-Ball Club Metrópole”, que foram conhecer seus inspiradores. Como uma daquelas visitas a parques de diversões, os meninos se esbaldaram, principalmente quando foram atendidos pelos jogadores.

A escolinha atende cerca de 150 crianças de comunidades carentes, e é gerida por uma organização não-governamental (ONG). O campo, localizado no Parque Santa Filomena, tornou-se um ponto de referência para os moradores de Fortaleza, que se referem ao local como “campo do Coritiba”. Com isso, conheceu-se o segundo homônimo do Coxa – o primeiro é o time de Itabaiana, que disputa a primeira divisão de Sergipe.

Mas isso não estava na cabeça das crianças. Animadas, elas perguntavam sobre tudo, queriam que os repórteres presentes ao treino virassem narradores e gritaram incessantemente o nome do time e dos jogadores mais conhecidos, como Marcel, Odvan e Jackson. O momento de glória foi após o trabalho: todos os jogadores foram tirar fotos com os garotos. Era o que faltava para a manhã ser inesquecível para aquelas crianças.

Márcio Araújo gera otimismo

Aquiraz

– É como se ele fosse um herói, daqueles de histórias em quadrinhos. Márcio Araújo, técnico do Fortaleza, é parado a cada instante por torcedores, jornalistas e conhecidos. Todos pedem a ele apenas uma coisa: que ele ajude o time a vencer o Coritiba, aumentando as chances de fugir do rebaixamento. De seu jeito peculiar, o treinador atende a todos, e deixa homens, mulheres e crianças mais confiantes.

Ontem, o treino foi específico de finalizações, com atenção especial ao quarteto ofensivo do time – Richarlysson (filho de Lela), Mazinho Loyola (aquele do Paraná Clube), Vinícius (ex-Coritiba) e Rena. O técnico olhava tudo de longe, deixando o treino ser comandado pelo auxiliar Waldonedo (Nedo) Xavier – no Fortaleza também está o fisicultor Rodolfo Mehl, pai do preparador de goleiros coxa Cassius Hartmann. Com isso, Márcio era alvo de mais pedidos, e da idolatria que o cerca. Apesar disso, ele ainda sente saudades da cidade que mais o cativou. “Eu ainda vou voltar para Curitiba”, garante.

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