Luto

Bebeto de Freitas morre aos 68 anos

A última imagem de Bebeto, num evento do Atlético-MG. Foto: Divulgação/CAM

Uma história de pioneirismo e luta do esporte brasileiro se encerrou de forma abrupta nesta terça-feira (13). Após um infarto fulminante, durante um evento do Atlético-MG, o ex-técnico da seleção brasileira de vôlei masculino Bebeto de Freitas, morreu aos 68 anos.

Bebeto de Freitas era diretor de administração e controle do Atlético-MG, e no início da tarde desta terça representava o Galo no lançamento do time de futebol americano. Ele passou mal quando apresentava as acomodações da concentração atleticana e recebeu atendimento médico em um dos quartos do prédio do CT, mas não resistiu e acabou morrendo quando era transportado de helicóptero para um hospital.

Bebeto foi um vencedor. Quando o vôlei ainda era um esporte de nicho, ele disputou os Jogos Olímpicos de Montreal, em 1976. Logo depois, foi recrutado para treinar a seleção brasileira. Comandou um grupo de atletas rebeldes, que desistiram da carreira na Europa e apostaram na mudança de status do esporte.

Deu muito certo. Mais do que qualquer um imaginaria. Vitória no Mundialito em 1982, vice-campeonato mundial no mesmo ano, medalha de prata na Olimpíada de Los Angeles, em 1984. Com um parceiro fora das quadras, Luciano do Valle, a seleção brasileira virou mania nacional. Bebeto virou celebridade.

Ao deixar o País, criou para si outro desafio. Criar do maior mercado do vôlei uma seleção de ponta. E formou uma geração vencedora na Itália – que dominou o esporte na década de 1990. No final das contas, Bebeto participou da formação das duas maiores potências do vôlei mundial.

Quando estava consagrado, e fazia do vôlei um hobby apenas como comentarista de TV, ele decidiu seguir a sua paixão, o futebol. Sobrinho de João Saldanha e botafoguense como o mitológico jornalista, Bebeto foi eleito presidente do clube do coração. Ficou por lá seis anos, mas descobriu que o futebol é bem mais complicado do que se imagina.

Teve melhor relação em outro alvinegro, o Atlético-MG. Foi duas vezes gestor do departamento de futebol e voltara no final do ano passado para ser dirigente administrativo. Até o coração dar um golpe inesperado. E tirar de cena um dos gigantes do nosso esporte nos últimos 40 anos.

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