Sinal de alerta ligado. O Paraná Clube sentiu na pele o que o relaxamento pode custar frente equipes ameaçadas pelo rebaixamento. Sem a mesma eficiência tática de jornadas anteriores o Tricolor foi batido pelo apenas esforçado Figueirense. E com relativa facilidade. Até o final do Brasileiro, o clube terá pela frente pelo menos mais três duelos com este mesmo perfil. Paysandu, Flamengo e Vasco lutam desesperadamente pela permanência na Série A e para tornar real o seu ?sonho de Libertadores?, o time de Barbieri já não pode desperdiçar pontos diante de equipes tecnicamente inferiores.
Considerando-se apenas os jogos contra os seis últimos colocados do Campeonato Brasileiro, o Paraná mostra um rendimento irregular. Nos nove jogos disputados até aqui, somou apenas 17 pontos, com 62,96% de aproveitamento. De consolo fica o fato de que em casa o Tricolor perdeu pontos apenas para o Vasco da Gama. Só que na condição de visitante o time foi derrotado por Brasiliense e Figueirense e só empatou com o Flamengo. ?Não há mais espaço para deslizes. O nosso objetivo continua sendo a Libertadores?, avisou o técnico Barbieri. A política do ?erro zero? vale já para o próximo sábado, mesmo diante do líder Corinthians.
O revés em Florianópolis pôs fim a uma invencibilidade de cinco jogos e, de quebra, o Paraná caiu uma posição na classificação geral da competição. ?Tivéssemos vencido, estaríamos de volta à zona da Libertadores?, lembrou o vice de futebol José Domingos. A diretoria, apesar do fraco desempenho do time, não fez cobranças mais severas junto ao elenco. ?Os jogadores são responsáveis e sabem qual é a nossa meta.? Com 51 pontos, o Paraná se mantém, independente dos resultados dos jogos anulados no ?escândalo do apito? e que serão disputados amanhã, na 6.ª colocação.
Com mais duas vitórias, o Tricolor praticamente se garante na Copa Sul-Americana. Só que esse passou a ser um objetivo menor diante da real possibilidade de pela primeira vez em sua história chegar à Libertadores, quase um ?prêmio de consolação?. Só que para terminar a temporada entre os quatro primeiros – e conseqüentemente superando em muito a sua melhor marca em Brasileiros (o 10.º lugar de 2003) – o time de Barbieri terá que ser muito eficiente.
São necessários, pelo menos, mais 21 pontos (ou sete vitórias) para ter alguma chance de classificação. Numa projeção simplista, é vencer os quatro jogos em casa – contra São Caetano, Paysandu, Flamengo e Cruzeiro – e buscar pelo menos três resultados positivos longe de sua torcida, nos jogos contra Internacional (Cascavel), Corinthians, Atlético-PR, Botafogo, Santos e Vasco. Difícil sim, impossível não, nas palavras do próprio comandante tricolor, Luiz Carlos Barbieri.
Campanha da Vila pode ser lançada nesta semana
O Paraná Clube pode lançar ainda esta semana a campanha ?Vila: tá na hora!?. O vice de marketing Waldomiro Gayer Neto confirmou que houve imprevistos que atrasaram o projeto. ?Não queremos cometer falhas. Está tudo bem encaminhado e quem sabe nesta quinta-feira poderemos apresentar todos os detalhes à imprensa?, confirmou o dirigente. Os imprevistos citados por Gayer Neto dizem respeito à confecção dos produtos promocionais (chaveiros, camisetas, canecos) e do contrato de usufruto dos 56 camarotes que serão construídos no Estádio Durival Britto.
Os compradores – os preços variam de R$ 26 mil a R$ 39 mil – poderão utilizar os camarotes (com capacidade para dez pessoas) por doze anos. ?É o preço mais acessível em relação aos praticados pelos demais clubes de Curitiba?, frisou Gayer Neto. Ele confirmou ainda que 21 camarotes já foram reservados. ?A participação dos integrantes da diretoria é maciça nesse movimento. Todos estão animados com a volta à nossa casa?, disse.
A partir do lançamento da campanha, o dinheiro arrecadado com os camarotes – o valor pode ser parcelado em até cinco vezes – começa a ser investido na construção dos mesmos e nas obras de adequação do estádio ao Estatuto do Torcedor. Além da venda dos produtos comemorativos, o Paraná também visa arrecadar recursos com a venda de pacotes para os jogos da equipe. Nesta frente, o público alvo é o torcedor ?de carteirinha?, aquele que acompanha todos os jogos do Tricolor.
Inicialmente, a idéia era disponibilizar pacotes do estadual. Mas, com o atraso do início das obras – se não houver imprevistos o ?novo? estádio estará pronto na segunda quinzena de fevereiro – Gayer Neto está viabilizando carnês para os jogos do Paraná no Brasileirão-2006. A campanha ?Vila: tá na hora!? foi idealizada pelo vice de marketing e pelo conselheiro Márcio Villela, agora aliado de José Carlos de Miranda e 2.º vice na chapa da situação, que disputa a reeleição no pleito do mês que vem.