Missão (im)possível?

Na era Petraglia, um técnico vive, em média, 3,1 meses

O técnico Milton Mendes chegou na última segunda-feira ao Atlético com árduos desafios pela frente. O nome do novo comandante desagradou a maioria dos torcedores. Com isso, o primeiro passo do treinador será fazer o Rubro-Negro voltar a jogar bem, vencer as partidas e, assim, conquistar a confiança dos atleticanos, que andam bem insatisfeitos com o clube.

Porém, para conseguir isso, Mendes terá que superar uma dificuldade talvez ainda maior: ter tempo para isso. Fazer o Furacão jogar bem será uma tarefa de curtíssimo prazo. Caso o contrário, ele pode ser mais um a passar pela cadeira elétrica do presidente Mário Celso Petraglia e ser queimado em questão de semanas.

Desde que a primeira Era Petraglia começou, em 1995, poucos foram os técnicos que ficaram bastante tempo no comando do time. Em 20 anos, já contando com Milton Mendes, são 76 treinadores, incluindo interinos. Ou seja, a cada 3,1 meses um técnico é mandado embora. Neste período, a última exceção foi Ricardo Drubscky, que ficou onze meses seguidos no cargo, entre 2012 e 2013 – mas 13 meses no total, se contar os dois primeiros jogos dele antes de Jorginho chegar e o tempo em que ficou como auxiliar.

Porém, nunca o treinador que começou uma temporada chegou ao final dela. A última vez que o Atlético teve apenas uma troca no comando técnico em um ano foi em 1999, quando Antônio Clemente deu lugar a Vadão, que ficou à frente do time 70 jogos consecutivos – 31 em 1999 e 39 em 2000, também totalizando onze meses no clube -, sendo a maior sequência neste período de trocas, sem contar as idas e vindas de outros nomes – no total, foram 53 nomes diferentes.

Vale ressaltar que neste período, entre 2008 e 2011, Petraglia esteve ausente do clube, que tinha Marcos Malucelli como presidente. Mesmo assim, a insegurança no cargo de ‘professor atleticano’ foi uma constante. Para se ter uma ideia, em 2005, 2006 e 2011 o clube chegou a ter seis comandantes no mesmo ano.

Nesta nova Era Petraglia, que teve início em dezembro de 2011, já foram onze técnicos diferentes – incluindo Milton Mendes – mas doze trocas – Drubscky em 2012 saiu para dar lugar a Jorginho e voltou logo depois, enquanto no ano passado Leandro Ávila assumiu interinamente e logo depois voltou para o lugar de Doriva -, o que dá uma mudança a cada 3,3 meses. Como curiosidade, se descontar o período de onze meses consecutivos de Drubscky, em média as trocas ocorreram a cada 2,6 meses.

Clique na imagem para ver em tamanho maior.

Opções impossíveis! Leia mais do Atlético na coluna do Mafuz!