Rosário de falhas

Atlético precisa entrar nos trilhos após erros no Estadual

A turbulência interna dentro do Atlético é clara. Com a demissão do técnico Claudinei Oliveira no domingo, um dia após perder novamente na Arena da Baixada, para o Maringá, a diretoria atleticana decidiu que é preciso agir. E não é somente pensando no time.

As eleições do Furacão acontecem neste ano. Mario Celso Petraglia, já pensando em colocar um sucessor, acredita que os resultados dentro de campo serão determinantes para os associados no pleito do final do ano. E, aos poucos, vai investir no futebol – o primeiro “novo passo” foi a contratação de Enderson Moreira. A promessa de 2015 ser o ano do investimento nas quatro linhas veio do próprio mandatário do Rubro-Negro. A desconfiança disso na torcida é grande e o desempenho do elenco principal, com três derrotas e um empate, acentuaram a necessidade de contratações para reforçar o grupo.

Dirigente de futebol

No departamento de futebol, o amigo pessoal de Petraglia, Paulo Carneiro, foi contratado no último dia 10 para ser diretor, ocupando a vaga de Antônio Lopes, que pediu para sair em junho do ano passado.

O cargo estava vago e o vice-presidente de futebol, Márcio Lara, era o responsável por fazer praticamente tudo no setor futebolístico do Furacão. Em uma semana, o novo dirigente viu que terá muito trabalho para corrigir os erros nesses pouco mais de três meses e meio no ano.

Troca de técnico

Cinco dias depois de ser contratado, Carneiro acompanhou Claudinei Oliveira ser demitido. Inclusive, participou da reunião no CAT do Caju, na manhã do último domingo. Sua primeira missão mais árdua foi trazer um substituto.

Entre nomes como Ney Franco, Dorival Júnior e Adilson Baptista, o de Enderson Moreira, que foi demitido do Santos no início de março, é quem mais agradou a diretoria e teve o respaldo do Departamento de Inteligência do Futebol (DIF). A confirmação do novo técnico foi feita na tarde de segunda, com contrato até o final do ano.

Ambos possuem um perfil parecido, que é o de usar bem os jogadores da base e ser um profissional atualizado dentro do cenário brasileiro. A troca foi mais para criar um fato novo do que acreditar, de fato, que Claudinei Oliveira era o culpado pelo fracasso no Estadual.

Mas a troca não teria agradado o grupo de jogadores que, além da boa relação que tinham com Claudinei, ficaram receosos por conta do motivo da demissão de Enderson no Santos: atrito com diversos jogadores, mesmo com o time invicto e liderando o Paulistão.

Pré-temporada alterada

Assim como acontece desde 2013, o Atlético decidiu apostar em uma longa pré-temporada, apostando no sucesso do primeiro ano: final da Copa do Brasil e 3ª colocação no Campeonato Brasileiro. No ano passado, com altos e baixos, a equipe terminou em 8º na Série A com um time bem jovem.

Entretanto, neste ano, o projeto foi abandonado. O período na Espanha foi pouco proveitoso pelo clube. Os dois torneios disputados, além dos amistosos, mostraram a deficiência na equipe rubro-negra, que visa um futebol rápido até por ter um time jovem e focado na preparação física, mas não tem peças suficientes para isso.

Elenco fraco

No Paranaense ficou ainda mais comprovado, ao substituir o sub-23, que o time principal do Furacão precisa de reforços. E urgentes. Petraglia, que prometeu ser o “ano do investimento no futebol”, sabe da necessidade de contratar.

A promessa do mandatário atleticano é de trazer sete reforços pontuais para a disputa do Campeonato Brasileiro, que também passa pela Copa do Brasil. Apenas a meta rubro-negra e uma das alas passarão imunes. Os demais setores serão preenchidos com, pelo menos, uma peça.

O presidente, aliás, sequer conversou com o elenco neste ano. O temor entre os atletas quando isso acontecer é grande, já que alguns viram a ira de Petraglia na final da Copa do Brasil, diante do Flame,ngo, no Maracanã, e passaram aos demais. A contratação de Paulo Carneiro, inclusive, foi para evitar ainda mais o contato entre as partes.