Cada vez mais pressionado e ainda sem saber se retomará o trabalho na próxima segunda-feira (25) com o elenco do Atlético, o técnico Fernando Diniz já acumula um dos piores rendimentos entre os treinadores do Furacão nos últimos dez anos. Em 21 jogos, o treinador conquistou cinco vitórias, sete empates e nove derrotas, totalizando aproveitamento pífio de 34%. Pior do que os números são atuações do Furacão, que não consegue jogar bem e, por isso, há uma movimentação forte nos bastidores pedindo a cabeça do comandante atleticano.
No entanto, o presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, Mário Celso Petraglia, segue resistente a qualquer mudança no futebol atleticano. Isto porque Fernando Diniz é também coordenador técnico do Furacão. Depois da derrota para o Botafogo, semana passada, que derrubou o Rubro-Negro para a vice-lanterna do Brasileirão, a pressão aumentou para que houvesse uma troca no comando do time atleticano, já que serão três semanas, a partir de segunda-feira, até a continuidade da temporada.
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Os números do técnico Fernando Diniz são péssimos. O Atlético está na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro e em uma crise que parece não ter fim. No entanto, comparado aos outros treinadores do Furacão, o atual comandante rubro-negro não contabiliza os jogos pelo Campeonato Paranaense, já que a equipe atleticana usou um grupo alternativo e que foi comandado pelo técnico Tiago Nunes. O treinador, inclusive, campeão paranaense, pode ser uma das opções em uma possível troca para a sequência da temporada.
Na verdade, a insistência com Diniz está claramente no alinhamento de ideias de Petraglia com o treinador. Nos últimos dez anos, quando o dirigente esteve a frente do clube, técnicos foram demitidos com aproveitamentos melhores que do atual comandante rubro-negro. Casos recentes de Milton Mendes (51%), Cristóvão Borges (56%), Eduardo Baptista (46%) e Fabiano Soares (42%).
De 2008 para cá, Fernando Diniz só tem rendimento melhor que o do técnico Roberto Fernandes, que deixou o comando do Atlético depois de 15 jogos e com apenas 28% de aproveitamento. Aparece também com os piores números no comando do Atlético o técnico Waldemar Lemos. Em 2009, depois de dez partidas, o comandante deixou o clube com apenas 36% de aproveitamento.
Em 2011, quando o Atlético caiu para a segunda divisão, aparecem outros dois treinadores na lista com os piores aproveitamentos no comando do clube. O técnico Adilson Baptista deixou o Furacão depois de ter 38% de rendimento em 14 jogos. O técnico Renato Gaúcho, com uma partida a mais, somou 37% dos pontos disputados e também não resistiu muito tempo à frente do Rubro-Negro.
No mesmo ano, porém, quando o Atlético era comandado pelo presidente Marcos Maucelli, o técnico Geninho foi demitido com 83% de aproveitamento e apenas dez jogos à frente do Furacão. Escolha errada da cúpula atleticana na época, que quis apostar no técnico Adilson Baptista, mas que não teve a resposta esperada.
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Na trajetória do Atlético nos últimos dez anos, algumas demissões de técnicos não tiveram muito embasamento. O técnico Ricardo Drubscky, depois de conquistar o acesso à primeira divisão na Série B de 2012, foi demitido em julho do ano seguinte com 65% de aproveitamento a frente do Furacão. No final do mesmo ano, quando o Rubro-Negro conseguiu o vice-campeonato da Copa do Brasil e a vaga na Libertadores da América do ano seguinte, o técnico Vagner Mancini acabou deixando o clube com 58% de rendimento em 41 partidas por conta do relacionamento ruim que tinha com Petraglia e de uma discussão mais dura que teve no vestiário após a final da Copa do Brasil diante do Flamengo, no Maracanã.
Com números positivos ou negativos, a decisão final sobre a continuidade do técnico Fernando Diniz caberá exclusivamente a Mário Celso Petraglia. O dirigente já provou que não cederá fácil à pressão externa. No entanto, a semana pode ser decisiva para tomar qualquer tipo de decisão, já que a partir da próxima segunda-feira, o Furacão terá três semanas importantes de treinamentos para conseguir escrever um novo rumo na temporada e lutar contra o rebaixamento à segunda divisão.