Acabou a agonia. Em uma partida recheada de suspense e de gols, o Atlético exorcizou o fantasma do rebaixamento ao golear o Flamengo, por 5 a 3, na tarde de ontem, na Arena.
Com o dever de casa cumprido, o Furacão ainda foi auxiliado pelos demais resultados da rodada e comemorou um bônus de final de ano ao ver uma das vagas para a Sul-Americana de 2009 cair em suas mãos.
Assim, apesar do susto e do baixo aproveitamento durante toda a temporada do Brasileirão, o saldo final foi positivo, já que mais uma vez o clube disputará uma competição internacional.
E o torcedor, que foi a mola propulsora do Atlético neste ano conturbado, ainda teve cabeça para caçoar dos rivais paranaenses com mensagens provocativas como: “Time grande, não cai”.
O domingo decisivo para o futuro do Atlético iniciou marcado pela paixão da sua torcida pelo clube. Manifestações de apoio aos jogadores e comissão técnica aconteceram no CT do Caju logo pela manhã e, durante todo o trajeto do CT até a Arena, o ônibus rubro-negro foi “escoltado” por uma carreata atleticana, numa grande demonstração de incentivo.
No estádio quase lotado, ecoavam alto os gritos e cantos que prenunciavam uma possível festa ao término do confronto contra o Urubu, equipe cujo histórico de ser freguês paranaense enchia o torcedor de otimismo. Mas o jogo foi tenso, como é uma decisão.
O time atleticano marcou muito bem até os 30 minutos, quando conseguiu abrir 2 a 0 de vantagem com gols de Toró (contra) e Rafael Moura. Mas a partir dali, o Flamengo começou a se encaixar em campo e encontrou facilidade pelo meio da defensiva atleticana.
Foi assim que o time carioca fez a jogada que resultou em penalidade e no primeiro gol. Para aliviar um pouco a tensão que se abateu na Arena, Júlio César, em jogada individual, fez 3 a 1.
Mas os demais resultados da rodada davam força ao Flamengo que naquele instante precisava apenas do empate para atingir seu objetivo, que era uma vaga à Libertadores. E Paraíba num chute de longe descontou a vantagem para 3 a 2, no final do 1.º tempo.
O Atlético não esmoreceu porque a torcida não deixou de apoiar um segundo sequer. E com o melhor posicionamento armado por Geninho no intervalo, o Furacão voltou melhor e neutralizou o adversário. Mas para acabar de vez com o perigo de cair à Segundona faltavam gols. E eles vieram.
Aos 26, Zé Antônio aproveitou cruzamento da direita e pôs a Arena numa histeria coletiva. E aos 42, Alan Bahia decretou a permanência do Atlético na Série A do Brasileirão. A festa era tanta nas arquibancadas que o gol carioca aos 48 do 2.º tempo serviu apenas como pretexto para Leonardo Gaciba apitar o fim da partida.
Desabafo
Ainda no gramado, os jogadores atleticanos se abraçaram e correram para a torcida para comemorar e agradecer àquelas pessoas que nunca deixaram de acreditar no time. E a torcida respondeu gritando o nome dos jogadores e ovacionando o técnico Geninho, a quem é creditada a recuperação da equipe no campeonato.
38ª rodada do Campeonato Brasileiro
Atlético 5 x 3 Flamengo
Local: Estádio Joaquim Américo, Arena da Baixada, em Curitiba
Atlético: Galatto; Rhodolfo, Antônio Carlos e Chico; Alberto (Zé Antônio aos 26′ do 2º), Valencia, Alan Bahia, Julio dos Santos (Kelly aos 32′ do 2º) e Netinho; Júlio César (Geílson aos 12′ do 2º) e Rafael Moura.
Técnico: Geninho
Flamengo: Bruno; Jailton, Fábio Luciano e Ronaldo Angelim; Léo Moura, Airton, Toró (Everton aos 14′ do 2º) , Marcelinho Paraíba e Juan; Diego Tardelli (Maxi aos 31′ do 2º) e Vandinho (Fernandão aos 19′ do 2º).
Técnico: Caio Júnior
Árbitro: Leonardo Gaciba (RS)
Assistentes: Altemir Hausmann (RS) e José Antonio Chaves ,Franco Filho (RS)
Gols: Toro (contra) aos 12′; Rafael Moura aos 26′; Marcelinho Paraíba aos 35′ (pênalti)e 42′ e Júlio César aos 40′ do 1º; Zé Antônio aos 27′; Alan Bahia aos 42′ (pênalti) e Marcelinho paraíba aos 47′ (pênalti) do 2º
Cartões amarelos: Netinho, Alberto, Zé Antônio, Rafael Moura, Geílson (A); Toró (F)
Público pagante: 22.019
Público total: 23.863
Renda: R$ 375.280,00