Atlético tenta ainda mais nesse ano

No início do ano que passou, poucos apostariam no sucesso do Atlético na Copa Libertadores da América. A saída de alguns dos principais jogadores do time vice-campeão brasileiro em 2004 e a contratação do desconhecido técnico Casemiro Mior foram como uma ducha de água fria para a torcida rubro-negra.

Mas, contrariando todas as expectativas, o time liderado por Diego, Marcão, Cocito, Evandro, Lima e Aloísio escreveu uma das mais incríveis sagas dos 81 anos de história do Furacão.

Na primeira fase, o rubro-negro não teve facilidade para se classificar no grupo que tinha também os colombianos América de Cali e Independiente Medellin e o paraguaio Libertad. Com três vitórias, um empate e duas derrotas, uma delas por 4 a 0, em plena Arena da Baixada, o time contou com uma boa dose de sorte para garantir a vaga nas oitavas-de-final.

O primeiro adversário do Furacão na fase eliminatória foi o Cerro Porteño, do Paraguai. O Atlético passou apertado, com um duplo 2×1. Já era a melhor campanha da história do clube na competição. E para deixar a torcida rubro-negra ainda mais ansiosa, o próximo desafio seria o Santos. Como a perda do título brasileiro de 2004 ainda estava fresca na memória, os atleticanos encararam o confronto como a oportunidade da vingança contra o Peixe. Mais duas vitórias, 3×2 na Baixada e 2×0 em Santos.

Agora, era a vez do Chivas Guadalajara se colocar no caminho do Furacão. Cheios de confiança, após terem passado pelo Boca Juniors, com direito a uma goleada por 4 a 0, os mexicanos chegaram a Curitiba esbanjando soberba. Numa das mais memoráveis apresentações de sua história, o Atlético venceu por 3 a 0, com gols de Aloísio, Fernandinho e Fabrício. A vantagem deu tranqüilidade para o jogo de volta, em Guadalaja. E em pleno estádio Jalisco, o rubro-negro empatou em 2 a 2 e garantiu seu lugar na decisão do título continental.

O adversário seria o São Paulo, numa inédita final entre dois clubes do mesmo país. Ao contrário do Chivas, o tricolor paulista sabia da força do Furacão na Arena. Usando como pressuposto o regulamento da competição, que exigia que o estádio da decisão tivesse capacidade para no mínimo 40 mil pessoas, o São Paulo batia o pé e não aceitava jogar na Baixada.

A diretoria atleticana não se deu por vencida e resolveu encarar o desafio de ampliar a capacidade do estádio em mais 15 mil pessoas, num prazo de menos de quatro dias. Mas a Conmebol não aceitou. Mesmo assim, mais de 20 mil atleticanos foram até o Rio Grande do Sul, para ver o Furacão empatar em 1 a 1 a primeira partida da decisão. E no jogo de volta, no Morumbi, a festa foi toda tricolor, que venceu por 4×0 e conquistou o título continental. Passado o amargor da hora, o vice-campeonato da América hoje enche de orgulho os atleticanos.

Depois disso, após um início fraco no campeonato brasileiro, o Atlético fechou o ano na sexta posição, garantindo vaga na Copa Sul-americana desse ano.

Melhor ainda

Se as expectativas da diretoria forem correspondidas, 2006 será mais um ano histórico para o Atlético. Os cartolas rubro-negros apostam na manutenção da base de 2005 para montar uma equipe em condições de brigar por todos os títulos da temporada.

Com o calendário cheio, com as disputas do campeonato paranaense, do Brasileirão e das Copas do Brasil e Sul-Americana, o clube vai contar com um elenco numeroso. Por isso, garantiu a volta de jogadores que estavam emprestados e foram destaques em suas equipes, como o goleiro Cléber, o zagueiro Igor e o lateral Michel Bastos. Quem também pode voltar é o meia Adriano Gabiru, caso o Atlético não feche negócio com o Internacional ou o Goiás, que também querem contar com o jogador.

Os jogadores que já estavam no clube também contam com a confiança da torcida. Jeancarlos, Paulo André, Alan Bahia, Ferreira, Evandro e principalmente Dagoberto são esperanças de muitas glórias em 2006.

A história da temporada começa a ser escrita amanhã. O elenco retorna definitivamente das férias e se apresenta no CT do Caju. Falta apenas saber quem será o treinador que vai assumir a missão de comandar o Furacão em busca dos troféus.

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