Atlético sofre gols e perde pontos jogando em casa

Sinal de alerta ligado na Arena. A invencibilidade e a liderança do grupo C do campeonato paranaense estão mantidas, mas pela primeira vez na temporada o Atlético levou gols na Arena e perdeu pontos em casa. Desfalcado do meia Jádson e do ala-esquerdo Marcão, além de ter jogado abaixo do esperado, o Rubro-Negro ficou apenas no empate por 2 a 2 contra o Iraty, ontem, no Estádio Joaquim Américo. O próximo compromisso na competição será o Malutrom, domingo, em São José dos Pinhais.

Quando entrou em campo, o carrossel do técnico Mário Sérgio prometia muito mais. Mesmo com desfalques, o treinador manteve a estrutura e treinou sua equipe para superar a esperada retranca do Azulão. Tudo parecia bem. Logo no início, Ivan levantou a bola na área, Émerson espalmou para frente, no pé de Fernandinho, que só ajeitou e tocou no canto da meta adversária. Festa para o bom público no belo dia de verão em Curitiba.

O gol arrefeceu o ímpeto atleticano e mostrou que o time de Paulo Campos não estava morto, nem seria páreo fácil como na primeira fase. Sem se intimidar com a grandiosidade da Arena, o Iraty começou a buscar o gol de empate e, nas sucessivas falhas aéreas, chegou no seu intento. O ala-direito Cláudio cobrou falta na área, Alexandre cabeceou para defesa parcial de Diego e Adriano aproveitou o rebote para fazer a festa.

A torcida atleticana pediu “raça, raça”, mas quem continuou mostrando disposição foi o Azulão. Enquanto isso, a arquibancada começava a se irritar com William e Fabrício, pelos mínimos erros. Mesmo assim, foi Fabrício quem pôs Washington na cara do gol após uma lambança do goleiro Émerson. O artilheiro atleticano invadiu a área, mas chutou para fora.

No segundo tempo, Mário Sérgio apostou na tática “camicase”, nas palavras dele mesmo. Tirou os alas, colocou um volante (Vânderson) para fortalecer a marcação e lançou Dagoberto na armação para aumentar o poder de fogo. Mas, o Iraty não quis nem saber e foi para cima. Novamente Cláudio levantou na área e, desta vez o meia Galvão cabeceou para virar o jogo.

Não demorou muito e tudo já estava igual. Como não poderia deixar de ser, o artilheiro Washington tabelou com Fernandinho, limpou a zaga e tocou no canto para deixar tudo igual. A torcida jogou junto e a partida melhorou. O atacante Ilan perdeu boa chance, Alessandro Lopes obrigou Émerson a fazer boa defesa após cabeceada e Fabrício também arriscou o seu chute.

A chance mais clara de virar surgiu após Ilan sofrer pênalti de Fabiano. Quem pegou a bola para bater foi Washington, mas o artilheiro esbarrou no goleiro Émerson, que fez grande defesa. Com muito crédito, o atacante foi aplaudido pela torcida. Sentindo o bom momento, Paulo Campos fez duas alterações e quase saiu com a vitória. O rápido Rodrigo foi lançado, livre, mas esbarrou no goleiro Diego, que deu o bote e evitou o pior na tarde de ontem.

Marcado, o time não joga

Se nos filmes de suspense o culpado geralmente é o mordomo, nos gols sofridos pelo Atlético, as falhas quase sempre acontecem pela fraqueza do sistema defensivo nas bolas aéreas. Ontem, não foi diferente e, nem treinador, nem jogadores conseguiram esconder a irritação com a vulnerabilidade dos zagueiros na disputa de cabeça. Nos vestiários, sobraram lamentação e elogios ao Iraty, pela boa postura tática.

“Na partida contra o Iraty lá tivemos problemas com a bola alta e eu coloquei o meu time mais alto lá em função disso. Hoje (ontem), eu não poderia entrar com três zagueiros porque nós perderíamos muito na saída de bola”, disse o técnico Mário Sérgio, que armou a equipe para buscar a vitória e quase tropeçou em casa. “Acontece. Foi um dia que nós pegamos um adversário bem postado em campo, que sabia o que estava fazendo, mas nós demos muita chance para que eles chegassem”, continuou.

Segundo o comandante rubro-negro, com as dificuldades da primeira etapa, o time foi para o segundo tempo com uma postura mais arriscada. “A situação do segundo tempo foi de suicídio, de camicase, de tentar, através do risco total, ganhar a partida”, revelou. O treinador colocou três atacantes e se expôs aos contra-ataques num risco calculado.

Para o goleiro Diego, o resultado tem que servir de lição para os próximos jogos. “Nós cometemos muitas faltas próximas da área e isso resultou em muitas chances para a equipe deles”, analisou o arqueiro. De acordo com ele, o treinador já havia alertado sobre as bolas aéreas. “O Mário disse que a única chance que eles teriam de fazer gol na nossa equipe seria na bola parada e foi o que aconteceu”, apontou.

O arqueiro não escondeu a preocupação com os gols tomados na Arena e a facilidade como isso aconteceu. “Nós temos que ter atenção e não podemos vacilar em momento algum. Nós estamos jogando contra equipes que estão encarando as partidas contra a gente como se fosse decisão e nós também temos que encarar dessa maneira”, destacou. O próximo compromisso será o Malutrom, domingo que vem, no Xingu. Para esta partida, Mário Sérgio poderá contar com Jádson e Marcão, que cumpriram suspensão automática contra o Iraty.

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