Ordem na casa

Atlético passa por semana de reformulação geral

Foi uma semana de reformulação geral no Atlético, com troca de treinador, dispensas e contratações de jogadores para tentar botar ordem na casa. Ontem, para completar, mais uma novidade no CT do Caju: o psicólogo Gilberto Gaertner foi apresentado como novo reforço do grupo. Sua missão, nada fácil, será tentar entender o que está acontecendo com o elenco, que individualmente tem jogadores de qualidade, mas que no conjunto ainda não mostrou a força esperada.

Gaertner é um velho conhecido atleticano. Em 2005, fez parte do grupo que chegou à final da Copa Libertadores. O psicólogo também já passou pelo Paraná, em 2006, para ajudar a equipe quando estava na zona de rebaixamento do Paranaense daquele ano. Além de atuar nos dois clubes de futebol, já foi psicólogo da seleção brasileira de vôlei feminino, quando comandada pelo técnico Bernardinho.

Desta vez, Gilberto chega ao Rubro-Negro para tentar resolver problemas que o técnico Geninho já apontava quando estava no comando do elenco, como ansiedade e abalo emocional que dificultavam os jogadores de mostrarem seu melhor futebol. Geninho insistia que o time fazia a bola “queimar” nos pés, no desespero de acertar. O piscólogo já detectou esses primeiros problemas antes mesmo de conhecer a fundo o grupo. As primeiras medidas são trabalhar as dificuldades isoladas de cada atleta e, na sequência, em grupo. Mesmo não sendo uma prática habitual em todos os clubes, Gaertner assegura que o uso da psicologia influencia muito no rendimento do time. “Posso ter um jogador que treina muito bem a semana toda e chega no jogo e não rende tudo que faz no treino. Aí tem uma questão que precisa ser trabalhada. Muito provavelmente, questões de ansiedade. Quando você tem uma pressão, cobrança muito grande para os resultados, isso também é muito acentuado. Todas estas questões podem ser vistas e trabalhadas dentro da psicologia do esporte”, explicou o psicólogo.

Gilberto Gaertner aposta que assim que os trabalhos em conjunto iniciarem, o elenco sentirá as mudanças no rendimento não só do time, como individual. Para que isso traga resultado efetivo, a necessidade primaria é fazer os jogadores controlarem os sentimentos neste momento de pressão. “Vamos conhecer e depois trabalhar individualmente. A ideia é aplicar treinamento de habilidades psicológicas, como gerenciamento de estresse e ansiedade, melhora da performance de atenção e concentração. E, obviamente, dentro do grupo, também vamos trabalhar a parte de comunicação, cooperação e coesão, que fazem uma diferença muito grande em termos de funcionamento coletivo”, acrescentou Gaertner.