Laboratório da bola

Atlético aposta na ciência para montar time mais competitivo

Entre mortos e feridos (demitidos ou remanejados) um departamento específico do Atlético, que outrora praticamente conduziu o futebol no clube, volta a ter muita importância na nova formatação do Furacão. O Departamento Científico e seu novo coordenador, Márcio Corrêa, tomaram a frente em diversas questões relativas à condução do futebol, seja ele nas análises de valências e potenciais do grupo, seja na avaliação de reforços que estão por vir. Em um trabalho muito conectado ao Departamento de Inteligência do Futebol. Todos estrategicamente subordinados ao vice-presidente Márcio Lara.

Paulatinamente o Atlético conduziu a reformulação de toda sua gestão de futebol. Após as demissões de Miguel Ángel Portugal, Antônio Lopes e Petkovic o clube aposta todas suas fichas na ciência e não mais no estilo “boleirão”. As opiniões do departamento têm tido bastante relevância na hora da tomada de decisões. O cargo era ocupado até pouco tempo por Oscar Erichsen, que por sua vez foi o substituto de Antônio Carlos Gomes, pioneiro neste tipo de trabalho no CT do Caju. Por toda sua experiência de oito anos de clube e por ser uma espécie de mentor de Corrêa (além de amigo), Gomes é capaz de validar a contratação e o trabalho que ele vem desenvolvendo desde que chegou.

Suporte

Para Gomes, o departamento tem que dar suporte a todo o sistema de preparação do atleta. O objetivo não é achar ou fazer algum milagre, mas a organização de várias áreas de atuação é fundamental para que o produto final, ou seja, um jogador de qualidade, seja encontrado. “É preciso colocar em ordem diversas áreas de atuação, como nutrição, medicina, fisiologia, biomecânica, bioquímica e demais áreas que atuam para controlar a carga de treino do jogador”, disse.

Para isso, é claro, é preciso de uma equipe preparada. “Obviamente ele precisa de pessoas que consigam fazer essa leitura para transformar em correções e informar o treinador e o preparador físico do que deve ser corrigido, e individualizar a carga para o jogador. Não tem como falar em alto rendimento sem esse suporte”, acrescentou.

Para que os resultados cheguem, é preciso paciência, afinal há uma mudança sensível em toda uma filosofia de trabalho. Desde as categorias de base, até o profissional, serão novos métodos de trabalho.