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Qual é a melhor grama sintética do Brasil? Do Athletico ou do Palmeiras?

O gramado sintético da Arena da Baixada. Albari Rosa/Arquivo/Gazeta do Povo

Quatro anos depois do Athletico, o Palmeiras abandonou a grama natural e instalou piso sintético em seu estádio. O primeiro jogo no gramado artificial do Allianz Parque será neste domingo (16), às 16h, contra o Mirassol, pelo Paulistão.

E com a novidade, claro, também começam as comparações: quem tem a melhor grama sintética do Brasil, Porco ou Furacão? A resposta é complexa.

O Athletico bateu o martelo sobre a mudança de gramado na Arena da Baixada ainda na temporada de 2015 — a estreia aconteceu em fevereiro de 2016.

O material usado é italiano, da fabricante Italgreen. Na época, a promessa era de algo totalmente diferente de qualquer piso sintético já visto no Brasil, sem as tradicionais borrachinhas de quadras de futebol society.

O grande diferencial está entre os fios do tapete: um composto orgânico chamado geofill, feito de fibra de coco e patenteado em 2010. Esse material é responsável por deixar o gramado mais parecido com o natural, garante o fabricante.

No caso do estádio do Palmeiras, o composto é sintético, feito de partículas cilíndricas de até 5 milímetros, mais caro do que o concorrente. “Usamos uma borracha que chama TPE, um elastômero termoplástico. Esse TPE elimina até 15 graus em relação ao SDR, que é a borracha de society”, explica Alessandro Oliveira, presidente da Soccer Grass, empresa que fez a instalação na casa palmeirense.

“A fibra de coco, para você ter absorção de impacto, precisa sempre estar molhando para ficar macia. Descompactar e molhar. No Allianz, a borracha está sempre estabilizada sem necessidade de irrigação”, compara Oliveira.

Palmeiras vai estrear nova grama no domingo (16) | Foto: Cesar Greco/Palmeiras

De acordo com Rogério Garcia, CEO do GV Group, empresa responsável pela colocação do gramado da Baixada, esse é um grande paradigma. Segundo ele, o principal motivo da irrigação regular é, na verdade, controlar a velocidade da bola.

“O gramado é molhado todos os jogos por opção do clube. A fibra precisa, sim, ser molhada para absorver umidade. Mas uma vez que isso acontece, pode ficar de um mês sem ser molhada novamente, podendo ter vários jogos, que a absorção de impacto vai ser mantida. Quando as fibras perdem umidade, pela evaporação, é preciso irrigar de novo”, afirma.

“A vantagem do geofill é que ele retém menos calor que o TPE, ou seja, a a temperatura do campo fica menor”, emenda.

As duas gramas, em si, são bastante parecidas. Os fios utilizados na Arena da Baixada são um pouco mais altos (60 mm) do que os do Allianz Parque (50 mm). No Paraná, as emendas dos rolos são costuradas e colocadas horizontalmente, enquanto em São Paulo o piso é colado e instalado verticalmente no campo.

No Allianz, há ainda uma manta de amortecimento por baixo do gramado, ao contrário da Arena da Baixada.

“Ambos são campos homologados pela Fifa como Quality Pro. Quem ganha com isso é o futebol brasileiro. E quem vai ter dificuldade são os gramados naturais que não têm bom estado de conservação”, opina Oliveira.

Além do menor custo de manutenção em relação à grama natural (cerca de 80% menor), o piso artificial também facilita a marcação de shows nos estádios. A tradicional cena do campo danificado, com péssima condição de jogo após um espetáculo, por exemplo, já não acontece mais na Baixada.

Agora, depois de 27 jogos fora de casa por esse motivo desde a inauguração de sua arena, em 2015, também não será vista no estádio do Palmeiras. Quem será o próximo a aderir ao popular “tapetinho”?

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