Uma tradição passada de pai para filho. Quando Olindo Jaremtchuk começou a comprar e guardar como recordação, na década de 1970, edições da Tribuna do Paraná em que o Athletico estivesse na capa, ele não imaginou que esse gosto se perpetuaria por tanto tempo até chegar ao seu filho mais novo. O pai, hoje com 65 anos, divide o amor pelo time e pela coleção de jornais com o caçula Guilherme, de 23 anos. Mesmo em tempos de internet, os dois fazem questão de ir à banca de jornal e garantir um exemplar, caso a capa seja do Furacão. Eles perderam as contas de quantas edições têm no acervo, mas acreditam que o número deve passar de 200.

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Tudo começou quando Olindo, profissional do ramo de telecomunicações, decidiu que seria importante não só ficar por dentro das notícias do time, mas também deixar as lembranças para a posteridade. “Costumava comprar o jornal e guardar, principalmente, quando a notícia do Athletico era boa, como, por exemplo, quando ganhava um jogo ou era campeão”, contou. Vale lembrar que nos idos dos anos 70, quando iniciou seu acervo, o acesso às notícias acontecia sobretudo por meio do impresso.

Olindo possui diversos ingressos antigos. Foto: Lineu Filho.

“Eu não deixava passar uma capa que tinha o Athletico quando estava em Curitiba, porque eu trabalhava muito no interior naquele tempo. Ainda assim eu procurava por lá e às vezes até achava”, detalhou. Olindo recebeu a equipe de reportagem da Tribuna do Paraná em sua casa, no bairro Capão Raso, em Curitiba, e nos mostrou apenas uma pequena parte de seu arquivo. Com várias pilhas de jornais guardados em sacos no sótão, o aficionado pelo vermelho e preto deixa ‘poucas’ edições à mão, algumas muito especiais.

“Tudo é relíquia, mas tenho como uma das mais importantes, principalmente a do Campeonato Brasileiro de 2001, com o pôster”, afirmou. E foi vendo o empenho e o carinho de Olindo pelos exemplares que Guilherme, que é designer gráfico, seguiu os passos do pai em relação à preciosa coleção. Apesar de ter mais um filho e uma filha, todos atleticanos, foi o caçula que continuou a tradição da família Jaremtchuk.

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“Desde quando eu era criança, eu via meu pai comprar o jornal. Eu gostava muito de ver o jogo e depois comparar com as matérias. Mesmo com a era online, se a capa era do Athletico, eu pedia para meu pai, ou às vezes nem precisava pedir e ele já comprava”, relembrou.

O torcedor aprecia, inclusive, fazer análises das capas, incluindo opiniões sobre as chamadas e fotos escolhidas pelos editores da Tribuna do Paraná. Por isso, é uma satisfação para Guilherme contar toda a trajetória do time nas competições por meio das capas dos jornais.

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“Na Copa do Brasil deste ano e na Sul-Americana do ano passado não foi diferente, as capas contam uma história, passam a emoção do que foi o jogo”, comentou. Pai e filho também colecionam outros itens ligados ao Furacão, como ingressos antigos, copos, pôsteres, bandeiras e chaveiros de várias épocas. Mesmo no meio de tantos objetos, os jornais ganham um lugar especial.

Pai e filho carregam os jornais da Tribuna com as conquistas do Brasileiro de 2001 e da Copa do Brasil de 2019. Foto: Lineu Filho.

“No meu quarto tem um cantinho só de coisas do Athletico. Os jornais ficam em uma caixa e é bacana o fato de serem palpáveis. Quando mostro pra alguém minha coleção não teria a mesma graça se eu tivesse que entrar na internet”, detalhou. Entre tantas lembranças no papel, o torcedor tem uma edição que traz muitas lembranças boas e que ele guarda no hall das favoritas.

“Gosto muito da capa com a vitória em cima do Fluminense no Maracanã, pela Sul-Americana. Estive lá, fizemos um bate-volta e foi um momento muito especial”, recordou o filho, que se tivesse a missão de ser o editor do jornal e fazer a capa por um dia colocaria na capa um craque da atualidade do Rubro-Negro.

Jornais históricos da Tribuna com o Furacão em destaque. Foto: Lineu Filho.

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“Não sei o que escreveria, mas a foto seria do Bruno Guimarães porque hoje ele é uma peça fundamental e esteve presente nos dois últimos títulos importantes do Athletico, se tem alguém que representa o time, é ele”, cravou. Além de garantir seu exemplar, no dia a dia, as edições especiais têm mais espaço ainda na família.

“Nos jornais com o título, com os pôsteres, geralmente compro três exemplares: um para guardar, outro pra presentear minha namorada e um último para colocar na parede do meu quarto”, finalizou. No dia em que a Tribuna do Paraná completa 63 anos, Guilherme avalia como essencial a presença do periódico em sua rotina de acompanhar seu time do coração. “Como leitor, diria que é um jornal que faz parte da rotina, ainda mais quando o assunto é futebol. Prefiro muito mais o impresso. Não que eu não leia o online, mas o jornal é algo que vou ter para sempre”, destacou.

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Lembrança ‘massa’

A Tribuna do Paraná conheceu Guilherme por meio de uma rede social. Após o Athletico se consagrar como campeão da Copa do Brasil, o torcedor postou uma foto de diversas capas do jornal e escreveu: “Tá aí. Esse tipo de lembrança que eu acho massa demais”.

Para fechar a coleção da disputa nacional faltavam as capas dos primeiros jogos, diante do Fortaleza. Levamos para ele os exemplares que faltavam e ele se emocionou. “Agora sim. Coleção completa”, finalizou.

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