Assembléia para destituir Gionédis pode sair logo

O eterno presidente Evangelino da Costa Neves volta ao Alto da Glória carregado nos braços do povo. Na verdade, num carro conversível, mas a torcida já começa a festejar assim mesmo a participação do ícone alviverde no protesto de amanhã pela renúncia do presidente Giovani Gionédis. Membro da atual diretoria e deflagrador do processo de impeachment contra o mandatário coxa, o Chinês é mais um a reforçar a mobilização pela destituição dos atuais dirigentes após a queda e permanência na segunda divisão.

?Está confirmada a presença do Evangelino. Vamos levá-lo sentado num carro conversível devido à saúde dele?, revela Édson Fink, presidente do Movimento Unido Coritibano (MUC) e um dos líderes do protesto encampado por vários segmentos organizados do Coritiba. De acordo com Fink, Evangelino não estará de volta ao Alto da Glória para assumir cargo nenhum, mas para resgatar seu nome. ?Ele será conduzido nos braços da torcida, do povo?, vibra Fink.

Para isso, foi montado todo um esquema para poder levar o Chinês à carreata da Praça 19 de Dezembro ao Couto Pereira. ?Não vamos expô-lo às 11 da manhã na praça. Ele só vai de carro conversível a partir das 13 horas na subida do morro?, destaca. Ontem à tarde, o MUC se reuniu com Evangelino e pessoas próximas para tratar da participação dele. ?Conseguimos o carro com pessoas de confiança, que são amigos dele e vão levá-lo ao protesto?, aponta.

No mês passado, Evangelino mandou uma declaração pública ao conselho deliberativo pedindo a demissão de Giovani Gionédis ou pedindo ao próprio conselho que abrisse inquérito contra o dirigente por supostas falsificações de assinaturas. Depois, voltou atrás e disse que não era bem assim. No entanto, declarou que não sabia se tinha assinado ou não.

Os documentos com as rúbricas do Chinês são peça chave para a convocação de uma assembléia geral para votação do impeachment de Gionédis.

Militão aguarda resposta do perito pra convocar os sócios

Acusado de estar com ?dificuldades? para tocar o processo de impeachment do presidente Giovani Gionédis, Júlio Militão da Silva passou a bola para a oposição. Se um fato novo e grave surgir, o comandante do conselho deliberativo convoca imediatamente a assembléia geral de sócios do Alviverde. Por enquanto, o conselhão espera pela perícia nas supostas assinaturas de Evangelino da Costa Neves para saber se são verídicas ou não. De qualquer forma, o bloco contrário à atual administração do Coxa entrega um documento pedindo a cabeça do principal dirigente do clube do Alto da Glória.

?A mesa não está sentindo nenhuma dificuldade. Nós estamos procurando uma prova técnica e dependemos de um perito e não podemos apressar esse perito?, rebate Militão. De acordo com ele, o processo de impeachment contra Gionédis está baseado em aspectos jurídicos e não políticos.

?A mesa está fazendo conforme o estatuto. Se a perícia provar que a assinatura não é de Evangelino, será marcada a assembléia. Caso contrário, para convocar a assembléia é necessário algum fato novo. Por enquanto, estamos baseados no documento apresentado pelo Evangelino?, aponta.

Segundo ele, um desses motivos poderá ser alguma irregularidade no Coritiba S/A, empresa criada para gerenciar o dinheiro do Coritiba Foot Ball Club. ?Criamos uma comissão para analisar os documentos do Coritiba S/A, da qual faz parte o Tico Fontoura, e estou cobrando dessa comissão um relatório?, dispara. Além de Tico, estão nessa comissão os conselheiros Domingos Moro, Eduardo Spinola, José Manuel Barradas e Francisco Araújo.

Enquanto isso, a oposição está lapidando o documento que irá encaminhar ao conselho. ?O pedido de instalação da assembléia geral está sendo revisto e depois serão colhidas as assinaturas de alguns conselheiros para ser encaminhado à mesa do conselho deliberativo?, revela Gustavo Nadalin, advogado da oposição. Segundo ele, esse pedido está embasado na declaração de Evangelino de que sua assinatura foi falsificada, de eventuais problemas no Coritiba S/A e no trato de Gionédis com a torcida. Na quarta-feira, liderados por Tico Fontoura, a oposição pediu a renúncia do atual presidente e deu prazo até hoje.

Procedimento

Caso Gionédis renuncie, André Ribeiro assume na condição de vice-presidente e será marcada a eleição para um novo membro na diretoria.

Se todos os nove membros renunciarem, Militão pega as rédeas do clube e comanda um processo eleitoral para uma nova diretoria, para um mandato tampão.

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