Inspiração no vizinho

Ascensão do Joinville serve de exemplo para times do Paraná

Primeiro time garantido na Série A de 2015, o Joinville passou, em um período de cinco anos, a ser um time fora de série, nas palavras dos seus próprios dirigentes, para ser uma das atrações da elite do futebol nacional do ano que vem. Velho conhecido do torcedor paranaense, o coordenador técnico da equipe catarinense, Sergio Ramirez, com 62 anos, foi uma das importantes peças do staff montado pelo JEC para consolidar a sua ascensão e confirmar a sua vaga no Brasileirão do ano que vem.

No Joinville desde 2009, Ramirez conviveu de perto com a realidade do time, que disputou pela primeira vez a Série D do Campeonato Brasileiro no ano seguinte e já conseguiu o acesso para a Terceira Divisão em 2011. “Em 2009 foi quando justamente começou esse processo. O presidente Nereu Martinelli levou sempre esse pensamento, de transformar o Joinville em um clube fora de série, pois não estava em nenhuma das quatro divisões, para conseguir a ascensão nos anos seguintes”, contou ele.

O coordenador destacou que a melhora na estrutura do clube foi um dos pontos positivos que ajudaram o time catarinense neste processo de recuperação. “O clube mudou principalmente a sua estrutura. O CT foi reformado e a equipe passou a ter bons campos para trabalhar, uma boa academia para fazer os trabalhos e as atividades com as categorias de base, em conjunto com tudo isso, também ajudaram neste processo. A partir dessas mudanças tudo começou a desenrolar melhor”, detalhou.

Com bons resultados colhidos em campo desde 2010, quando foi quarto colocado na Série D e conseguiu o acesso para a Série C, o Joinville, segundo Ramirez, sempre manteve os pés no chão e uma filosofia de trabalho profissional norteando os rumos do clube. Esta forma de gestão, que serve de exemplo principalmente para Coritiba e Paraná, que vivem momentos delicados fora de campo, foi, para o ex-jogador do Pinheiros, um dos segredos do sucesso nas últimas temporadas.
“A direção sempre se preocupou com essa filosofia de trabalho, sem loucuras e com os pés no chão. Os salários sempre estiveram em dia, assim como as premiações. Além disso tudo, o clube dava toda a comodidade para os jogadores trabalharem, assim como as suas famílias, que ficavam bem instaladas na cidade, sem faltar praticamente nada. Com isso, fomos crescendo e ano passado não conseguimos o acesso por causa de um ponto”, lembrou.

Neste ano, Ramirez ressaltou que a equipe de trabalho formada do lado de fora, sobretudo a contratação do técnico Hemerson Maria, impulsionaram o JEC na conquista do acesso para a Série A. “O César Sampaio veio como superintendente e o Léo Franco já era o gerente de futebol. Junto trouxemos o Hemerson Maria, que fez a diferença pelo seu trabalho qualificado a frente da equipe. Montamos o grupo com juventude e alguns jogadores mais experientes. O segredo foi o planejamento e a execução desse planejamento da melhor forma possível”, comemorou Ramirez.