São Paulo – Foi preciso apenas um GP para Jacques Villeneuve ter sua capacidade de pilotar colocada em dúvida pela Sauber. O canadense teve uma atuação medíocre na prova de abertura do Mundial, na Austrália, e já se comenta na Europa que o time suíço está pensando em um eventual substituto se as coisas não melhorarem. Ele seria Anthony Davidson, piloto de testes da BAR.
Jacques parou de correr no final de 2003 e voltou para as três últimas corridas do ano passado na Renault, substituindo Jarno Trulli. Foi um fiasco. Achou que os carros estavam "rápidos demais" em relação aos que guiara um ano antes. Já contratado pela Sauber para 2005 e 2006, prometeu se preparar para não fazer feio nesta temporada.
Até que o começo não foi desastroso, já que a sorte lhe deu o quarto lugar no grid em Melbourne ? fez sua volta lançada com pista seca no sábado, pouco antes de desabar um implacável toró. No domingo, porém, a segunda fila foi transformada em pó logo na largada. Perdeu cinco posições e acabou a prova em 13.º, com duas paradas. Seu companheiro Felipe Massa, que largou na última fila e fez um único pit stop, andando com o carro muito pesado, acabou três posições à frente. Um vexame.
Jacques alegou que seu carro estava "inguiável". Agora, joga para a equipe a responsabilidade. "Há ajustes a ser feitos de ambos os lados, o que inclui o time. Se eu tivesse chegado aqui como um novato, esperaria que me dissessem o que fazer. Mas quando se chega com oito ou nove anos de experiência e se quer que as coisas funcionem em alto nível, você tem de forçar. E isso talvez esteja causando um certo desconforto."
Peter Sauber não confirmou as sondagens a Davidson. E evitou críticas diretas a Jacques. "Claro que não ficamos satisfeitos com o que aconteceu na Austrália, mas é prematuro tirar qualquer conclusão depois de apenas uma corrida." Segundo a revista inglesa Autosport, há uma cláusula de performance no contrato de Villeneuve que permite à Sauber demiti-lo sem pagar rescisão.