Enfim vai ter Copa

Após polêmicas, Curitiba recebe seu primeiro jogo da Copa 2014

Último palco da Copa do Mundo do Brasil a ficar pronto, a Arena da Baixada, depois de muitas polêmicas e incertezas, sobretudo por causa do modelo de gestão e da engenharia financeira adotadas no processo de reforma e ampliação do estádio, recebe hoje, às 16h, o primeiro jogo do Mundial entre Irã e Nigéria. Depois de Curitiba ter sido escolhida como uma das sedes do maior torneio de futebol do mundo em maio de 2009, todos os noticiários envolvendo o Joaquim Américo, na sua maioria, foram bastante polêmicos.

Sem um projeto e um cronograma definido em 2012, a CAP S/A, que foi criada somente para gerir as obras da reforma e ampliação da Arena da Baixada, demorou a receber as primeiras parcelas do financiamento firmado com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), principalmente pela demora na apresentação das garantias para a obtenção dos recursos. A partir daí, uma grande briga política surgiu e um acordo tripartite, envolvendo o Atlético, a prefeitura de Curitiba e o governo do Estado, resolveu, por ora, o entrave financeiro para custear a obra, que em 2012 custava R$ 184,6 milhões.

O empréstimo junto ao BNDES, foi aprovado somente em agosto de 2012 e, a partir daí, o Atlético passou a postergar o prazo de entrega do estádio, que teria que ser reinaugurado em março de 2013. Nesta data, inclusive, a Arena da Baixada atingiu a marca de execução de 56% e tinha até dezembro do ano passado para finalizar completamente as obras de ampliação e reforma do Joaquim Américo.

Se não bastasse todos os entraves, algumas polêmicas surgiram para atrapalhar o caminho do palco paranaense escolhido para receber jogos da Copa do Mundo. O então vice-presidente do Atlético, José Cid Campêlo Filho, deixou o cargo no clube e denunciou um possível favorecimento de parentes de Mário Celso Petraglia nos contratos firmados para as obras do estádio. A principal denúncia atingiu a empresa Kango Brasil, que pertence ao filho de Mário Celso Petraglia e forneceu as cadeiras para a Arena da Baixada.

Todo o problema ocasionado pela demora nos repasses dos recursos interferiu diretamente no andamento das obras da Arena da Baixada. Sem condições de honrar seus compromissos com empresas prestadoras de serviços, alguns trabalhadores fizeram greves no canteiro de obras do estádio atleticano.

Susto

Todo o imbróglio que envolveu a reforma e ampliação da Arena da Baixada estourou no início deste ano. Em janeiro, o secretário-geral da Fifa, chegou a pedir a exclusão de Curitiba da rota da Copa do Mundo pela ineficácia do cumprimento dos prazos estabelecidos para a entrega do estádio. Por isso, a gestão da obra sofreu uma intervenção a pedido da Fifa. Um mês depois, no dia 18 de fevereiro, Curitiba foi finalmente confirmada para a Copa do Mundo. O orçamento da obra subiu consideravelmente e, apesar de crivado em R$ 330 milhões, o estádio atleticano foi o mais barato dentre os outros onze palcos escolhidos para receber partidas do Mundial. Apesar da maioria dos problemas resolvidos, as obras se arrastaram até as últimas semanas e hoje, finalmente, a Arena receberá uma partida da Copa do Mundo.