Aloísio continua sendo a dúvida para amanhã

O técnico Antônio Lopes comandou ontem o primeiro trabalho com bola depois da chegada da delegação do Atlético a Guadalajara.

A principal dúvida continua sendo o atacante Aloísio, que faz tratamento de um inchaço no joelho e tem poucas chances de atuar contra o Chivas, pela semifinal da Copa Libertadores da América. Em seu lugar poderá surgir o meia Fernandinho, que abriria espaço na meia para a volta de Alan Bahia.

"O time ainda não está definido. Temos mais um trabalho para fazer e somente aí é que a gente vai definir a melhor escalação", aponta o Delegado. Segundo ele, a prioridade é esperar pelo atacante titular da equipe, mas que ainda restam outras possibilidades. "Nós temos o Cléo, temos o Jorge Henrique, temos o Fernando e podemos usar uma delas nesse jogo de quinta-feira", projeta o treinador.

Para Aloísio, sua participação na partida que pode valer a classificação para a final do principal torneio continental ainda é uma incógnita. "O joelho ainda está muito inchado e eu estou fazendo o tratamento. Só resta esperar até quinta para ver se vai dar para jogar", aponta. Ele se machucou na primeira partida contra os mexicanos. Tomou uma pancada na perna direita que afetou a coxa e o joelho, mas o que preocupa mesmo é o joelho.

O restante da equipe não deverá sofrer alterações. Caso Aloísio atue, a outra dúvida ficaria entre o aproveitamento de André Rocha ou Alan Bahia como segundo volante. No trabalho de ontem no centro de treinamentos do Atlas, ambos foram utilizados, mas nenhum ainda escolhido. "Os dois são grandes jogadores. Vamos esperar mais para ver quem vai", despista Lopes.

A equipe treinou somente em um período ontem devido a desgastante viagem de Curitiba até Guadalajara. Foram mais de 14 horas a bordo do avião fretado pelo clube. Depois da saída, às 13 horas de segunda-feira, do aeroporto Afonso pena, a delegação só entrou no hotel quando já passavam das 4 horas, horário de Brasília. Hoje, o trabalho volta a ser realizado no CT do rival do Chivas e à noite o grupo faz apenas um reconhecimento do Estádio Jalisco.

Torcida garante estádio lotado para amanhã

Se depender da expectativa dos torcedores do Chivas Guadalajara, o Estádio Jalisco vai ser a arma que a Arena da Baixada foi para o Atlético na primeira partida da semifinal da Copa Libertadores da América. Filas ao redor do estádio para comprar um dos 65 mil lugares do tradicional palco do futebol se formam desde segunda-feira e a tendência é que hoje os ingressos já estejam esgotados. Nem a vantagem que o Atlético tem está tirando o sonho das ?Cabritas? disputarem a final do torneio continental.

?A confiança é a mesma. Temos atletas que são guerreiros e podem mostrar isso na quinta-feira?, diz Raul Valdez, torcedor do Chivas. Com o filho pela mão, ele foi mostrar ao rebento o palco da partida de amanhã. ?O que você achou do estádio? Muito bonito, não??, questiona, ao descobrir a presença de jornalistas brasileiros naquele que já sediou partidas de duas copas do mundo.

Difícil discordar de um palco voltado somente para o futebol e que deverá se transformar certamente numa grande panela de pressão para o Rubro-Negro. ?A torcida é muito vibrante e empurra o time. Apesar dos 3 a 0 no primeiro confronto estamos muito esperançosos numa boa vitória e na passagem para a final?, projeta Rodolfo Ramirez, taxista e apaixonado pelo Guadalajara.

Para se ter uma idéia da vibração dos torcedores, a administração do estádio escreveu nas escadarias pedidos para que ninguém pule ritmadamente. ?As arquibancadas balançam, algumas pessoas têm medo, mas não há perigo e todos continuam pulando?, diz Arturo Rodriguez, administrador do estádio. (RS).

Paixão não tem limite. Nem distância

Se o amor constrói na relação a dois, o que dirá quando o culto ao mesmo time junta ainda mais um casal. Pois foi isso que fez Valéria e Sérgio Iturvide deixarem os filhos com a mãe dela e embarcarem no vôo fretado do Atlético até Guadalajara. Assim como eles, mais 22 pessoas também fizeram a mesma escolha e vieram conhecer o México e torcer para o Rubro-Negro na partida de amanhã contra o Chivas.

?Tivemos dois filhos, que já estão com seis e três anos e agora resolvemos que era o momento de fazermos um ?tiro? mais longo?, revela Sérgio. Segundo ele, os últimos anos foram muito dedicados a prole e a paixão pelo Furacão teve que se resumir a viagens curtas, de um dia apenas. ?Agora as crianças estão grandes e podemos deixá-las com a minha sogra?, destaca.

Fanático pelo Atlético, o empresário tomou a decisão meio na correria. ?Acordamos sábado, olhamos no jornal que ainda restavam vagas e pensamos: vamos? Então vamos!?, aponta. Sem demora, ele entrou em contato com o clube e acertou as reservas. ?Estamos gastando cerca de R$ 10 mil, mas vale a pena. É um regalo para a vida?, diz Sérgio. Em terras mexicanas, ele ainda pretende conhecer Acapulco hoje e voltar amanhã para a partida. Na volta, ele ainda pára em Brasília para acompanhar o Rubro-Negro contra o Brasiliense.

A decisão de Sérgio e Valéria não muda muito em relação aos outros torcedores. Ou melhor, para alguns, acompanhar o Furacão já vinha sendo acalentado. ?Desde maio eu já estava pensando em acompanhar o Atlético caso ele fosse longe?, revela Manoel Munhoz, advogado aposentado. Quando viu a disponibilidade de passagens, não pensou duas vezes e também embarcou. ?É o melhor turismo que pode existir. Estou gastando R$ 5 mil e acho que vale a pena?, aponta.

Se depender deles, o Rubro-Negro não estará sozinho enquanto estiver disputando a Copa Libertadores da América. Além de conselheiros, empresários do futebol e da própria imprensa, sempre presentes, a empolgação entre os torcedores é cada vez maior. ?O time estava desacreditado, mas a gente sempre acreditou?, opina Sérgio. Com fé e muita vibração, agora todos acreditam e já projetam uma final. ?Estou torcendo para que o River Plate ganhe do São Paulo e a gente possa ir de carro para Buenos Aires?, sonha Manoel.

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