A mando de Lori, alas vão ao ataque no Paraná

Durante muitos anos, se um treinador falasse em jogar com três zagueiros, era logo taxado de ?retranqueiro?. No entanto, aos poucos, o mito foi caindo por terra, à medida que a função dos alas foi se espalhando pelo mundo da bola. Hoje, por exemplo, o São Paulo, líder do campeonato paulista, tem nos alas Cicinho e Júnior a referência ofensiva da equipe.

Guardadas as devidas proporções de caixa – o Tricolor paulista tem jogadores muito mais valorizados no mercado – a idéia do técnico Lori Paulo Sandri é dar ao Paraná a mesma postura.

Para tanto, dois jogadores são se suma importância para as pretensões do treinador: Alex e Vicente. ?As jogadas ofensivas dependem muito dos alas. Por isso estamos trabalhando muito para que eles saibam fazer uso da liberdade de atcar?, explica Lori. Segundo o treinador, o único momento em que os alas têm algum compromisso defensivo é na cobertura do companherio do lado oposto. ?Tem que haver a sitonia. Quando o Alex subir, o Vicente tem que cobrir na diagonal. E vice-versa?, ensina.

Mas essa sintonia, como é sabido no mundo do futebol, só pode vir com o entrosamento. Justamente por isso, o garoto Alex comemora a semana cheia de treianmentos. ?É importante haver uma coordenação perfeita entre mim e o Vicente. E isso está vindo com o tempo?, diz.

Ao menos, um ponto forte os dois têm em comum: sentem-se realizados jogando na posição. ?No Júnior, durante a Copinha, jogamos no 3-5-2 e fiz essa função. Já estou acostumado?, diz, mesmo deixando transparecer, durante os jogos, uma certa timidez para atacar. ?Na verdade, nem é falta de vontade de subir. No jogo contra o Engenheiro, tive mais espaços. Mas contra o União, em vez de um lateral havia um volante marcando pela esquerda. Daí complicou?.

Pelo lado de Vicente, o jogo fluiu mais fácil e acabou vindo dele o toque para o gol de Renaldo. ?Estou adaptado. Sempre fui um jogador de velocidade e estou à vontade para apoiar?.

Briga

Se no caso de Alex a briga pela vaga de titular é mais branda, já que Giuliano ainda não está no melhor de seu condicionamento físico, no caso de Vicente, a sombra é forte – ninguém menos que Edinho, outrora titular absoluto. Talvez por isso, ele esteja ?passando da bola?. ?Estou aproveitando bem a chance que tive. Não é fácil disputar posição com um jogador da qualidade de Edinho. Mas se hoje sou titular, é porque também tenho qualidade. Essa briga é sadia e dá muita motivação.?

Marlon ganha vaga no ataque

Se não fosse jogador de futebol, o atacante Marlon poderia ser, tranqüilamente, um velocista. Apesar de ter o corpo esguio, com pernas finas, tal qual os maratonistas, é na velocidade que o jogador tem a sua maior qualidade.

E é justamente graças a esse diferencial que Marlon reconquistou a vaga de titular para a partida de domingo, contra o Cianorte, no Estádio Albino Turbay. Sentindo o peso de jogar fora de casa no 3-5-2, o técnico Lori Paulo Sandri optou por sacar Giba, mais técnico, para provocar correria no setor ofensivo. "Foi uma atitude bem pensada e circunstancial. Para este jogo, precisamos de velocidade nos contra-ataques. E isso é o Marlon que pode dar", disse o treinador, confirmando de antemão a presença do jogador ao lado de Renaldo no ataque tricolor.

Animado com a nova oportunidade de começar uma partida como titular, Marlon só lamentou o fato de ter tido que ficar a tarde de ontem entregue ao departamento médico. Ele está com uma tendinite no tornozelo direito, mas garante que hoje já estará treinando. "Senti um pouco de dor, mas com o tratamento de hoje (ontem), já amenizou. Amanhã já vou pra luta", disse.

Depois de muita briga, Marlon conseguiu assegurar a condição de titular ainda sob o comando do técnico Paulo Campos. Entretanto, com a saída do treinador, ele se despediu da titularidade na partida comandada pelo interino Júlio César, comandante contra o Roma. "A gente tem que respeitar a decisão do treinador, mas continuar brigando sempre para estar entre os onze. Aliás, um jogador de futebol, mesmo sendo titular absoluto, tem sempre que tentar se aprimorar", ensina.

Bem preparado, ele correspondeu à expectativa de Lori na partida contra o Engenheiro Beltrão – entrou e deixou a sua marca num belo gol, com direito a drible no goleiro. No jogo seguinte -derrota por 1 a 0 para o União Bandeirante – ele não marcou, mas deu nova disposição ao setor ofensivo. "Esse é o segredo. Aproveitar ao máximo cada oportunidade", ensina. E não deu outra. Devido às boas participações, ele reconquistou a camisa titular. "Agora, é brigar pra me manter."

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