A bela Rosario, de Che Guevara a Carlos Gardel

Rosario – Misture Curitiba com Maringá, coloque um ar europeu e um toque ?blasé? tipicamente argentino. Dessa mistura, sai Rosario, uma das maiores cidades do país, mas com um jeito de cidade do interior. Com quase dois milhões de habitantes em sua área metropolitana, a cidade carrega as tradições de uma história recheada de grandes nomes.

O primeiro deles é Lisando de la Torre – que, por sinal, dá nome ao Gigante de Arroyito, onde o Coritiba enfrentou ontem o Rosario Central. Foi ele quem criou a bandeira da Argentina, e por isso o Monumento à Bandeira é o principal ponto turístico da cidade. Ao lado dele está o coronel Pringles, que foi o grande libertador da região de Santa Fé (província onde Rosario está localizada).

Depois, vem Carlos Gardel. Uruguaio de nascimento, o nome-chave da história do tango passou grande parte da vida em Rosario, e a casa onde morou tornou-se um museu – que, para os apaixonados argentinos, é na verdade o santuário onde se cultua o homem que transformou em música a vida de cada um. O último da ?lista? é Ernesto ?Che? Guevara, que nasceu em Rosario – também há um museu-casa-santuário do líder comunista. Ele sempre está na moda na Argentina (ainda mais na época pós-populista de Nestor Kirchner), mas hoje ele virou febre entre os torcedores de futebol, principalmente os do Boca Juniors. Isso porque o ídolo do time, o jovem Carlos Tévez, é admirador confesso de Che, e sempre que pode usa roupas que evocam a memória do médico que invadiu Cuba ao lado de Fidel Castro.

Mas Rosario tem mais que memória. É uma cidade agitada, boêmia como todas as metrópoles da Argentina. Bares, restaurantes e sorveterias (uma marca local) ficam abertas até altas horas, recebendo moradores e turistas, que têm na cidade o ponto de partida para o norte do país – e para cidades como Santa Fé, Córdoba e Mendoza. Nas suas ruas pequenas, carros disputam as preferências das esquinas.

E o ponto de confluência de Rosario é uma, digamos assim, “Rua das Flores”. Mas não pense que a ?Rua das Flores? de Rosario é animada todo o dia. Como nas cidades européias, as lojas fecham no início da tarde para a ?siesta?, e só reabrem depois das 16h. Quem não sabia da peculiaridade só pôde ver vitrines. “A única vantagem é que eu não gastei nenhum centavo”, brinca o médico do Coritiba William Yousef, que tentou fazer compras às 14h de quarta.

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