Ganchinho

Bairro sem escola

Em menos de dois anos, mais de quatro mil famílias se mudaram para o Ganchinho e passaram a morar nos residenciais Parque Iguaçu I, II e III, próximo a Moradias 23 de Agosto. Pouco mais de um ano após a chegada dos últimos moradores, a comunidade ainda espera pela instalação completa da estrutura que deveria ter acompanhado os novos habitantes no local. A situação foi manchete da última edição da Tribuna Regional do Bairro Novo.

Novos conjuntos habitacionais levaram mais de 4 mil famílias para o bairro e crianças ainda não tem onde estudar. Foto: Giuliano Gomes
Novos conjuntos habitacionais levaram mais de 4 mil famílias para o bairro e crianças ainda não têm onde estudar. Foto: Giuliano Gomes

A principal demanda é por equipamentos de educação. A região conta apenas com uma escola estadual e três unidades municipais, que não conseguem atender a todas as crianças que moram por ali. “Não tem vaga e os alunos precisam ir para outras escolas longe daqui”, conta Vera Lúcia Soares, da Associação de Moradores Moradias 23 de Agosto.

A situação contraria a determinação de que, quando é construído um novo conjunto habitacional, deve ser providenciada também toda a estrutura para receber os novos moradores. “A gente faz contato direto com as secretarias de Educação, sempre falamos com o prefeito e participamos de todas as audiências públicas, mas não está adiantando”, lamenta Vera Lúcia.

“A maioria das crianças precisa estudar longe. E isso também pesa na questão financeira. Aqui é uma comunidade em que a maioria das famílias é carente e com as crianças sem aulas elas correm o risco de ficar sem o Bolsa Família. Se torna um transtorno, os pais vão trabalhar preocupados e algumas mães até saem do serviço pra ficar com as crianças”, alerta a líder comunitária.

Vera Lúcia: “Alunos precisam  ir pra escolas longe daqui”. Foto: Giuliano Gomes
Vera Lúcia: “Alunos precisam ir pra escolas longe daqui”. Foto: Giuliano Gomes

Impasse sem fim

De acordo com a Cohab, a construção de novas escolas na região esbarra em um impasse judicial. O proprietário do terreno onde seriam instalados os equipamentos desistiu do acordo de doação da área e o município está reivindicando a solução na Justiça. Até que o caso se resolva, não será possível iniciar as obras de uma creche, uma escola municipal e um colégio estadual.

Já a Secretaria Estadual de Educação (Seed), informou que, conforme o estudo de demanda do município de Curitiba realizado pela pasta “apontou a necessidade de construção de novas unidades escolares na região Sul da cidade, onde está o Moradias 23 de Agosto”.

Está prevista a construção de três novas escolas: Moradias Parque Iguaçu/Ganchinho, Moradias Itaqui e Sabará. De acordo com a Seed, as unidades Itaqui e Sabará estão com os projetos finalizados e aguardam liberação de recursos financeiros do governo federal. A unidade Parque Iguaçu/Ganchinho aguarda parecer judicial para liberação da área onde deve ser construída.

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Carolina Gabardo Belo

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